O lendário vocalista Sammy Hagar andou soltando declarações polêmicas sobre sua carreira. Em entrevista a Rolling Stone, falou como se sentia ao ser convidado para integrar a mais nova coletânea em tributo a Paul McCartney e ainda revelou que “aceitaria uma reunião com o Van Halen pelos fãs“.
Além do cantor, a coletânea The Art of Paul McCartney contará com as participações de Kiss, The Cure, Bob Dylan, Brian Wilson, Heart, Def Leppard entre tantos outros nomes da música. O álbum reunirá 34 canções escritas pelo ex-Beatle. Sammy Hagar interpretará a canção “Birthday”. Confira abaixo trechos da entrevista:
O cara que estava produzindo o projeto me convidou. Eu tenho dado festas de aniversário em Cabo há vinte e cinco anos, então sou praticamente uma festa de aniversário ambulante! “Birthday” é uma ótima canção para a minha voz e o riff de guitarra dela é incrível.
Ao ser questionado sobre só ter sido escolhido por ser conhecido como um cara que adora festas, expressou seu característico bom humor:
Eu estou torcendo muito para que eles tenham me convidado pela minha arte! Mas provavelmente me chamaram por isso. Seu pudesse escolher outra canção, provavelmente optaria por “Let Me Roll It” ou “Maybe I’m Amazed”, registros em que Paul realmente botou para quebrar.
Também falou das apresentações que fez ao lado de Jason Bonham interpretando algumas canções do Led Zeppelin e sua carreira solo.
Esse é meu mais novo projeto. Somos eu, Jason Bonham, Michael Anthony e Vic Jhonson, nós nos chamamos de The Circle, porque com essa banda dou uma volta pela minha carreira. Posso tocar desde Montrose, Van Halen passando pela minha carreira solo até Led Zeppelin. No Chickenfoot não tocamos canções do Red Hot Chilli Peppers ou do Van Halen, mas na The Circle passamos por todo o meu mundo e pelo mundo de todos que estão na banda.
Joe Satriani é o melhor compositor que trabalhei desde Eddie Van Halen. Eu prefiro gravar algo com ele do que com qualquer outra pessoa, mas não vejo motivo para novas gravações. Passando por toda a experiência com gravadoras. sair em turnê e dar 150 entrevistas para vender 35 mil CDs… Quero dizer, eu amo fazer música! Mas fazer a nível do Chickenfoot significa gastar mais de meio milhão em um registro, nós demoramos cerca de seis meses para compor e gravar as canções. É um monte de trabalho, e depois de não vender muitos discos… É decepcionante. Eu não gosto de ser decepcionado, eu gosto de ganhar.
Sobre a possível preocupação em estar eternamente marcado como o ex-vocalista do Van Halen:
Se você colocar toda a obra do Van Halen junta, o corpo do trabalho é incrível. Principalmente canções como “When It’s Love”, “Why can’t this be love”, “Right Now” e “Dreams”, me sinto honrado por fazer parte disso. Estou totalmente honrado, este foi o auge da minha carreira musical, não há dúvidas sobre isso. Eu era um artista de platina antes disso, mas acabei me tornando um artista multiplatinum. Quero dizer, eu só estive na capa da Rolling Stone como um membro do Van Halen.
Gostaria de tocar com alguém que me ama e que eu os ame. Isso incluiria o Van Halen, mas o amor não está lá agora. Eu amo esses caras. A última turnê (2004), foi uma dor de cabeça. Qualquer um que foi aos shows ou leu meu livro sabe que não me sinto culpado pois não tenho culpa nenhuma sobre isso. Eu saí e fiz meu trabalho, provavelmente melhor que qualquer outra pessoa na banda. Qualquer um que viu o show, eu acho, vai concordar comigo.
Essa turnê foi apenas uma confusão e eu não vou entrar em outra confusão como essa novamente. Eu me sinto muito bem como ser humano para ser miserável de novo. Nos primeiros 40 shows eu pensava, “Bem, talvez o Eddie vai se endireitar” ou “talvez eu possa aguentar”. Mas isso não aconteceu, nos últimos 40 shows eu me sentia muito infeliz. No entanto, gostaria de estar na banda que nós começamos, aquela sim era uma festa de amor.
Quando nós fizemos a reunião eu disse: “Vamos fazer um novo registro, sair e tocar ao vivo”. Todo mundo disse “ok”. Cerca de três meses depois tínha mos três canções com quase tudo feito, menos a guitarra. Eu disse “isso não está funcionado”, essa foi a última coisa que eu queria. Isso é o que separou a banda, mas sim, não há algo muito prolífico.
O curioso é que Eddie sempre diz ter horas e horas de gravação para novas canções, e em seguida, seu álbum é praticamente todo reformulado com registros de 1970. É estranho. Há algo realmente disfuncional sobre o Van Halen. Ele costumava trabalhar, penso eu, quando éramos crianças. Mas como adultos você não pode sair por aí dizendo algo e depois não entregar. Acho que as pessoas estão se tornando conscientes de que há algo não muito certo.
Um retorno com Dave Lee Roth e Sammy Hagar nos vocais obviamente nunca vai acontecer, mas seria o cenário dos sonhos para os fãs e provavelmente para os empresários. Uma turnê comigo e com Dave se revezando nos vocais, além de Michael no baixo, seria incrível. Mas estamos presos com a turnê que venho fazendo desde 2007.
Você quer dizer uma turne Sam & Dave tendo o Van Halen como banda de apoio? Esse seria um cenário de sonho para mim também, mas seria a mesma coisa. Na turnê de reunião viajaríamos em aviões separados, daríamos entrada no hotel em horários diferentes e só nos veríamos na hora do show. Eu poderia lidar com Dave nessas condições [risos]. Mas ele tem que ser legal.
Uma turnê como essa seria algo incrível para os fãs. Eu faria isso pelos fãs. Não faria apenas por dinheiro. Todo mundo teria que ser legal e colocar seu coração naquilo. Eu odeio dar más notícias, mas acho que isso nunca vai acontecer. Eu gostaria apenas de ver Mike de volta na banda com Dave. Se isso funcionar, então tudo bem, eu venho em seguida!
O primeiro álbum de Sammy Hagar com o The Circle está em produção e tem seu lançamento previsto para 2015.