O quinteto paulistano Alaska, formado por André Ribeiro (Guitarra e vocal), Nicolas Csiky (bateria), André Raeder (Guitarra), Vitor Dechem (Teclado, guitarra e voz) e Wallace Schmidt (Baixo), encerrou a jornada do seu primeiro disco conceitual de estúdio, Onda (lançado em 2015), com uma série de shows especiais e o clipe do single “Correndo com Tesouras” no final do ano passado.
A ocasião serviu para marcar o momento vivido pela banda e um novo recomeço para o Alaska, com os focos do grupo sendo voltados novamente para o estúdio e a composição do segundo disco.
Dizemos “recomeço” pois o novo material lançado pela banda de São Paulo dá sinais de uma ruptura anunciada na sonoridade da banda e na forma com a qual os artistas interpretam o seu trabalho. O Alaska lançou na última semana do mês de Abril um clipe auto-produzido para o seu novo single, “NVMO” , que flerta com o uso de sintetizadores, elementos eletrônicos e samples vocais, ampliando a gama sonora das composições da banda e uma certa quebra com o formato padrão das bandas de rock orgânicas.
O vocalista e guitarrista André Ribeiro refletiu sobre essa mudança sonora e estética da banda:
A ruptura surgiu de maneira natural, como resposta do nossos próprios descontentamentos e frustrações enquanto artistas, em relação ao que era – e ainda é – esperado de nós como uma suposta ‘banda de rock’. Um modelo que se sustenta pelo mesmo tipo de conteúdo e retórica, sendo fotos de show-sempre-sucesso nas redes sociais, ou exigindo que as canções sejam sempre dominadas pelas guitarras. Isso freia o desenvolvimento dos artistas, a reflexão do público e a dimensão do estilo, o que de certa forma empobrece todo o circuito e as possibilidades de conexão com a nossa audiência. Parece algo incoerente e bastante arrogante. E se é isso que se associa a uma banda de rock, queremos estar bem distantes daí.
O Alaska também aposta na expansão da sua equipe para um coletivo de artistas que possam colaborar com aspectos extra banda, como a direção criativa e visual no seu universo imagético, tarefa representada hoje por Guilherme Garofalo, que fornece esses direcionais criativos e estéticos para o grupo.
Essa nova estética já é representada no clipe da faixa “NVMO”, que segundo a banda “surgiu da ideia de condensar duas perspectivas que se entrelaçam de formas particulares. A primeira perspectiva retrata a dificuldade de encontrar profundidade nas relações interpessoais na era digital. Já a segunda trata da falta de identificação da banda diante dos princípios estéticos e artísticos que utilizou em seu primeiro disco.”
Assista abaixo e ouça a música na Playlist oficial do TMDQA!
Segundo a banda, o novo álbum será muito inspirado nos depoimentos e relatos recebidos por fãs através da plataforma Curious Cat. O sucessor de Onda está em fase de finalização, ainda não possui título e será lançado em 2018. Outros dois singles serão disponibilizados em breve.