Em Novembro a cantora Rita Lee irá lançar uma autobiografia pela editora Globo Livros.
Você pode imaginar que a artista que integrou os Mutantes tem muita história pra contar, e ao que tudo indica, ela não mediu palavras quando registrou passagens de sua vida na obra.
É o que mostra um trecho divulgado ontem por Bruno Astuto em blog da revista Época, onde pela primeira vez e com riqueza de detalhes, Rita Lee fala sobre a sua saída dos Mutantes em 1972, sobre a qual sempre pairou um ar de dúvida.
Ao falar sobre a separação, ela deixa claro que foram Sérgio Dias e Arnaldo Baptista quem “decidiram” (de forma bastante arrogante inclusive) que uma nova formação era necessária e ela estaria fora da banda.
Rita contou que as palavras de Baptista, em uma casa que a banda tinha na Serra Da Cantareira, foram as seguintes:
A gente resolveu que a partir de agora você está fora dos Mutantes porque nós resolvemos seguir na linha progressiva-virtuose, e você não tem calibre como instrumentista.
Ela ainda lembrou da sua reação após ouvir que “não tinha calibre”:
Uma escarrada na cara seria menos humilhante. Em vez de me atirar de joelhos chorando e pedindo perdão por ter nascido mulher, fiz a silenciosa elegante. Me retirei da sala em clima dramático, fiz a mala, peguei Danny (a cadela) e adiós. No meio da estradinha da Cantareira, parei no acostamento e chorei, gritei, descabelei, xinguei feito louca abraçada a Danny, que colaborava com uivos e latidos.
Rita Lee
Ainda segundo a coluna, estarão no livro passagens sobre uma cantada de Raul Seixas em Nova York e um polêmico vestido de noiva de Leila Diniz, que Rita usou em uma performance de “Caminhante Noturno” no Festival da Canção, usando uma falsa barriga de grávida.