As séries de TV já fazem parte da vida de uma boa parcela da população e um caminhão de novas produções chega às telas todos os anos para suprir essa demanda. Isso gera um grande dilema e levanta a velha questão: vale tanto a pena investir em quantidade quando existe o risco de perder a qualidade das produções?
De qualquer forma, isso não parece ser algo que incomoda as grandes empresas do setor. O ano de 2020 promete ser o período de consolidação dos serviços de streaming, com a chegada do Disney+ e a vinda do HBO Max para o Brasil, aumentando ainda mais a oferta de séries ao longo do ano.
Mas enquanto esse futuro próximo não chega, podemos olhar para trás e ver o que foi feito de bom nos últimos 10 anos. Essa tarefa é uma missão árdua, exatamente pelo grande volume de produções já citado.
Para compor esta lista, foram consideradas as séries que: 1) estrearam depois de 2010; 2) estrearam antes de 2010, mas têm mais temporadas depois desse ano.
Também foram consideradas algumas minisséries que alcançaram grande relevância junto ao público e à crítica.
Então pegue o papel e a caneta para atualizar a sua watchlist e divirta-se!
50 – The Big Bang Theory (2007-2019)
É inegável que as primeiras temporadas de The Big Bang Theory foram muito melhores que as últimas, que caíram na armadilha da repetição das próprias fórmulas de sucesso (a última indicação ao Emmy de melhor série de comédia, por exemplo, veio em 2014).
Porém, a influência do grupo de nerds na cultura pop continuou enorme. Sheldon é um dos personagens mais marcantes da televisão norte-americana, ganhando até um spin-off próprio, e essa relevância contribuiu para TBBT garantir seu lugar por aqui.
49 – A Maldição da Residência Hill (2018-)
As produções originais da Netflix já vinham sofrendo há algum tempo quando A Maldição da Residência Hill estreou, em 2018. A “quantidade” vinha atrapalhando, de certa forma, a “qualidade” do que a plataforma estava produzindo.
Mas esta série surpreende pela forma competente com a qual criou um terror que não fosse batido, sem apelar para clichês utilizados à exaustão na indústria. O mérito de A Maldição da Residência Hill aumenta se pensarmos que séries de nichos tão específicos precisam ser inventivas e inovadoras para conquistar uma base de público.
48 – American Gods (2017-)
A adaptação do canal Starz para o livro homônimo, escrito por Neil Gaiman, foi por um tempo o principal título do Amazon Prime Video para atrair público no Brasil. E funcionou. A primeira temporada apresentou uma guerra de divindades modernas e antigas de forma extremamente criativa, sob aval do próprio Gaiman.
Porém, a qualidade da série foi duramente prejudicada pela troca de showrunners (são quatro em apenas três anos) e pela saída de uma das protagonistas entre as duas primeiras temporadas. As tretas dos bastidores dificultaram o andamento de American Gods, mas espera-se que eles retornem aos trilhos porque o material original continua sendo excelente.
47 – This Is Us (2016-)
A série da NBC é uma crônica sobre o dia a dia de um grupo de pessoas que nasceram no mesmo dia. Cada um com seus dramas pessoais, problemas do cotidiano e que são facilmente transportados para a realidade de qualquer um de nós.
E as tramas são tão próximas da realidade que é difícil não cair no choro pelo menos uma vez ao longo das quatro temporadas já lançadas. Mas não para por aqui: a série já está renovada até o sexto ano.
46 – Mindhunter (2017-)
Mindhunter foi uma grata surpresa no gênero policial. A adaptação do livro homônimo, escrito por John Douglas e Mark Olshaker, mostrou como surgiu a análise psicológica de criminosos condenados – aspecto presente também em séries como Criminal Minds, por exemplo.
A diferença é que os serial killers de Mindhunter são reais. As entrevistas feitas pelos protagonistas existiram e o trabalho feito pelo FBI nos anos 70 é utilizado por forças policiais até hoje na vida real. É muito interessante ver como esse processo aconteceu, mesmo com alguns toques de ficção para viabilizar a adaptação.
Destaque especial para a caracterização dos assassinos. O trabalho de maquiagem desta série é magnífico, deixando os atores idênticos aos criminosos reais.
45 – American Crime Story (2016-)
O impacto cultural de American Crime Story pode não ter sido tão grande no Brasil, uma vez que os casos abordados em cada temporada são extremamente populares lá em terras norte-americanas, mas não muito por aqui. Mesmo assim, a série impressionou pela qualidade técnica, tanto em atuações quanto em roteiros e direção.
Destaque para a primeira temporada, The People v OJ Simpson (2016), que levantou novamente os holofotes para um dos casos de crimes envolvendo celebridades mais famosos na história dos EUA.
44 – House of Cards (2013-2018)
House of Cards foi a primeira série original da Netflix e uma das produções mais relevantes da TV americana por muito tempo. Frank Underwood era um protagonista detestável, exatamente por representar de forma realista a corrupção por trás da vida política dos EUA. Além disso, Kevin Spacey e Robin Wright tinham uma química absurda em tela, elevando a atuação a níveis admiráveis.
A farofa foi espalhada, porém, quando Kevin Spacey foi acusado de abuso sexual contra um ator, quando ele ainda era adolescente, nos anos 80. Depois que outras denúncias pipocaram e Spacey apenas piorou sua situação com declarações bizarras, a Netflix demitiu o ator e a série teve que se reinventar. Apesar dos esforços de Robin Wright, não deu muito certo e o final acabou sendo melancólico, após seis temporadas.
