Texto: William Galvão / Fotos: Marcos Bacon
O duo britânico Jungle – que também pode ser entendido como um coletivo de músicos, já que, apesar de focar na dupla Tom McFarland e Josh Lloyd-Watson inclui mais cinco integrantes – se apresentou na noite da última quarta-feira, 13, na Audio Club em São Paulo. O grupo mostrou suas canções do homônimo disco de estreia, que tem angariado milhões de fãs ao redor do mundo pelo seu “soul-moderno”, como tem sido classificado.
A festa contou ainda com apresentação de abertura de Serge Erege, um dj-cantor, que apresentou sua discotecagem dançante cheia de referências post punk e disco, além de músicas próprias. A casa, prevista para abrir às 21h, só começou a colocar o público para dentro uma hora depois. A programação toda acabou prejudicada, pois o show do Jungle que deveria começar às 23h15, só teve início quase meia noite. Ponto negativo para a organização do evento: show no meio da semana, fora do horário do transporte coletivo, com atraso.
Além de Josh e Tom, o Jungle é formado por Fraser MacColl, George Day, Dominic Whalley, Andro Cowperthwaite e Rudi Salmon. O sexteto subiu no palco cheio de energia e foi capaz de encher a Audio, mesmo ainda sem tanta popularidade no Brasil. As 12 faixas de Jungle, o disco, foram tocadas em uma ordem diferente daquela que estamos acostumados a escutar no álbum.
Eles abriram o show com “Platoon”, um dos hits mais adorados pelo público. A música aqueceu os ânimos da plateia com aquele clima envolvente da música, o que deixou o público querendo ainda mais. O set seguiu com “Julia” e “Crumbler” para descambar em outro single: “The Heat”, uma das mais atmosféricas.
Mostrando toda sua habilidade de criar paisagens sonoras, com recursos que vão de sintetizadores à unção das vozes da dupla e dos dois ótimos backing vocals, até instrumentos mais orgânicos como percussão, bateria e baixo, a banda conquistou com seu som ao vivo. A grande chance do grupo é que, apesar de termos grandes nomes na cena indie que trabalham mais ou menos com esse formato, como o próprio MGMT, a sonoridade do Jungle se diferencia por explorar suas raízes da soul music.
“Smoking Pixels”, “Lemonade Lake” e “Son Of A Gun” foram bons momentos, com uma parte mais sombria, assovios, estalos de dedo, instrumentos de mão como chocalhos, tudo contornando ainda mais o som, dando um toque especial na viagem quase espacial em que a plateia estava. Para o final, eles deixaram “Busy Earnin´”, com coreografia ensaiada e tudo; e “Time”, que veio no bis.
Veja abaixo alguns cliques da noite.
Setlist
- Platoon
- Julia
- Crumbler
- The Heat
- Smoking Pixels
- Accelerate
- Lemonade Lake
- Son Of A Gun
- Lucky I Got What I Want
- Drops
- Busy Earnin’
Bis: - Time