Foto: Breno Galtier / T4F
No último domingo (10), Lianne La Havas desembarcou no Rio de Janeiro para se apresentar como uma das atrações de abertura do Coldplay. Precedida por Tiê, a cantora, compositora e multi-instrumentista inglesa subiu ao palco em torno das 19h e se deparou com um Maracanã lotado. Recebida de braços abertos pelo público, a artista surpreendeu e conquistou milhares de novos fãs através de seu soul envolvente com pitadas do pop e folk, e uma voz mais do que poderosa.
O TMDQA! teve a chance de entrevistá-la pouco antes desse grande momento (com direito à cover de “I Say A Little Prayer”, faixa eternizada por Aretha Franklin) e o resultado você lê logo abaixo.
TMDQA!: Lianne, você começou como backing vocal da Paloma Faith…
Lianne: Ah! Você conhece a Paloma?
TMDQA!: Sim! E, sabe, levando em consideração que ela tem um jeito bastante próprio de compor e se apresentar, eu gostaria de saber como (e se) isso afetou a sua carreira solo.
Lianne: Sabe, trabalhar com ela… Nós temos estilos muito diferentes. Eu não acho que me afetou diretamente ou ao meu jeito de trabalhar, mas eu diria que indiretamente sim. Meu tempo com ela me permitiu aprender mais como as coisas funcionam e como ela lidava com todo essa indústria. Ela é firme, determinada e isso é muito inspirador para jovens meninas. Aprendi muito sobre a indústria com ela, principalmente. Além disso, a Paloma é uma pessoa ótima!
TMDQA!: Agora eu queria saber mais do seu segundo disco, “Blood”. Ele é bastante diferente do primeiro, Is Your Love Big Enough?, de 2012. Você sentiu alguma pressão nessa segunda fase? A sua viagem à Jamaica teve algo relacionado ao fato de sentir que precisava de novas experiências para criar algo inovador?
Lianne: Então, eu realmente senti muita pressão nesse segundo disco. Mas, sabe, agora eu sinto ainda mais pressão ao pensar num terceiro álbum [risos]. Eu constantemente penso “e agora?”. [risos] Sabe, na verdade, tudo ficou mais tranquilo quando as canções começaram a nascer, a fluir, e aí e tudo se tornou mais e mais simples a cada momento. Eu escrevia uma música, gostava, passava para outra… Então assim que comecei, a pressão diminuiu bastante e eu me finalmente me acalmei. A Jamaica também é muito importante para mim.
TMDQA!: Isso tem a ver com a escolha de Stephen McGregor como produtor do disco? Um nome bastante conhecido do reggae?
Lianne: Então, ele não me puxou para o reggae porque não era o que eu desejava. Felizmente ele já havia trabalhado com outros gêneros! Na verdade, a melhor foi parte foi lidar com alguém que entendia de ritmo, que é o que me vem à mente quando penso em reggae. Então, ele soube mesclar perfeitamente seu conhecimento ao tipo de som que faço.
TMDQA!: E suas influências em Blood? Você poderia me contar um pouco delas?
Lianne: Bom, eu sabia que o título seria “Blood” porque eu estava escrevendo muitas faixas sobre minha família e minhas origens. Eu, na verdade, vou muito pra Jamaica porque minha mãe é de lá e o local sempre me fez refletir muito sobre tudo ao meu redor, então foi a escolha perfeita para me inspirar.
TMDQA!: Ou seja, você se sentia muito conectada às suas raízes e gostaria de transparecer esse sentimento num disco?
Lianne: Exatamente! E sobre a arte de capa, eu também queria representar a Grécia, país de origem do meu pai, assim como a Jamaica. Por isso, trabalhei junto à equipe de design da gravadora e eles foram ótimos. Eu reuni imagens dos dois lugares, fiz muitos desenhos, realmente coloquei muito de mim e do que eu gostaria de ser. Meu cabelo era igual nas ilustrações e as roupas também, por exemplo. Meu desejo era mostrar sutilmente quem eu sou e de onde eu vim.
TMDQA!: Pessoalmente acho que deu muito certo! Mas e aí, como foi levar esse desejo para o mundo todo e, após trabalhar com a Paloma, excursionar com uma banda tão grande como o Coldplay? Especialmente em um país tão diferente em relação à cultura como Brasil e que você nunca havia estado antes?
Lianne: Me sinto muito sortuda. Mesmo! Tem sido incrível e eu adoro Coldplay. Se eu pudesse escolher alguma banda para viajar junto, provavelmente seria com eles mesmo.
TMDQA!: Sério? De todas as suas favoritas?
Lianne: Sim! Eu estou muito, muito feliz. E eu não sei se conseguiria ter vindo pra cá ou pro resto da América Latina sozinha.
TMDQA!: Tão cedo, você diz?
Lianne: Acho que sim! [risos] Está sendo maravilhoso!
TMDQA: Lianne, ainda sobre Blood. Você lançou recentemente um EP chamado Blood Solo, com versões mais intimistas das faixas que já integravam o álbum. De onde veio essa ideia? Como você decidiu criar algo ainda mais pessoal?
Lianne: Então, tudo começou quando fiz uma turnê solo com a minha banda e a gente tocava as canções no formato original mesmo. Aí eu percebi que queria dar de presente aos meus fãs algo ainda mais pessoal, especialmente porque eles sabiam que comecei com apenas um violão e a minha voz. Então tudo que fiz foi mostrar a eles que eu poderia ser aquela artista do início, apesar da nova fase, e cheguei à conclusão de que deveria gravá-las desse modo mais íntimo. Aí eu lancei! [risos]
TMDQA!: Isso é muito legal de se ouvir de um artista. Para finalizar, você poderia gravar uma mensagem para os seus fãs que acompanham o nosso site?
Lianne: Claro! Suas perguntas também foram adoráveis!
* NOTA: O vídeo da Lianne já saiu do nosso Snapchat (tenhomaisdiscos), mas você pode conferi-lo através do Instagram logo abaixo