O lendário álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, está completando 50 anos em 2017.
E dentre tantas características que tornam esse um icônico disco para a história da música, uma delas com certeza é a arte da capa — uma colagem de mais de 57 fotografias e 9 esculturas de cera que retratam várias celebridades, incluindo atores, esportistas, cientistas, músicos e mais.
Mas embora as celebridades tenham aceitado aparecer na obra de graça, existiu uma pessoa que exigiu um pagamento para aparecer lá: um dos Bowery Boys, grupo ficcional de personagens americanos que apareceu em vários filmes e séries entre 1946 e 1958.
Resultado: o grupo foi cortado completamente da versão final da obra.
Em uma entrevista publicada no site oficial de Paul McCartney, o músico contou um pouco mais sobre a decisão:
Todos nós tínhamos uma lista de favoritos. O George colocou um guru indiano, Yogananda. E Babaji está lá. Então cada um de nós colocou pessoas que admirávamos ao longo da história, essa era a ideia.
Tinham certas pessoas que todos nós gostávamos, como Oscar Wilde. Max Miller era um comediante britânico. E aí tinha o Stuart [Sutcliffe], que foi nosso antigo baixista que morreu, Aubrey Beardsley, a artista…
The Bowery Boys, eles eram uma série de TV da nossa infância, e tinha um deles que não topou. Um deles queria dinheiro pra isso. Nós escrevemos pra todo mundo e perguntávamos ‘Você se importa?’.
Bom, no começo nós não fizemos isso. Mas o presidente da EMI, Sir Joseph Lockwood veio na minha casa e reclamou! Ele disse, ‘Isso vai ser um pesadelo. Teremos que lidar com processos na justiça!’ e eu dizia ‘Não, não, não. As pessoas vão amar! Eles vão estar na capa dos Beatles, sabe! Vai ser engraçado, eles vão entender’. Mas ele disse ‘Não, você vai escrever pra todos eles’.
E então, fizemos isso. Mandamos uma carta: ‘Nós estamos planejando fazer isso aqui com a sua imagem. Você se importa? Tá tudo bem? Por favor, deixe a gente fazer isso’. E todos eles aceitaram, exceto por um dos Bowery Boys que queria fazer um acordo. E aí pensamos, ‘Quer saber, nós temos pessoas o suficiente aqui!’.
Convenhamos: baita oportunidade perdida, hein?