Por Bruno Inacio
Em setembro de 2009, chegava aos cinemas Up – Altas Aventuras, animação da Pixar dirigida por Pete Docter e Bob Peterson. O filme conta a história de Carl Fredricksen, um vendedor de balões de 78 anos, que está a um passo de perder a casa que construiu e em que sempre morou junto à falecida esposa Ellie.
Em um momento de fúria contra aqueles que tentavam tomar sua casa, Carl acaba sendo considerado uma ameaça pública e é forçado a ser internado. Para evitar que isso ocorra, ele tem a ideia de viajar para a América do Sul — local que Ellie e Carl sempre quiseram conhecer — utilizando um meio de transporte nada convencional: sua própria casa, que alça voo com a ajuda de vários balões. O que Carl não esperava, entretanto, era levar Russell, um escoteiro de 8 anos, nessa viagem.
Assim começa a aventura que levou crianças, adolescentes e adultos aos risos e às lágrimas há dez anos. Com cenas memoráveis — como a montagem logo no início do filme, que mostra a trajetória de Ellie e Carl do momento em que se conheceram até quando ela morre — Up se apresenta como um filme capaz de provocar reflexões sobre diversos temas, sem precisar apelar para o tom melodramático.
Discute, por exemplo, a dificuldade de reaprender a estar só após uma vida inteira dividida com alguém; a possibilidade de uma forte amizade entre duas pessoas, a princípio, tão diferentes; e a importância de buscar a realização dos sonhos, mesmo que pareça tarde demais para isso.
Desde Toy Story (1995), a Pixar tem demonstrado que animações são capazes de nos divertir, emocionar e ensinar muito a respeito de tudo aquilo que sentimos. Isso tudo sem jamais deixar de lado uma boa trilha sonora original. Dessa forma, constrói filmes que, assim como o amor de Carl e Ellie, não envelhecem. E dez anos depois, Up é mais uma prova disso.