O Tortoise é um dos expoentes do que hoje é conhecido por post-rock americano, mas é difícil colocar o som da banda dentro de uma caixa, seria simplificar demais a gigantesca paleta sonora da banda. É rock com elementos de jazz, é jazz com um pegada rock n´roll. É clássico, sinfônico, eletrônico. É muita coisa que pode passar batida por um ouvido desatento.
Com The Catastrophist, sétimo trabalho dos caras e o primeiro desde 2009, o quinteto de Chicago expandiu ainda mais seu horizonte, explorando novas possibilidades sonoras e ambientações.
Parte dessas novidades passa por duas músicas em especial: ”Rock On”, um cover do cantor e compositor inglês David Essex, que foi mergulhado em reverb infinito e ressurgiu como uma espiral psicodélica na voz de Todd Rittmann, da banda U.S. Maple. “Yonder Blue” é outra faixa que destoa (no bom sentido) do que o Tortoise vinha fazendo. Primeiro pelos vocais, gravados por Georgia Hubley, do Yo La Tengo, e segundo pela vibe pop-soul sessentista que a banda deu à gravação. Lembrou um pouco da Karen Carpenter.
De uma forma geral, The Catastrophist é um disco de rock forjado nos moldes do jazz. Um conjunto de temas levemente estruturados expandidos por um mistura bem heterogênea de elementos. Da hipnose épica do single ”Gesceap”, passando pela dramaticidade de ” ‘Shake Hands With Danger’’ e os diferentes climas de ”The Clearing Fills’’.
Não é, definitivamente, um disco fácil de se ouvir. É uma viagem que passa por inúmeras paisagens e, como tal, tem seus momentos de tédio, surpresas e belezas. É um bom caminho pra quem anda meio cansado das rotas simples do rock and roll e quer se aventurar por aí.