Texto feito por Matheus Anderle com contribuições de André Rocha
Pontual e bem disposto, David Gilmour começou seu show na Pedreira Paulo Leminski dois minutos antes do horário previsto sob um clima ameno e casa lotada: cerca de vinte e duas mil pessoas se reuniram para ver um dos melhores guitarristas da história da música tocar seus maiores sucessos.
A banda do guitarrista contava com músicos muito talentosos de várias nacionalidades, incluindo Estados Unidos, Irlanda e até mesmo do Brasil, com o saxofonista João de Mello Macedo assumindo a responsabilidade de reproduzir solos inesquecíveis de músicas como “Money”, “Us and Them” e “Shine On You Crazy Diamond”.
O palco também estava muito bem preparado: a produção lembrava e muito o álbum ao vivo Pulse gravado pelo Pink Floyd em 1994, contando até mesmo com um telão similar em formato circular e várias das imagens transmitidas na tela eram iguais às utilizadas no disco do grupo.
A apresentação começou com a instrumental “5 A.M.”, que faz parte do último disco de estúdio do músico, Rattle That Lock, e foi seguida de mais duas novas músicas: a faixa-título do álbum e “Faces of Stone”. Assim que David pegou o violão e começou “Wish You Were Here”, todo o público da Pedreira desabou em gritos — e continuaram gritando a letra da música por toda a duração.
Logo após uma hora de show, a primeira parte do setlist se encerrou com “High Hopes” e a banda se retirou do palco por um intervalo de vinte minutos. Após, o grupo retomou a apresentação com um belo ‘cover’ de “Astronomy Domine”, que apesar de fazer parte do ótimo primeiro disco de estúdio do Pink Floyd, o grupo ainda não contava com Gilmour na guitarra — quem tocava e cantava era Syd Barrett, o qual foi uma grande inspiração de David.
O setlist organizado soube alternar bem entre as músicas dos trabalhos solo de Gilmour (que não eram tão conhecidas pelo público) com os grandes sucessos da carreira do músico no Pink Floyd. Inclusive, uma pequena mudança diferenciou o show de Curitiba da maioria dos outros nessa turnê do guitarrista: A faixa “Coming Back To Life”, do álbum The Division Bell, substituiu a música “On An Island” no show e levou os fãs à loucura.
Apesar da discrepância de idade entre todos os presentes do show, algo todos tinham em comum: a grande maioria do público estava lá para ouvir Pink Floyd e não parecia conhecer muito as outras faixas do guitarrista. Mas isso não impediu os fãs de dançarem e curtirem cada música que Gilmour tocava de seus discos, principalmente em “The Girl in the Yellow Dress”, que contou com vários efeitos e imagens lindíssimos no grande ‘telão Pulse’ e também teve vários balões soltos na plateia. Durante essa altura do show, Gilmour aproveitou para apresentar cada membro da sua banda e também fez toda a plateia cantar um “Happy Birthday” para Phil Taylor, seu técnico de guitarra que acompanha David em turnê há mais de 40 anos.
Para fechar o show, em “Run Like Hell” todos os músicos da banda resolveram descontrair e colocar óculos escuros, enquanto os fãs mais assíduos do músico levaram plaquinhas com “Run” escrito, tornando mágica a performance. O set ainda teve um bis contando com a incrível “Time” juntamente de “Breathe (Reprise)”, e fechou com a clássica “Comfortably Numb”, tudo isso com todas as 22 mil pessoas cantando a plenos pulmões.
David Gilmour foi um dos guitarristas mais influentes da história da música, e ter a oportunidade de vê-lo se apresentar ao vivo com certeza foi um acontecimento inesquecível para todos os fãs que estavam presentes na Pedreira Paulo Leminski. Para quem ainda está se decidindo se deve ir, o músico ainda tem mais um show marcado no Brasil: Dia 16 de Dezembro, em Porto Alegre.
Setlist:
- 5 A.M.
- Rattle That Lock
- Faces of Stone
- Wish You Were Here
- A Boat Lies Waiting
- The Blue
- Money
- Us and Them
- In Any Tongue
- High Hopes (seguida de um intervalo de 20 minutos)
- Astronomy Domine
- Shine On You Crazy Diamond (Partes I-V)
- Fat Old Sun
- Coming Back To Life
- The Girl In The Yellow Dress
- Today
- Sorrow
- Run Like Hell
- Time
- Breathe (Reprise)
- Comfortably Numb
Um vídeo publicado por Tenho Mais Discos Que Amigos! (@tmdqa) em