Entrevistas

TMDQA! entrevista Maneva: “o reggae sempre foi marginalizado no Brasil”

Uma das bandas mais cultuadas do estilo no país, o Maneva toca na Audio, em São Paulo, ao lado de Rael e Onze20 neste fim de semana.

(crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

Neste domingo, dia 3 de dezembro, São Paulo recebe o festival Tim Music Urbanamente, que estreou este ano no Rio de Janeiro. Com uma proposta de fortalecer uma “música urbana”, o evento vai acontecer na Audio, bela casa de shows na Barra Funda, zona oeste.

Na parte externa, grafiteiros vão duelar e mostrar sua arte. No palco principal, a partir das 16h, se revezarão as bandas Maneva e Onze20, de reggae, o quarteto de rappers do Haikaiss e um dos novos expoentes desse mesmo gênero, Rael. Os ingressos custam entre 40 e 120 reais e ainda estão à venda pelo site ou aplicativo da Ticket360.

Na preparação para o show, o Maneva parou para conversar com o Tenho Mais Discos Que Amigos!. Divulgando seu mais novo trabalho, um CD e DVD ao vivo gravado justamente em São Paulo, o grupo falou sobre o momento do reggae no país.

O vocalista, Tales, também comentou a ressonância de suas letras no público, que leva as mensagens de amor que a banda tenta passar como verdadeiros mantras. Confira abaixo a entrevista completa!

TMDQA! entrevista Maneva

TMDQA!: Olá, banda! Parabéns pelo trabalho novo, o CD e DVD Ao Vivo em São Paulo. Além dos grandes sucessos, o que vocês trazem de diferente pra esse lançamento, que vão apresentar no dia 3 para o público de São Paulo mesmo?

Maneva: Tocar em São Paulo é sempre especial. E quando temos a Audio como palco, a combinação é perfeita. Toda vez que tocamos aqui a energia é tão grande que quase não nos ouvimos no palco. E para honrar o publico da cidade que tanto amamos, apresentaremos algumas músicas inéditas do DVD, acredito que uma ou duas que não costumamos tocar, além dos grandes sucessos com uma cara nova e repaginada. Vai ser lindo.

TMDQA!: O Maneva sempre foi um grupo com forte apelo ao vivo, porque o público canta alta as frases marcantes das suas letras. Como vocês definem essas duas experiências, estúdio e palco?

Maneva: São duas coisas diferentes, porém prazerosas. As letras nunca nascem com uma real intenção de que agrade as pessoas, fazemos por amor e acho que esse é o fator que faz com que todo mundo cante e faz com que os shows do Maneva marquem a memória de quem assiste. No estúdio o processo é mais criativo, cuidadoso e intimo. Já o show é onde nos libertamos, onde nós somos o Maneva e onde sentimos todo que todo nosso trabalho tem sentido e toca o coração das pessoas. Um completa o outro são experiências incríveis sempre.

TMDQA!: Além dos vários shows marcados o ano inteiro pelo Brasil, vocês quase sempre participam do Encontro das Tribos, também aqui em São Paulo. A música que vocês, e as outras bandas participantes fazem, parece ter o poder de levar pra eventos culturais pessoas que nem sempre tem essa vontade ou oportunidade. É isso mesmo?

Maneva: Na verdade não temos muito como medir muito bem isso, mas ficamos muito felizes quando pessoas assistem aos shows e comentam com a gente que nunca tinha assistido, que se surpreenderam e foram tocadas. A música brasileira precisa do espectador junto nos shows. Isso faz um bem tão grande para o circuito reggae ou qualquer outro. E não faz só bem para essas pessoas, faz bem para todo mundo, inclusive para nós. Ficamos muito felizes quando isso acontece.

TMDQA!: Como está o momento do reggae no Brasil?

Maneva: Está melhorando. O reggae começou a se reinventar. Novos nomes começaram a aparecer e bandas como Natiruts, por exemplo, estão lançando novos trabalhos. O reggae sempre foi marginalizado no país. Embora o cenário tenha começado a crescer, ainda não temos o espaço que o reggae merece.

TMDQA!: Pra fechar, a pergunta que sempre fazemos aos nossos entrevistados, com o nome do nosso site: vocês têm mais discos que amigos?

Maneva: Olha, hoje em dia acreditamos que não mais. Com plataformas como Deezer e Spotify, acredito que eu já nem tenha tantos discos assim! Vale contar os discos digitais nos aplicativos? Se valer, com certeza temos (risos)!