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Resenha: Extreme em Porto Alegre

Depois de passar por São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, o Extreme encerra sua turnê brasileira com uma passagem por Porto Alegre. Saiba como foi.

Extreme em Porto Alegre

Texto e fotos por Robson Santos

O dia 16 de junho de 2015 foi um bom dia para se estar vivo e presenciar um dos melhores shows que passaram pela capital gaúcha até o momento, neste ano. Encerrando a passagem pelo Brasil, depois de passar por Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, Porto Alegre recebeu o Extreme, uma banda de quatro caras afim de diversão. E assim vem sendo a turnê comemorativa de 25 anos do álbum Pornograffitti de 1990, aquele de “More Than Words” e “Hole Hearted” que rolavam à exaustão na MTV.

A abertura do evento ficou por conta de ninguém mais ninguém menos que Ritchie Kotzen, conhecido por suas passagens por Poison, Mr. Big e recentemente Winery Dogs. Em seguida, foi a vez de Gary Cherone, Nuno Bettencourt, Patrick Pat Badge, membros da formação clássica, junto ao baterista Kevin Figueiredo mostrarem que não estavam pra brincadeira na noite fria da última terça-feira. Seguindo a risca a ordem de Pornograffitti o que se via de imediato é que seria uma grande noite. “Decadence Dance” abriu os trabalhos, e a presença de palco de Gary e Nuno é indescritível. Gary tem trejeitos de Steven Tyler e a cada movimento que faz, fica escancarada a referência do vocalista do Aerosmith na performance do rapaz. Pula, gira, dança, interage com o público de perto em toda a extensão do palco, tudo o que um fã espera que sua banda favorita (ou não) ofereça. O tempo parece não afetar Nuno Bettencourt, e ele consegue passar mais do que só um rostinho bonito dos anos 90, que segue arrancando suspiro das jovens (e não tão jovens) garotas presentes no espetáculo. Riffs e solos precisos, precisão cirúrgica. Pat mostra força e presença de palco, com seu baixo , enquanto Kevin segura a onda sem comprometer e com muita competência.

“When I’m President”, mostra mais uma vez a força da influência do Aerosmith. Estamos na terceira música do show, a empolgação já é o bastante, cabeças não param de bater, vem “Get The Funk Out”, dançante e pesada, pra então chegar o tão aguardado momento. Luz baixa, Pat e Kevin deixam o palco, Gary se ausenta por alguns instantes também, deixando Nuno fazer o primeiro contato com o público. Em português Nuno quer saber como estão, se estão “a se divertir” (Nuno Betterncourt é português, nascido em Açores), enquanto duas cadeiras são postas ao centro do palco, e o guitarrista pega o violão. Chegou a hora de acender os isqueiros, levantar o celular, valia de tudo. Logo na introdução, já com Gary de volta, Nuno diz que vão tocar uma nova canção, para em seguida rir e dizer: “Estou brincando”. “More Than Words” cantanda em uníssono pelos presentes na casa, arrepia a todos, e o carismático frontman deixa somente a voz do público entoar o maior clássico da banda.

E por falar em voz, Gary anda em dia com ela. Não por nada chegou a ser convidado e gravou um disco com o Van Halen, substituindo Sammy Hagar nos idos de 96. É muita história pra contar, então sigamos o baile. Após o momento “Extreme” do show, outros destaques da execução da banda em palco foram “Money (I Got The Trust)” e “Pornograffitti”. Em “When I First Kissed You”, é a vez do guitarrista da Rihanna (e do Extreme) se aventurar ao piano, enquanto Cherone surge de casaco e chapéu pra uma bela interpretação, fiel à registrada no álbum.

Em determinado momento da noite, Nuno pede paciência a uma fã que insistentemente lhe pedia uma palheta, dizendo que toda vez é a mesma coisa, ao invés de curtir a apresentação, sempre tem alguém – “Give me a pick! Give me a pick! .. Oh shit!”, o que lhe rendeu muitos aplausos. A intro de “He-man Woman Hater” não deixa dúvidas de que estávamos vendo um dos melhores guitarristas de todos os tempos ao vivo, à vontade e tocando seus maiores clássicos.

Já quase no fim do lado B do disco, a banda vem à frente com “Hole Hearted”, levantando mais uma vez a classe farofa anos 90. Assim encerrou-se o primeiro ato. E havia mais pela frente. Um bis com músicas variadas dos demais álbuns, e alguns inserts com direito a Queen e Elvis Presley.

Acham que acabou por aí? Não. Lá no início eu havia citado que os caras estavam se divertindo. Fim de show. Pra surpresa de todos, Gary e Nuno são os primeiros a pular do palco e percorrer o corredor formado pelas grades que separavam púbico e banda, pra chegar perto e cumprimentar os fãs e agradecer pela noite mágica, e pelo carinho dedicado à banda. Que noite! Rock of Ages!

Set list – Ritchie Kotzen
War Paint
Love is Blind
Bad Situation
Fear
Doing What the Devil Says to
Cannibals
Hel
Remember
Tooled again

Set list – Extreme

Decadence Dance
Li´l Jack Horny
When I´m President
Get the Funk Out
More than Words
Money (In God We Trust)
It (´s a Monster)
Pornograffitti
When I First Kissed You
Suzi (Wants Her All Day What?)
He-man Woman Hater
Song for Love
Hole Kearted

BIS
War
R.I.P
Alive
Change
Midnight
Play
Cupid