Resenha: Foals - What Went Down

Quarto álbum da banda foi lançado em 28 de Agosto

Resenha: Foals - What Went Down

Lançado no último 28 de Agosto via Warner Music, o quarto álbum de estúdio do quinteto inglês Foals, What Went Down, trouxe o produtor James Ford (Arctic Monkeys, Florence + The Machine) para a equipe. O que ajudou de certa forma a banda a se posicionar em um outro patamar musical, como se marcasse o fim da adolescência e o início de uma fase de amadurecimento.

O novo trabalho carrega elementos mais agressivos à sonoridade, em um formato mais orgânico, que deve conquistar uma nova fatia de público e funcionar melhor ao vivo, inclusive em festivais. O grupo encerra um ciclo de experimentações marcado por vocais cheios de efeitos e estruturas de ritmos mais próximos do eletrônico, com floreios de modernidade synthpop oitentista. A banda sai da “caixa” que foi posta como dance-punk (ou algo que o valha) e se coloca como uma banda de rock alternativo de fato.

What Went Down pode ser considerada a obra mais coesa dos músicos de Oxford. Com quase 50 minutos distribuídos em 10 faixas, aquela banda que explodiu com hits pegajosos como “Cassius” e “Olympic Airways” (Antidotes, 2008) deixou os fones de ouvidos pra trás. Surge com uma musicalidade dinâmica, enérgica, de certa forma menos “underground”. A faixa-título é um bom exemplo disso, a música resume uma aparente necessidade de renovação.

Não somente mais agressivo, o disco tem seus momentos mais introspectivos e sombrios com faixas como “Birch tree”, “Give it All”, “London Thunder” e “A Knife In The Ocean”. Há também as músicas para pistas de dança como “Snake oil” e “Night Swimmers”, por exemplo.

Nos versos da última música do álbum, “A Knife In The Ocean”, o vocalista Yannis Philippakis grita algo como “O que aconteceu com aquilo em que acreditávamos?”. A frase parece um anúncio desse passo sonoro – e bastante pessoal – que a banda deu. Esse descontentamento aparece em outras partes do disco. Na faixa que leva o nome do trabalho, por exemplo, Philippakis canta seu desprezo pela humanidade: “quando vejo um homem, vejo um mentiroso”.

Se isso pode ser traduzido no velho clichê que diz que é do desapontamento, da desilusão e do sofrimento de onde saem as melhores obras não sabemos ainda. O fato é que mesmo que os fãs mais antigos da banda não acompanhem essa nova fase, ela veio e parece que não deixou brechas para o que passou. Lembra um pouco os passos dos Arctic Monkeys pós-Humbug (2009).

FOALS NO BRASIL EM OUTUBRO

É com essa turnê, considerada mais sombria e pesada, que o Foals faz seus primeiros shows solo no Brasil. O grupo já esteve por aqui em festivais como o Planeta Terra e o Lollapalooza. A primeira apresentação acontece no Cine Joia, em São Paulo, no dia 7 de Outubro (mais aqui). E a segunda no dia 8, no Rio de Janeiro, com ingressos a venda no Queremos!.