Do blues ao metal, passando pelo indie e pela psicodelia, fizemos uma seleção de guitarristas que vêm se destacando há algum tempo dentro de diferentes cenários da música e que merecem uma atenção especial nesse ano.
Conheça logo abaixo o trabalho de 15 guitarristas nacionais e estrangeiros, e ouça grandes riffs, solos e composições de gente que está mandando ver.
JD Simo (Simo)
Se você curte o blues que veio da Inglaterra nos anos 60, ouça a guitarra de JD Simo. Fruto da cena musical de Nashville, Simo é um purista que bebe na fonte de Clapton, Page e Paul Kossoff (Free).
Em 2015 o trio que leva seu nome assinou com a Provogue/Mascot por indicação de Joe Bonamassa e lançou o ótimo Let Love Show the Way, um prato cheio para quem gosta de uma guitarra bem tocada e timbres ”das antigas”.
Pra quem curte: Joe Bonamassa, Stevie Ray Vaughan
Bill Satcher (A Thousand Horses)
Parte da nova safra do country/rock de Nashville, o A Thousand Horses lembra muito o Lynyrd Skynyrd da fase One More From The Road (1976), com uma pegada de rock de arena somado ao molho que vem do sul dos Estados Unidos.
A porção rock do grupo é muito baseada nos riffs e solos de Satcher, que encaixa muito bem melodias do rock oitentista com a vibe country do grupo. Exageros à parte, tem gente lá fora chamando o cara de ”Slash do country”.
Pra quem curte: Black Crowes, Blackberry Smoke
Ruben Gallego and James Alex (Beach Slang)
O Beach Slang é um boa pedida pra quem anda com saudade do Gaslight Anthem de antigamente.
As guitarras de Ruben Gallego e James Alex casam muito bem com a melodia e urgência de um bom power-punk. O primeiro full length da banda, The Things We Do to Find People Who Feel Like Us (2015), não precisa nem de meia hora pra mostrar que vale a pena ficar de olho nos caras.
Pra quem curte: The Gaslight Anthem, The Replacements
Gabriel Ventura (Ventre)
Gabriel Ventura é um cara ocupado. Paralelo aos trabalhos que o guitarrista fez e vem fazendo com Lenine, Duda Brack, Ana Cañas, entre outros, ele encontra tempo para se dedicar ao seu projeto principal: o trio Ventre.
O disco homônimo de estreia da banda saiu no ano final do passado e mostrou uma sonoridade bem particular e diferente do que as bandas nacionais vem fazendo. E a guitarra de Gabriel, responsável pela atmosfera densa que dá o tom do trabalho, é grande parte disso.
Pra quem curte: Lupe de Lupe, Jair Naves
Charlotte Carpenter
Com raízes fincadas no folk inglês, Charlotte Carpenter dosa muito bem a tradição do estilo com um apelo pop em composições bem interessantes tanto na parte lírica quanto nas instrumentações.
Apesar das origens britânicas, volta e meia a moça pega uma guitarra e canaliza os clássicos do folk/country do outro lado do Atlântico.
Pra quem curte: Laura Marling, Daughter
Johnny Stevens (Highly Suspect)
O Highly Suspect é mais ou menos o que o Royal Blood seria se tivesse um guitarrista.
A guitarra meio blues rock, meio stoner e cheia de sujeira de Stevens vem chamando a atenção de público e crítica desde o ano passado. Mister Asylum, segundo disco do trio, concorreu ao Grammy de Melhor Álbum de Rock e o single ”Lydia” disputou o prêmio de Melhor Música de Rock.
Pra quem curte: Royal Blood, Soundgarden
https://www.youtube.com/watch?v=uDnUPxJPXxk
Nalle Colt (Vintage Trouble)
A essa altura você já deve ter ouvido falar no Vintage Trouble. Os caras lançaram seu segundo (e ótimo) disco no ano passado, tocaram nessa última edição do Lollapalooza Brasil e deixaram uma bela impressão por aqui.
Com uma pegada que mistura Otis Redding, Chuck Berry e James Brown, a guitarra de Nalle Colt deu uma bela reenergizada no papel da guitarra em uma banda de rock and roll, e isso é uma bela razão pra ficar de olho no que o cara vem fazendo.
