Música

Amigo de infância de Morrissey detona cinebiografia: "é uma história fictícia"

"England Is Mine", cinebiografia sobre a juventude de Morrissey, não foi bem recebida por um amigo de infância do músico, que detonou o filme no Facebook.

Morrissey England Is Mine
Foto: Divulgação

England Is Mine, filme que retrata a juventude de Morrissey, teve sua primeira exibição no domingo (2), durante o Edinburgh Film Festival, e não parece ter agradado pessoas próximas ao músico britânico.

James Maker, amigo de infância de Morrissey, e que já tocou no The Smiths bem lá no início da banda, não ficou nem um pouco satisfeito com o resultado final da cinebiografia e detonou o filme em sua página do Facebook.

Maker diz que o filme não é biográfico, e sim uma história fictícia, apontando para a maneira como retrataram o protagonista e personagens que não existiram de verdade.

Leia na íntegra:

Declaração: ‘England Is Mine’ (filme)

De acordo com o trailer de ‘England Is Mine’, Morrissey era uma criatura autista e retraída com cabelo enrolado e natural, que precisou ser empurrado para se tornar um cantor por uma amiga significativa (uma que não manteve contato com Morrissey durante o sucesso do The Smiths). Pior, tiveram que colocá-lo num casaco verde e não lhe darem nem ao menos uma fala da esperteza Morrisseyana que todos conhecemos. Não é uma cinebiografia, é uma história fictícia. Uma jogada estranha, considerando que todos aqueles anos de formação foram abundantemente documentados.

Eu o conheci naquela época, e eu conheci sua casa no 384 da Kings Road. A mãe de Morrissey devia processar os cineastas pela representação de suas cortinas. Mas o fato é, esse não é o Morrissey. A premissa de que, se Morrissey podia ser um cantor, qualquer um poderia ser é desonesta, e até mesmo um insulto ao seu talento original como artista.

Naquela época, e anterior à formação do The Smiths, Morrissey tinha poucos amigos próximos. Isso é documentado em suas memórias na ‘Autobiografia’, e na minha ‘AutoFellatio’. Eu não apareço no filme, e personagens que não existiram na vida real foram inventados pelos cineastas.

Eu estou aliviado de não ser incluído, porque se eles podem retratar o protagonista como uma pessoa com cabelo enrolado que se apoia em ser guiado pelos ombros, para ser levado pelas portas que vão e vêm da vida, então eu sou meramente alguém que, milagrosamente, conseguiu uma empreitada além da placa de “PROIBIDO JOGAR BOLA” adjacente à janela do meu quarto.

James Maker

https://www.youtube.com/watch?v=4DHJa10Sa8A