Lançamentos

Roger Waters levou seu espetáculo a Belo Horizonte; veja como foi

Roger Waters fez mais um show da turnê Us+Them pelo Brasil, dessa vez em Belo Horizonte no Estádio do Mineirão. Veja a resenha.

Roger Waters em Belo Horizonte
Foto por Nayara Sampaio

Texto por Patricio Lima

Nem mesmo o clima de acirramento político ofuscou o espetáculo musical e visual em mais um show da turnê “Us + Them” de Roger Waters no Brasil, dessa vez em Belo Horizonte, no Estádio Mineirão, no último domingo (21).

À medida que se aproximava o horário do início do show, o público ficava cada vez mais eufórico na capital mineira. Logo ao entrarem na arena do Mineirão, os fãs se surpreendiam com toda estrutura montada. Um palco interativo e dinâmico com mais de 66 metros e um telão de 790m² que deixavam qualquer um boquiaberto.

O relógio marcava cerca de 21h30 quando um explosão e som de cinema começaram a emergir do Mineirão. Era Roger Waters iniciando seu show com “Speak to Me”, seguida de mais clássicos do Pink Floyd como: “Breathe”, “One of These Days”, “Time”, “The Great Gig in the Sky” e “Welcome to the Machine”.

O público ainda extasiado com a sequência, também pôde apreciar algumas músicas do último álbum solo de Roger Wates, Is This the Life We Really Want?. Entre elas: “Déjà Vu”, “The Last Refugee” e “Picture That”.

Em um show realizado em um estádio de futebol, nada mais justo que cânticos e gritos sejam similares aos de torcidas organizadas. Foram cerca de 50 mil pessoas cantando e gritando “Ole, Ole, Ole, Ole, Roger, Waters” e todos os sucessos do músico inglês, fundador do Pink Floyd, vendendo saúde aos seus 75 anos de idade.

Um dos pontos mais altos do show foi durante o clássico “Another brick in the wall”, do álbum The Wall (1979), que contou com a participação de crianças, alunos da Escola Municipal Benjamim Jacob de BH, vestidas com roupas de presidiários e encapuzados. Durante a música, eles tiraram o uniforme e mostraram uma camisa escrita “Resist”, uma das palavras mais usadas no show de Roger, fazendo alusão à resistência contra os poderosos.

Logo em seguida, Waters falou pela primeira vez com o público e elogiou a participação das crianças no show. “Essas crianças são maravilhosas. Ensaiamos apenas uma tarde e elas tiveram uma atuação incrível”, disse ele.

Roger Waters em Belo Horizonte
Foto por Nayara Sampaio

Após esse momento, teve início um intervalo de cerca de 20 minutos no qual foram exibidas no telão frases fortes contra o racismo, militarismo, fascismo, entre outras questões sociais. A partir daí, o estádio se tornou um verdadeiro “fla x flu” com gritos de “ele não” e “ele sim”.

Diferente de alguns dos shows da turnê no Brasil, Waters não projetou a mensagem “Ele Não” em alusão à candidatura de Jair Bolsonaro para presidência do País. Mesmo não exibindo o nome do presidenciável, o britânico deu uma alfinetada nele ao colocar a frase “ponto de vista político censurado”, onde nos primeiros shows da turnê estava o nome do candidato à presidência do Brasil em uma lista de políticos neofascistas.

Roger voltou ao palco e continuou alfinetando os políticos, chefes de estado e grandes empresários que fazem de tudo pelo poder e acúmulo de riqueza. Já no início da segunda parte do show, sirenes e uma iluminação vermelha tomaram conta do estádio, introduzindo “Dogs”, clássico do Pink Floyd.

Durante a música “Pigs”, do disco Animals (1975), Roger e todos os membros da banda surgiram com máscaras de porcos e brindando com champanhe, uma crítica clara aos políticos, enquanto um porco gigante alçou voo diante de um público deslumbrado. Em um dos dizeres, Waters exibiu o cartaz “Pigs rule the world” (porcos dominam o mundo)”.

A partir daí críticas à Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, surgem a cada segundo no telão do show. Em seguida, durante a música “Money”, líderes mundiais aparecem no telão com críticas às posturas opressoras dos mesmos.

Já nos momentos finais foi a vez de “Eclipse”, do disco antológico The Dark Side of the Moon (1973), deixar todos encantados com as projeções e toda a experiência sensorial com luzes de LED reproduzindo a capa do disco.

Waters encerrou o show com “Confortably Numb”, do disco The Wall (1979), finalizando com uma das músicas mais aclamadas pelos fãs da banda. Já no final do show, Roger mais uma vez falou com o público ressaltando a importância de todos os seres humanos se respeitarem e se amarem, afinal, todos são iguais. Foram 2h30 minutos de show, que sem dúvida ficarão eternamente nas memórias de quem estava no Mineirão.

A turnê de Roger Waters segue para o Rio de Janeiro (24/10, Estádio Maracanã), Curitiba (27/10, Estádio Couto Pereira), e Porto Alegre (30/10, Estádio Beira Rio).

Você pode encontrar ingressos clicando aqui.

Setlist

  1. Speak to Me (Pink Floyd song)
  2. Breathe (Pink Floyd song)
  3. One of These Days (Pink Floyd song)
  4. Time (Pink Floyd song)
  5. The Great Gig in the Sky (Pink Floyd song)
  6. Welcome to the Machine (Pink Floyd song)
  7. Déjà Vu
  8. The Last Refugee
  9. Picture That
  10. Wish You Were Here (Pink Floyd song)
  11. The Happiest Days of Our Lives (Pink Floyd song)
  12. Another Brick in the Wall Part 2 (Pink Floyd song)
  13. Another Brick in the Wall Part 3 (Pink Floyd song)
    Bis:
  14. Dogs (Pink Floyd song)
  15. Pigs (Three Different Ones) (Pink Floyd song)
  16. Money (Pink Floyd song)
  17. Us and Them (Pink Floyd song)
  18. Smell the Roses
  19. Brain Damage (Pink Floyd song)
  20. Eclipse (Pink Floyd song)
    Bis 2:
  21. Two Suns in the Sunset (Pink Floyd song)
  22. Comfortably Numb (Pink Floyd song)