Música

Mistérios do mundo abissal marcam clipe de Olívia de Amores

Faixa "Abisso" faz parte de visual album que a artista amazonense Olívia de Amores está preparando para 2019 chamado Não é Doce.

Olívia de Amores - Abisso

Como uma nova espécie ao ser descoberta em um habitat solitário, Olívia de Amores foge, aflita e arisca. Esse é o mote do vídeo de “Abisso”, novo single da artista manauara que fará parte do álbum de estreia. O disco será lançado entre fevereiro e março de 2019 e contará com vídeos para todas as faixas.

O álbum se chama Não é Doce e tem produção musical de Bruno Prestes e masterização do americano Steve Fallone, responsável pelo álbum Room On Fire, do Strokes. O trabalho é uma grande revisitação à memória da artista. Por ser extremamente pessoal, os instrumentos têm sido gravados exclusivamente por ela.

A artista ganhou reconhecimento na cena independente amazonense com o trio Anônimos Alhures, com quem tocou e cantou por 10 anos. Mas desde a adolescência ela passou a guardar algumas canções na gaveta e notou que tinha um caminho criativo diferente por vir.

Em 2013, a Olívia de Moraes começou a se tornar Olivia de Amores quando ganhou um impulso com um prêmio da Secretaria de Cultura do Amazonas, pelo roteiro que elaborou para a música “Plano Baixo”. Esse foi o primeiro passo e primeiro single solo da artista.

Mas tudo mudou no fim de 2016 e começo de 2017, quando a vida de Olívia virou de cabeça pra baixo. Após uma sequência de perdas, especialmente da morte da bisavó, ela passou a questionar seus rumos e, como parte da terapia, trancou-se em estúdio com o produtor e decidiu fazer um álbum. Nos tempos que tinha fora do estúdio, passou a escrever roteiros e conceitos visuais para aquelas músicas.

A já lançada “Post-it” é um contraponto ao espírito de “Plano Baixo” e fala abertamente desse processo de reconstrução e inspiração após as perdas. O clipe foi registrado durante o período de um ano, filmando um segundo importante de cada dia. O vídeo de “Abisso” vem somar a esses lançamentos.

“Eu quis recriar o ambiente do abisso no sentido humano da solidão. Acho bonito o fato de muitas dessas criaturas, por não terem contato com a luz, adaptaram-se e emitem a própria, clareando o ambiente em que vivem. São seres estranhos e iluminados. O eu-lírico da faixa é uma personagem cruel, que também é vítima de sua escuridão e frieza,” explica ela.

Assista ao clipe: