Estamos começando hoje uma nova série de publicações aqui no TMDQA!, dessa vez falando sobre bons discos que passam batido por muita gente por conta de preconceitos e rótulos recebidos por bandas das mais diversas formas.
Seja por pertencer a uma cena caricata, por ter fãs fervorosos demais ou por puro e simples desconhecimento, muitos artistas e grupos acabam tendo seus trabalhos deixados de lado e não é raro ficarmos sabendo de gente que nem os ouviu mas “odeia” o conteúdo.
Pois bem, começamos por aqui com o My Chemical Romance.
Em 2002 a banda lançou seu disco de estreia, I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love, e tornou-se um dos nomes mais quentes da cena independente norte-americana, atraindo a atenção das grandes gravadoras.
Dois anos depois veio Three Cheers For Sweet Revenge, o mega hit “Helena”, e pronto, a banda já dominava o planeta.
Começamos falando justamente sobre esse disco, que é muito mais que o single.
Em um amadurecimento bastante rápido, a banda cresceu muito em relação à estreia, gravou 13 músicas voltadas ao punk rock e o post-hardcore e trouxe temas pesados aliados a uma narrativa cantada de forma primordial pelo vocalista Gerard Way.
“Helena” é uma grande canção, mas outros pontos do disco como “Thank You For The Venom”, “Give ‘Em Hell Kid”, “You Know What They Do To Guys Like Us In Prison” e “It’s Not A Fashion Statement It’s A Deathwish” são tão fortes quanto, e dão coesão ao álbum que tem, sim, alguns clichês como “I’m Not Okay (I Promise)” e “The Ghost Of You”, mas é muito mais que isso.
Após a recepção imensa do trabalho, dois anos se passaram e o melhor disco da banda veio com The Black Parade.
Aqui o My Chemical Romance optou por contar a história triste de um sujeito que está morrendo, e contou com a parceria do produtor Rob Cavallo, responsável por outro disco temático lançado em 2004, o ótimo American Idiot, do Green Day.
Com menos hits radiofônicos do que o seu antecessor, o álbum conta com momentos épicos como o single “Welcome To The Black Parade”, “I Don’t Love You”, “Dead” e “Famous Last Words”.
São canções unidas por um assunto em comum e recheadas de grandes guitarras, vocais rasgados e, ao contrário do que muita gente imagina por conta da base de fãs do grupo, poucas referências ao emo. As reações exageradas dos fãs da banda, inclusive, foram um dos pontos responsáveis por tanta gente se afastar da banda sem mesmo ouvi-la.
Definitivamente se você quer dar uma chance ao My Chemical Romance, deve começar por esse disco, que além de tudo ainda contou com clipes e componentes visuais cheios de ligações entre si para criar um ambiente sombrio, como o que cerca as canções do álbum.
Em 2010 veio o pouco inspirado Danger Days e em 2013 a banda acabou, mas o “miolo” de sua curta discografia merece atenção.
Ouça e nos diga o que você achou! Será que rola uma segunda chance?