Música

Estreia exclusiva: Mundo Alto - A Interminável Necessidade de Ser

Banda paulistana de rock alternativo presta homenagem à sonoridade dos anos 80 e 90 em disco de estreia. Ouça!

Estreia exclusiva: Mundo Alto - A Interminável Necessidade de Ser

A banda paulistana Mundo Alto foi formada em 2013 e conta com ex integrantes de grupos conhecidos na cena como Killi e Parachamas.

O novo grupo tem como proposta compor a partir de suas influências dos anos 80 e 90, principalmente do rock alternativo, e nos brinda com a sonoridade típica de nomes como Weezer, Dinosaur Jr, Pixies e Nirvana, através de sons que alternam guitarras e mais guitarras com belas linhas melódicas principalmente nos vocais.

Depois de um ótimo EP que marcou o início da carreira, agora o Mundo Alto lança seu primeiro disco cheio na forma de A Interminável Necessidade de Ser.

Aqui, aposta mais em tons sombrios do que no primeiro trabalho, e através de 13 faixas começa a contar a história de sua carreira.

É com muito prazer que o TMDQA! promove hoje a estreia exclusiva do primeiro disco de estúdio da banda Mundo Alto, que você pode ouvir logo abaixo após um “faixa a faixa” da banda explicando suas canções.

Faixa a Faixa – Mundo Alto

COLHER DE CHÁ

Paulo: Não demorou muito pra gente descobrir qual seria a música de abertura do disco. Acho que até mesmo antes dela ficar pronta eu já estava pensando nisso. Ela tem um ar de introdução, mas é um canção completa, com várias mudanças de clima em menos de 2 minutos.

CHEIO

Paulo: Essa foi uma das primeiras músicas que apareceu depois do lançamento do primeiro EP. De alguma maneira, ela influenciou as que vieram depois, estabelecendo um jeito de falar, um jeito de transmitir as ideias através das letras. Musicalmente, acho que é a que melhor resume o que seria o estilo da Mundo Alto hoje.

NADA PARECE VALER A PENA

Paulo: A gente vive falando em ser mais positivo, em olhar o lado bom das coisas, mas na hora de escrever uma letra é difícil ser otimista (rs). Ela fala daqueles dias em que você acorda e não tem muita esperança a respeito de qualquer coisa. Mas a melodia chega a ser até meio alegre, isso dá um contraste que faz as coisas não parecerem tão ruins assim =)

PÉ ATRÁS

Paulo: É uma música lenta, com guitarras distorcidas no refrão e uma introdução meio country. No meio ainda rolam umas experimentações com efeitos de guitarra e “camas” de sintetizadores. Essa bateu o meu recorde de camadas de guitarras numa gravação. Cheguei a tocar umas 12 linhas diferentes ao longo da faixa.

À MEDIDA QUE SE PERDE

Paulo: Essa já existia antes mesmo da gravação do primeiro EP, mas por algum motivo achamos que ela não combinava com aquele conjunto de canções, por isso ela não entrou nele. Sempre a tocamos em todos shows desde sempre, e agora finalmente chegou a hora de ela estrear no formato “gravação de estúdio”.

FUTURO

Paulo: A única canção romântica do disco. Fiz pra Aline <3 (Aline é a tecladista do Mundo Alto e namorada do Paulo).

INTERLÚDIO 1: PELOS VELHOS TEMPOS

Paulo: Acordei um dia com essa trilha na cabeça. Levantei e gravei praticamente tudo diretamente no microfone do laptop. Depois adicionamos alguns efeitos eletrônicos e foi exatamente essa a trilha que foi pro disco. O texto foi extraído do livro “O Médico e o Monstro”.

É COMPLICADO

Paulo: A princípio essa canção foi gravada apenas como uma demo, e foi meio que escrita enquanto era gravada. Tirando duas linhas de violão e o vocal principal, ela foi captada totalmente em casa. O tambor mais grave que se ouve foi feito com um “puff” da sala e utilizamos também vários instrumentos improvisados, como bolinha de ping pong cheia de arroz e canetas servindo de baquetas numa tampa de tupperware. Usamos também o “mbira”, conhecido como “piano de dedão”, um instrumento meio percussivo vindo diretamente da África.

REGGAE

Paulo: Acho que essa é a mais esquisita do disco. Ela tem umas variações de tempo e um riff meio dissonante entre os versos e os primeiros refrãos, mas da metade pra frente entram as guitarras ultra-distorcidas num andamento meio valsa.

Ela chama “reggae” porque foi escrita nesse ritmo, mas resolvemos manter o nome mesmo depois de virar a música no avesso.

SEM SINAL

Paulo: Essa é outra que já existia antes de gravarmos o EP, mas ela ainda não estava muito pronta. Pro disco, um riff de introdução foi cortado e a melodia vocal mudou totalmente pra finalmente encaixar uma letra com a qual ficamos satisfeitos. Talvez seja a música que mais destoe do resto do álbum, o que é legal pra dar uma quebrada no ritmo e renovar o ouvido para as últimas canções.

GRANDES MOMENTOS

Alexandre: A ideia de eu compor uma faixa para o disco surgiu pouco tempo antes da gente entrar efetivamente em estúdio para gravar o álbum! Praticamente já tínhamos todo o repertório escolhido e pré produzido, e vimos que caberia mais um som. Com isso, encarei essa tarefa!

Me inspirei na temática que o Paulo abordou no disco, mas direcionei a música pra algo mais agitado e, de certa forma, frenético!

“Grandes Momentos” é uma das faixas mais aceleradas do disco e tem uma estrutura mais simples e fácil de compreender! Os arranjos são do Paulo, que conseguiu contribuir com bons riffs. Sobre a letra, bem, ela é subjetiva e abstrata, sem pretensão de mudar o mundo! A música termina com vocalizações em coro bem divertidas… acredito que seja a parte mais “underground” da música!

INTERLÚDIO 2: O PROCESSO

Paulo: Preparação para a última faixa do disco. O riff é meio parecido com a da música que vem depois, por isso achei que seria bacana emendar as duas. O texto foi extraído do livro “A Metamorfose”.

PRA MELHOR

Paulo: Pra finalizar, outra canção com várias mudanças de clima. Começa com um riff pesado, seguido de uma levada meio “manca” nos versos (tem que ouvir pra entender rs), que desagua no refrão que finalmente leva à conclusão do álbum. A letra tem a ver com mudança, então essas variações musicais acabaram deixando a ideia melhor “ilustrada”. Então é isso. Agora ouça o disco! 😉