O We Are One Tour, festival que reuniu bandas consagradas do punk/hardcore nacional e internacional como Dead Fish, Sugar Kane, Garage Fuzz, Belvedere (Canadá), Comeback Kid (Canadá) e o lendário Pennywise (EUA) teve a sua edição 2018 realizada em São Paulo nesse último sábado (1 de Dezembro) e realmente fez valer o nome que recebeu pela produtora que o organiza, a Solid Music Entertainment.
“We Are One” (ou “somos um”, em português) deveria representar a unidade entre bandas de um gênero conhecido pela sua fraternidade e coletividade, e de fato foi isso que presenciamos na Arena Barra Funda nesse sábado: um festival com presença massiva de um público apaixonado por esse gênero e que faz valer a fama que a cidade de São Paulo tem entre as capitais que recebem shows de punk rock há décadas.
O local em que foi realizado parecia uma escolha um tanto quanto peculiar para um festival punk: a Arena Barra Funda nada mais é que o galpão da escola de samba da torcida palmeirense Mancha Verde. De qualquer forma, o espaço mais “raiz”, que não possui uma infraestrutura adequada de banheiros (só existia 1 masculino) e muito menos ar condicionado (o galpão ferveu debaixo do sol escaldante que castigava a tarde em São Paulo) combinou com a ocasião como uma espécie de declaração implícita de anti-Lollapaloolismo, um “não ao festival moderno”.
As 3.500 pessoas (média cedida pela organização) que abraçaram a causa, compraram ingressos e foram prestigiar as suas bandas favoritas viram um festival que remeteu aos anos áureos do saudoso ABC Pro HC (com as devidas ressalvas às proporções dos seus lineups) pelo clima de união e amor pelas bandas que subiriam ao palco, em especial aos headliners Dead Fish e Pennywise. O evento ainda contava com uma campanha de arrecadação de 1kg de alimento pela venda dos ingressos com valor de meia entrada.
Direction
Às 14h30 em ponto a banda paulistana de hardcore Direction abriu a programação do We Are One destilando sons do seu disco de estreia, Mesmo Horizonte, lançado em Maio do ano passado. Com vocais gritados e letras politizadas, o quarteto formado por Thiago de Jesus, Fausto Oi, André Vieland e Rafael Stringasci foi uma boa surpresa para aquecer a tarde enquanto atrações com mais peso no nome não entravam no palco.
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Sugar Kane
Segunda atração a subir no palco do We Are One, o Sugar Kane de Alexandre Capilé (vocal e guitarra), André Dea (bateria), Igor Tsurumaki (baixo e vocal de apoio), Ric Mastria (guitarra e vocal de apoio) e Vini Zampieri (guitarra) vive uma fase comemorativa dupla: o quinteto está atualmente tocando alguns shows para celebrar os 20 anos de banda ao mesmo tempo que comemora 15 do lançamento do disco Continuidade da Máquina, um dos principais da discografia dos curitibanos e que teve presença no repertório do show com clássicos como “Janeiro”, “A Máquina” e “Despedida”.
Longe de ser uma banda full time, atualmente o Sugar Kane tem se reunido somente para ocasiões especiais como a desse final de semana, mas não descartam a possibilidade de gravar material novo no futuro. O último disco do grupo foi o elogiadíssimo Ignorância Pluralística, lançado em 2014.
Com os vocais marcantes e berros rasgados de Capilé e a excelente musicalidade do baterista André Dea, o Sugar Kane começou a esquentar o público do festival para o que estava por vir com uma dose de nostalgia pelos hits do passado, mesmo com a presença ainda tímida do público pagante e com o galpão ainda longe de sua capacidade máxima, a banda não se intimidou. Destaque para a faixa “A Máquina Que Sonha Colorido”.
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Garage Fuzz
O calor já era tão insuportável nessa altura do campeonato dentro da estrutura metálica do galpão da Arena Barra Funda que muitas pessoas preferiram ficar na área de fora onde estavam as tendas de merch e uma praça de alimentação com food trucks ao invés de assistir ao show de uma das bandas mais importantes que já saíram da cidade de Santos: o Garage Fuzz.
Com 27 anos de estrada e atualmente excursionando pelo país para promover o seu mais recente DVD ao vivo, Celebrating 25 Years, o Garage Fuzz sofreu no início do seu show com as derrapadas vindas da mesa de som, que uma hora jogava o bumbo da bateria mais alto que o vocal, em outras só se ouvia guitarra, e assim o som da banda oscilou por algum tempo até que o tudo se estabilizasse em alguma equalização qualquer.
O show foi progressivamente esquentando até envolver toda a plateia no seu ápice durante a faixa “House Rules”, cantada em coro pelo público que reverenciou a banda com gritos de “Garage Fuzz! Garage Fuzz! Garage Fuzz!” ao fim da performance.
A banda sempre muito eficiente e com uma qualidade indiscutível, apesar da forma como deixaram o som deles mal equalizado, revisitou algumas canções do seu disco mais recente de estúdio, Fast Relief (2015) e fez um apanhado por clássicos da sua discografia como “Cortex”, “Embedded Needs”, “The Morning Walk” até chegarem na derradeira “Dear Cinnamon Tea”.
Antes de ir embora, o baixista Fabrício de Souza fez o convite para que os fãs fizessem a descida para a baixada Santista no próximo fim de semana para acompanharem o Fuzz Fest: festival realizado pela própria banda com convidados especiais no lineup, como os cariocas do Zander e as meninas do Cosmoginia. O evento rola no próximo dia 7 de Dezembro, caso você esteja por lá.
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Belvedere
Talvez uma das bandas mais interessantes da tarde, o Belvedere também sofreu um pouco com o som. Essa é uma reclamação que permeou todo o festival, mas talvez mais por questão das características físicas do local que não favoreciam essa tão buscada equalização do som em todos os pontos da Arena do que pela ineficácia dos técnicos que operavam a mesa (aliás, a pista bem à frente deles era o melhor lugar pra se assistir a todos os shows, se você que nem eu, se incomoda com não entender direito o que está sendo tocado ao vivo – mesmo no show de uma banda punk).
Dito isso, que fique claro que “som baixo” não era o problema aqui e o Belvedere está de prova: os canadenses tiveram um dos sets mais ensurdecedores do evento e usaram isso a seu favor. A banda apresentou os instrumentais mais impressionantes da noite, cheios de tempos cravados de guitarra, baixo e bateria com pedais duplos e riffs complexos, viradas impossíveis de bateria e mais notas do que eu imaginava ver sendo tocadas ao mesmo tempo deixaram a impressão de que música punk “é simples e só tem quatro power acordes repetitivos” totalmente ultrapassada.
O quarteto de Calgary se reuniu em 2012 após um hiato de 7 anos em uma turnê que passou por São Paulo, Curitiba e Criciúma, e um pouco depois retornou para a edição 2016 do mesmo We Are One Tour, dessa vez no Carioca Club.
Com a sua terceira passagem em trânsito, o Belvedere já jogava em casa com os fãs brasileiros e levantou o festival inteiro pela primeira vez sem fazer muita força, já que o som por si só era bastante empolgante e viu as rodas se expandirem e ganharem volume. Talvez isso tenha sido uma reação ao grito nervoso de “São Paulo, vocês estão mortos ou ACORDADOS?!” proferido no início do set pelo baixista Jason Sinclair.
O vocalista Steve Rawles era facilmente um dos mais empolgados na Arena Barra Funda aquela tarde, com uma presença de palco que lembrou muito os sócios Mark Hoppus e John Feldmann (Goldfinger) em seus constantes pulos, expressões faciais cômicas e sorrisos de orelha a orelha. O vocal tem uma voz que lembra muito o skatepunk clássico dos dois nomes anteriormente mencionados, mas em especial de uma banda australiana excelente da mesma época que se chama Bodyjar (talvez os jogadores de Tony Hawk’s Pro Skater se lembrem da música “Not The Same” deles).
