Na noite da última terça-feira (12) aconteceu o terceiro show da turnê brasileira de Devendra Banhart. A apresentação ocorreu no Tropical Butantã e contou com abertura do Rogov e O Terno.
O show começou pontualmente às 19h30 com um público tímido, mas que eventualmente arriscava acompanhar os refrões de algumas composições do Rogov. A banda é o projeto de Gregory Rogove, multi-instrumentista, compositor e cantor norte-americano mais conhecido por seu trabalho como baterista do Banhart.
Em seguida foi a vez d’O Terno mostrar seu show sempre muito competente e divertido. Nenhuma grande surpresa, mas bem agradável de acompanhar ao vivo faixas como “Culpa”, “Deixa Fugir”, “Lua Cheia”, “Volta”, “Não Espero Mais”, entre outras. A essa altura, a casa já estava consideravelmente cheia e o público cantando tudo junto com a banda. Um show delicioso e muito bem acertado dentro do contexto da noite (o próprio Devendra viria a elogiar o grupo mais tarde).
Devendra Banhart é um cara apaixonante. Sério. Sempre animadíssimo, dançando por todo o palco, se esforçando bastante para falar um português (portunhol, vai!) enrolado e se conectando com os fãs que lotavam o local numa noite bem no meio da semana.
O artista tocou canções como “Für Hildegard Von Bingen”, “Good Time Charlie”, “John Lends a Hand”, “Baby”, “Mi Negrita” e tantas outras que ficavam ainda mais encantadoras com o gigante coral de fãs que o acompanhava o tempo inteiro.
Entretanto, esse mesmo público que cantava junto também ficou bem quietinho quando a banda saiu e deixou o cantor sozinho para apresentar roupagens mais acústicas. Entre elas, “Quédate Luna” e uma deslumbrante versão digna de fazer marmanjo chorar de “The Body Breaks”. Certamente um dos pontos altos da noite.
Outro destaque foi quando, assim como em seus outros shows, Banhart convidou ao palco alguém da audiência que já tivesse composto uma música e nunca mostrado a ninguém. Um rapaz chamado Victor subiu e apresentou uma faixa meio aluada e interessante que falava sobre dinossauros e Camaro amarelo (?). O sujeito cantava e tocava direitinho e foi até bem aplaudido pelo público.
Já terminando a apresentação, todo afetado e rebolando, o músico toca “Fancy Man” e no meio canta o refrão de “You Don’t Know Me”, clássico de Caetano Veloso. Precisa nem dizer que talvez essa seja a hora em que o público fica mais animado. Caê ainda é TOP, como dizem os mais jovens.
Logo depois de “Foolin’”, Banhart termina esse showzão dizendo que “São Paulo é muito amor”. Você está certo e está errado, Devendra. Venha outras vezes para comentar essa frase com a gente.