Pra quem curte: Rival Sons, The Heavy
Estevan Sinkovitz (Marrero)
Desde o ano passado a banda Marrero vem aparecendo entre os nomes mais interessantes do rock nacional, levando os caras a se apresentarem no Lollapalooza Brasil desse ano.
O trio faz um som pesado, baseado em riffs densos e climas soturnos. Considerando que a banda não tem um baixista, todo esse peso harmônico fica por conta da guitarra de Estevan Sinkovitz, que trabalho bem os efeitos e oitavadores para construir a paisagem sonora obscura que permeia o som dos caras.
Pra quem curte: Hellbenders, Black Sabbath
Tommy Smith (Leogun)
Riffs de stoner blues mais uma vibe de rock alternativo dos anos 90 – talvez seja a mistura que melhor explica o som do Leogun. O estilo de Tommy Smith é muito baseado no blues-rock setentista, mas com uma pegada moderna a la Jack White.
O trio britânico só lançou um full-length até agora – By The Reins (2013), e é bem possível que o próximo disco saia em 2016. Estamos no aguardo.
Pra quem ouve: Queens of The Stone Age, Jane’s Addiction
Joe Langridge-Brown e Dom Craik (Nothing But Thieves)
Com um estilo bem particular, o Nothing But Thieves vai do rock de arena até um blues mais calmo sem perder a personalidade. Enquanto Brown toma conta das partes mais técnicas e ”clean” dos arranjos, Craik cuida das distorções e do peso que sustenta as músicas.
O disco homônimo de estreia da banda, lançado no ano passado, chegou ao top 10 das paradas e o quinteto vem construindo rápido seu nome na cena americana.
Pra quem ouve: Muse, Twin Atlantic
Florestan Durand (Novelists)
Quem já ouviu o metal do Novelists sabe bem que o peso e as variações rítmicas são a base que sustenta o estilo da banda francesa.
A parte do peso é de responsabilidade de Florestan Durand, que tira riffs e linhas melódicas do lado mais escuro da alma. Modern metal dos bons.
Pra quem curte: Trivium, Heart of a Coward
Jan Santoro (Facção Caipira)
Quem acompanhou a última edição do programa Superstar da Globo deve se lembrar de Jan Santoro e o Facção Caipira. O grupo faz um som calcado no blues/country americano, mas tocado com uma certa malandragem brasileira.
A abordagem de Santoro, tocando slide em um violão ressonador dá o tom que distingue o som da banda do rock and roll ”comum” que domina o mainstream nacional desde sempre.
Pra quem curte: O Bardo e O Banjo
Mario Camarena e Erick Hansel (Chon)
Pra quem valoriza uma técnica apurada e alguns malabarismos guitarrísticos a música do Chon não deixa a desejar. Os caras fazem um som instrumental bem atual, traduzindo melodias vocais para a guitarra, mesclando linhas jazzísticas e grooves de funk.
O primeiro disco da banda, Grow, saiu no ano passado e é um prato cheio pra quem curte uma guitarra bem tocada.
Pra quem curte: Animals As Leaders
Laurie Vincent (Slaves)
Dupla britânica que faz um som cheio de riffs simples e pesados de blues/rock (lembrou do Royal Blood de novo?). O Slaves segue nessa mesma linha, com guitarra e bateria, músicas bem diretas, letras sarcásticas e muita distorção.
A guitarra de Vincent tem uma pegada um pouco mais punk do que as duplas de rock atuais. A músicas são menos trabalhadas e bem mais divertidas de ouvir.
Pra quem curte: Pretty Vicious, Royal Blood
https://www.youtube.com/watch?v=zIiZMxshkQM
Julio Andrade (The Baggios)
Os sergipanos do The Baggios já têm uma certa estrada, mas foi com o disco Sina (2013) que a dupla se consolidou como uma das bandas mais legais do rock nacional.
Quem foi ao Lollapalooza Brasil desse ano viu que a abordagem crua, suja e barulhenta da guitarra de Julio Andrade é o fio condutor que move a energia da dupla, indo de Led Zeppelin a Black Keys sempre com muita energia e feeling de sobra.
Pra quem curte: Vivendo do Ócio, O Terno