Um dos grandes nomes dos anos 90, os australianos do Silverchair fizeram uma carreira lotada de grandes hits que acompanharam a evolução musical da banda ao longo de quase 20 anos de atividade.
Da clássica estreia com o álbum Frogstomp, de 1992, até Young Modern, de 2007, Daniel Johns, Chris Joannou e Ben Gillies estouraram ainda adolescentes e se tornaram um fenômeno mundial. Em 2011, a banda anunciou um hiato por tempo indeterminado.
Em 2017, o baterista Ben Gillies deixou clara a sua vontade de retornar às atividades, mas nada aconteceu. Daniel Johns, que recentemente fez uma performance super estranha da música “Freak”, declarou recentemente que a banda nunca mais irá se reunir.
O Silverchair invadiu a MTV e demais canais especializados com os clipes que os tornaram um dos grandes fenômenos da geração.
Escolhemos um de cada disco para relembrar a trajetória da banda.
“Tomorrow” – Frogstomp (1995)
O começo de tudo, os membros na casa dos 16 anos de idade, praticando o grunge em sua essência.
O Silverchair venceu uma competição nacional, realizada na TV australiana, e assinou com a gravadora Sony por três discos.
“Tomorrow”, carro chefe do primeiro álbum, foi regravada para o mercado americano e se tornou uma das músicas mais executadas no ano, alavancando a carreira do grupo.
“Abuse Me” – Freak Show (1997)
Ainda com a sonoridade baseada fortemente no movimento grunge, o segundo disco trazia algumas características que davam sinais de que o som da banda passaria por mudanças mais bruscas nos próximos trabalhos.
Faixas como “Slave”, “Freak”, “Lie To Me” e “Learn To Hate” carregavam o peso que havia sido trabalhado no disco antecessor, mas faixas como “Cemetery” e “Abuse Me” já adicionaram novos elementos e instrumentos.
“Emotion Sickness” – Neon Ballroom (1999)
O terceiro disco trouxe um rompimento com muito do que a banda havia feito até então. Faixas orquestradas, menos peso nas guitarras e a presença do piano somados a letras densas, fizeram do disco um divisor de águas.
Muitos fãs antigos torceram o nariz pra nova sonoridade e uma legião de novos admiradores aderiram à nova fase. A crítica viu como um amadurecimento positivo e mais uma vez o Silverchair estourou nas vendas e emplacou hits como “Anthem For The Year 2000”, “Miss You Love” e “Ana’s Song (Open Fire)”.
A faixa “Emotion Sickness”, que abre o disco, resume bem toda a mudança trabalhada no álbum.
“Across The Night” – Diorama (2002)
Estava consolidada a mudança sonora. O pós-grunge praticado pelo Silverchair trouxe mais algumas diferenças em relação ao disco anterior.
A aura pesada no som e a carga emocional tratando de questões delicadas nas letras deram lugar a melodias orquestradas um pouco mais elaboradas.
Johns compôs a maioria das músicas novas no piano e a sua busca pela perfeição fez o processo criativo e de gravação um pouco mais demorado que o habitual, pro ritmo que vinha sendo praticado.
A crítica ficou dividida, mas a banda ainda caminhava super bem perante os fãs e as paradas.
“Straight Lines” – Young Modern (2007)
5 anos se passaram desde o último trabalho, a unidade entre os membros já não era a mesma e o Silverchair demonstrava sinais de “cansaço”.
O novo trabalho mais uma vez chegou moderno, ratificando o talento da banda em se reinventar, não ficar numa zona de conforto e a cada trabalho surpreender os fãs.
Foi o último passo dado pelos australianos que começaram totalmente influenciados pelos ídolos e se tornaram referência pra muitas outras bandas de sucesso.
Muito do que ouvimos em Young Modern é uma boa base para a enxurrada de nomes que iniciaram no mesmo período e que estão até hoje praticando o chamado indie moderno.