Destaques ficam para todas as faixas tocadas do disco Fast Forward Eats The Tape, o trabalho definitivo do Belvedere, lançado em 2002. Em especial para o absurdo de som que é a música “Slaves To The Pavement”. Relembre agora:
Os canadenses ainda estavam circulando pela praça de alimentação após o show do Pennywise, conversando com os fãs e tirando selfies como quem não quer nada. Uma banda realmente muito boa que mereceu ser escalada pela segunda vez para o festival; não perca de novo caso voltem ao Brasil.
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Comeback Kid
Admito que não estava nada familiarizado com o Comeback Kid antes do festival, mas minha nossa senhora: que show insano. Facilmente a banda que mais extrapolava a temática punk do festival, pegando muitos elementos emprestados do metal, os também canadenses do Comeback Kid são mais uma banda de metalcore do que qualquer outra coisa. Velocidade, vocais rasgados e gritados, breakdowns, muita distorção, volume altíssimo de doer os tímpanos. Foi do jeito que eles gostariam que fosse, pois eram também a banda mais empolgada do festival no palco até o momento.
O baixista Jason Sinclair do Belvedere já havia pedido para que os fãs brasileiros saudassem os seus conterrâneos e explicou que as duas bandas são de extremos opostos do Canadá, mas que São Paulo era sempre o lugar onde eles se encontrariam na metade do caminho. O vocalista do Comeback Kid, Andrew Neufeld, foi ainda mais enfático na sua declaração de amor à capital paulistana e no meio do set disse o seguinte: “toda vez que lançamos um disco novo eu fico torcendo para que a turnê passe pela América do Sul, especificamente em São Paulo. Eu sei que vão ser os shows mais selvagens e insanos da turnê, e pelo que estamos vendo aqui hoje, mais uma vez eu estou certo. É sério, eu falei pra ele [Jeremy Hiebert, vocalista que está prestes a ser pai] e implorei ‘por favor, por favor, por favor, podemos ir pra São Paulo mais uma vez antes que o bebê nasça?'”
O desejo de Andrew foi concedido e o público de São Paulo se entregou ao som do Comeback Kid com vários moshes, rodas punk, gritaria e caos. Os canadenses estavam promovendo o seu disco mais recente, Outsider e mostraram a pressão que o som tem ao vivo nas avassaladoras faixas “Absolute” e “Wake The Dead”. Não deixem de ouvir.
Dead Fish
Um dos headliners da noite, o sempre acima da média Dead Fish foi presenteado com o melhor som que emanava dos PAs no dia até o momento e a banda entrou no palco do We Are One pronta para enfiar o dedo na ferida dos fãs do hardcore que ainda não entenderam que esse não é um estilo de som que se esquiva das suas visões políticas.
Em nossa recente entrevista com ele, onde afirma que os planos do Dead Fish para 2019 são “sobreviver ao fascismo burro brazuca e terminar o disco novo“, Rodrigo deixou claro que os conservadores e extremistas da direita que ainda tentam se encaixar na cena punk/hardcore “estão no lugar errado”. E se isso era algum indicativo do que estava por vir, havia algumas pessoas no lugar errado nesse show do Dead Fish, como foi o caso antes de músicas mais emblemáticas como “Modificar” e “MST”, que deu as caras no setlist e clamou pela conscientização das práticas e realidades de um movimento que está prestes a se tornar ilegal no país. Rodrigo disse que ninguém será Presidente de porra nenhuma enquanto a reforma agrária não acontecer nesse país.
Em outro momento do set ele ainda dedicou faixas ao presidente eleito e seu fã clube, desabafando: “a próxima música é sobre repetir uma mentira até que ela se torne verdade. Obrigado a Rede Globo, Record, Joven Pan e RBS por terem colocado um fascista de volta no poder. Conglomerados Midiáticos que estão na mão de famílias oligárquicas patéticas. Então foda-se.”
Além de todos os desabafos, o show do Dead Fish seguiu a cartilha impecável de como fazer um show de hardcore rápido e preciso, com muita presença de palco e envolvimento do público, que cantava a plenos pulmões a grande maioria das canções. Destaque para a impressionante precisão do batera Marcão conduzindo essa máquina dentro do tempo e para o “bico” do baixista Igor Tsurumaki (Sugar Kane) que tocou o set inteiro com a banda.
