O Tigers Jaw está de malas prontas para retornar ao Brasil nesta semana.
Dois anos depois de uma passagem bem rápida pelo país, a banda — ou pode-se dizer duo — volta para uma turnê que passa por Belo Horizonte (MG) no dia 2, Curitiba (PR) no dia 3, São Paulo (SP) no dia 4 e Porto Alegre (RS) no dia 5, com organização da Powerline.
Batemos um papo com a Brianna Collins, vocalista e tecladista do Tigers Jaw, sobre o novo álbum spin (2017), planos futuros, machismo na indústria musical e muito mais.
Confira!
TMDQA!: Olá Brianna, tudo bem? O Tigers Jaw está voltando ao Brasil depois de dois anos, e agora com um ótimo álbum novo. Qual é o sentimento ao voltar para seus fãs brasileiros?
Brianna Collins: Estou muito animada de voltar ao Brasil, especialmente porque vamos tocar mais vezes e visitar mais cidades do que da última vez que estivemos aí.
TMDQA!: Desde seu lançamento em Maio, spin tem sido muito bem recebido pelos fãs e críticos, e traz um som muito mais maduro ao TJ. De cima do palco, qual é a percepção que vocês têm da reação do público às novas músicas e o quanto elas se diferenciam das antigas quando tocadas ao vivo?
Brianna: Está sendo muito legal tocar essas músicas novas e ver a galera cantando junto. Porque amamos tanto o novo disco, nos deixa felizes demais ver que nossos fãs gostaram dele também. Sempre tem essa preocupação quando você lançar um álbum novo, de que não seja tão bem recebido quanto seu material anterior, então é legal demais ver os fãs cantando tantos as canções antigas quanto as novas.
TMDQA!: Desde 2013, o Tigers Jaw tem sido uma banda de dois integrantes, porém Adam [McIlwee], Pat [Brier] e Dennis [Mishko] voltaram para gravar Charmer com você e com o Ben. A saída deles da banda influenciou muito na composição do novo álbum? O quanto mudou?
Brianna: Eu acho que a maior influência da saída deles na nossa composição é que eu nunca tinha sido uma compositora antes da banda ser apenas Ben e eu. Por ser duas pessoas, e pelo Tigers Jaw sempre ter tido dois compositores, foi a minha oportunidade de escrever músicas.
TMDQA!: E o que vocês estavam escutando enquanto compunham spin?
Brianna: Eu escutei bastante Paramore, Land of Talk e All Get Out. Ben ouviu muito The Microphones.
TMDQA!: O Basement tocou no Brasil há alguns meses e os integrantes se mostraram bem animados com o anúncio do show do Tigers Jaw antes da apresentação deles. Parece ser uma amizade bem legal entre as bandas! É bem interessante quando grupos da quase-mesma-cena apoiam e torcem um pelos outros. Vocês têm outras “bandas amigas” pra nos indicar?
Brianna: Essa é uma das melhores partes de fazer música – ficar amigo de outras bandas cuja música você ama. Definitivamente escutem: All Get Out, Manchester Orchestra, Spur, Westpoint e Cave People.
TMDQA!: Brianna, lá em 2014 você passou por uma situação bem chata quando um babaca da plateia subiu ao palco e tentou te beijar. Mesmo tendo passado três anos desde incidente, nós mulheres ainda enfrentamos circunstâncias como esta, especialmente durante apresentações. Na época, você se pronunciou sobre isso e teve de ler comentários muito maldosos na internet. Enquanto uma mulher na música, você acha que as coisas melhoraram? Você ainda tem de lidar com o machismo no palco ou na indústria no geral?
Brianna: A vantagem de ter usado minha plataforma para me posicionar contra estes tipos de ações, é que eu nunca mais passei por uma experiência assim no palco novamente. Mas isso não significa que o machismo na indústria tenha ido embora, ou que nada tenha acontecido com outras pessoas desde então. Enquanto for possível ser anônimo na internet, as pessoas vão tentar te derrubar ou te dizer coisas machistas e maldosas através de comentários. Ainda há pessoas que acham que podem te tocar só porque você é uma mulher em um palco. É importante buscar conhecimento e se pronunciar sobre o machismo na indústria da música então, quem sabe, possa haver uma mudança significativa no futuro.
TMDQA!: Mesmo tendo acabado de lançar um álbum novo, já há planos para o futuro?
Brianna: Muitos shows! E definitivamente estamos ansiosos para trabalhar em novas músicas eventualmente.
TMDQA!: O que os fãs brasileiros podem esperar da nova turnê? Você pode nos dar um gostinho do setlist?
Brianna: Para ser honesta, ainda não definimos um setlist sólido! Mas sempre tentamos fazer uma boa mistura dos sons antigos e dos novos, para que tenha um pouco para todo mundo.
TMDQA!: O nome do nosso site é Tenho Mais Discos que Amigos, algo como “I have more records than friends”, em inglês. Minha pergunta é… você tem mais discos que amigos?
Brianna: Bem, eu não sou a maior colecionadora de discos do mundo – sou muito sortuda de ter um bom grupo de amigos, então eu diria que no momento tenho mais amigos que discos, mas eu adoraria ter mais discos para deixar os números iguais.