Não faltaram pedradas como “Autonomia”, “Zero e Um” e “Bem Vindo ao Clube” para coroar o show, que se encerrou com o controverso pedido de Rodrigo para que os fãs não se esquecessem do “preso político mais importante do mundo nesse momento, Luis Inácio”, o que provocou divisão na plateia mostrando que a polarização das ruas e redes cabe dentro da amostragem de um festival punk também.
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Pennywise
Os donos da festa, o veterano quarteto de Hermosa Beach, Pennywise, subiu ao palco próximo das 21h para aquele que seria o sexto show da banda em São Paulo. A última passagem do grupo por aqui foi durante a edição 2017 do Maximus Festival, onde também estavam acompanhados do Dead Fish, uma das bandas brasileiras favoritas do vocalista Jim Lindberg, como o próprio afirmou em entrevista concedida ao TMDQA!.
Em 2018 o Pennywise veio ao nosso país para promover o seu mais recente lançamento, o décimo segundo disco de estúdio, Never Gonna Die, mas também para celebrar o marco de 30 anos de carreira. Com mais tempo de palco do que na última ocasião, os californianos fizeram um passeio pela discografia de longa data e mandaram sons como “Peaceful Day”, “Unknown Country”, “Rules”, “Fight ‘Til You Die” e clássicos absolutos como “Society” e “Fuck Authority”. A última também foi coroada por um discurso do guitarrista Fletcher sobre como o Pennywise “ouviu rumores de um porco fascista assumindo o poder no Brasil” e como a banda sempre será contra o extremismo governista em qualquer lugar do mundo.
O set do quarteto também foi repleto de covers, como o já esperado de “Stand By Me” (Ben E. King), “Wild In The Streets” (Garland Jeffreys, imortalizada pelo Circle Jerks), “T.N.T.” do AC/DC e “Do What You Want” do Bad Religion. Antes de iniciar o último mencionado, o Pennywise começou a brincar com as bandas que os fãs estavam usando estampadas em suas camisetas na plateia, arriscando até algumas notas de “Carousel” do blink-182 antes de introduzir o cover de Bad Religion como agradecimento à “banda que nos trouxe até aqui”. Jim Lindberg ainda brincou dizendo que eles eram “contratualmente obrigados a tocar essa música em todos os nossos shows até o fim da banda, já que eles são os nossos chefes agora” (o último disco do Pennywise foi lançado através da Epitaph Records, gravadora do ex-guitarrista do Bad Religion, Brett Gurewitz).
Outro momento interessante (e que parece rolar em todos os shows da banda) é quando eles abrem os pedidos para músicas. Uma pessoa subiu mais alto que todos no ombro de um amigo para pedir (sob votação) a faixa “Every Single Day”, do terceiro disco de estúdio About Time. O pedido foi prontamente atendido e com aprovações do restante da plateia.
Após um pequeno bis, o coro do “ÔôÔÔÔôÔÔôôÔ” clássico da introdução de “Bro Hymn” já era ecoado em uníssono pelo público que sabia bem o que esperar pela frente. O hino do Pennywise, dedicado à memória do ex-baixista da banda e principal letrista, Jason Thirsk, ganhou uma invasão de palco das bandas que tocaram durante o festival e das equipes que as acompanham, em uma grande catarse amistosa para coroar o final de um dia de união em torno de uma cena que contra tudo e todos, teima em sobreviver à passagem do tempo. O próprio Jim Lindberg fez um pedido para “que exista mais uma edição do We Are One” no ano que vem. Aguardemos ansiosamente.
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Setlist Pennywise:
- Peaceful Day
- Rules
- Homesick
- Same Old Story
- Fight Till You Die
- My Own Country
- Unknown Road
- Society
- Straight Ahead
- Live While You Can
- Every Single Day
- Do What You Want (Bad Religion cover)
- Wild In The Streets (Garland Jeffreys cover)
- T.N.T. (AC/DC cover)
- As Long As We Can
- Fuck Authority
- Alien
- Stand By Me (Ben E. King cover)
- Bro Hymn