43 – Orange Is The New Black (2013-2019)
OITNB foi uma série protagonizada apenas por mulheres e pegou firme em temas sociais, especialmente na violência policial no sistema prisional norte-americano. A precisão ao dosar humor e drama foi um dos trunfos da produção, que não teve medo de criar algumas caricaturas de personalidades comuns para se aproximar do público.
Aliás, a representatividade na série sempre foi elogiável. Etnias, orientações sexuais, idades e tudo quanto é tipo de estereótipo estavam presentes ali, sempre de forma muito orgânica.
42 – Atypical (2017-)
Atypical é uma série original da Netflix, criada e escrita por Robia Rashid, que acompanha um rapaz de 18 anos diagnosticado dentro do espectro do autismo. Ele trabalha, estuda e procura viver como qualquer garoto normal.
A sensibilidade para tratar de um tema pouco recorrente como o autismo foi um dos fatores que conquistaram o público. Tudo isso fez parte de um contexto engraçado, divertido e acabou virando uma boa ferramenta para conhecer um pouco mais sobre a Síndrome de Asperger.
41 – Love, Death & Robots (2019-)
A antologia de animação original da Netflix é uma espécie de Black Mirror mais descontraída. Episódios curtos (nenhum passa dos 20 minutos de duração) e os vários estilos de animação diferentes são os diferenciais da série, que foi produzida por Tim Miller (Deadpool) e David Fincher (Clube da Luta).
Cada história apresentou um tema diferente, sempre criando reflexões sobre ética, amor, tecnologia, entre outros. Alguns dos episódios ainda deixaram o final aberto a interpretações, uma vez que são rápidos demais para desenvolver os roteiros. E isso é muito bom! Vários deles deixam um gostinho de querer assistir mais coisas naqueles universos, mesmo sabendo que as histórias acabaram ali e ponto.
40 – Anne with an E (2017-2019)
Baseada no livro Anne de Green Gables, lançado em 1908 por Lucy Maud Montgomery, e adaptada pela escritora e produtora vencedora do Emmy, Moira Walley-Beckett, Anne with an E é uma série do canal canadense CBC que está disponível mundialmente pela Netflix.
A trama gira em torno de uma jovem garota órfã no final do século XIX, que traz reflexões sobre temas importantes como identidade, preconceito, sentimento de pertencimento e bullying. O roteiro desde o início se mostrou extremamente sagaz, além de conversar com direção, fotografia e trilha sonora impecáveis. Uma pena, porém, foi o cancelamento precoce, já que a série não estava dando o retorno esperado em números de audiência.
39 – Euphoria (2019-)
Criada por Sam Levinson e baseada no programa israelense de mesmo nome, Euphoria é estrelada por Zendaya e seguiu os passos de um grupo de estudantes do ensino médio que queria aproveitar a vida como se não houvesse amanhã.
Com forte conteúdo de sexo e drogas, a série focou em um dos períodos mais complicados da vida – que é a transição da adolescência para a fase adulta – e acompanhou como os laços de amizade que são criados, explorando os traumas e as dificuldades de cada um dos personagens para se encontrar no mundo.
Os medos e anseios são os maiores inimigos para encontrar a felicidade que eles buscam e todo mundo já passou por uma fase assim, o que ajudou na identificação do público com a trama.
38 – Twin Peaks (2017)
Criada por Mark Frost e David Lynch, Twin Peaks foi uma série exibida pelo canal ABC entre 1990 e 1991, sendo retomada pela Showtime em 2017 para uma nova temporada, com o nome Twin Peaks: O Retorno.
Além de David Lynch na direção, muitos atores do elenco do seriado original retornaram, incluindo Kyle MacLachlan, na pele do agente especial do FBI. Já entre os novos membros do elenco estavam Laura Dern, Naomi Watts, Michael Cera, Jim Belushi e Jennifer Jason Leigh.
Twin Peaks se tornou um clássico cult e venceu três Globos de Ouro, em 1991. Ela conquistou os troféus de Melhor Série de Drama, Melhor Ator em Série Dramática, para Kyle Maclachlan, e Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme para TV, para Piper Laurie. Com o retorno, fãs puderam constatar que a vibe surreal do clássico foi mantida, com a vantagem de ser muito agradável visualmente.
37 – Fargo (2014-)
Inspirada no filme de mesmo nome lançado em 1996 dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen, Fargo foi criada por Noah Hawley para a FX e trouxe os cineastas responsáveis pelo longa original como produtores executivos.
Bastante elogiada pela crítica e pelo público, a série já venceu três Globos de Ouro. Em 2015, a produção conquistou os troféus nas categorias Melhor Minissérie ou Filme para Televisão e Melhor Ator em Minissérie ou Filme para Televisão, para Billy Bob Thornton. Três anos depois, a série voltou a vencer o Globo de Ouro de Melhor Ator em Minissérie ou Filme para Televisão, para Ewan McGregor.
Além de Thornton e McGregor, já contou no elenco com Martin Freeman, Allison Tolman, Colin Hanks, Kirsten Dunst, Patrick Wilson, Cristin Milioti e muitos outros. A quarta temporada vai estrear em 2020, em data ainda não agendada.
36 – The Crown (2016-)
A série criada e escrita por Peter Morgan para a Netflix, The Crown narra historicamente os fatos ocorridos durante o reinado da Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, que ainda está no controle da monarquia. Morgan também escreveu o filme A Rainha, de 2006, dirigido por Stephen Frears e estrelado por Helen Mirren.
Em The Crown, ele escreveu a trama junto com o famoso cineasta Stephen Daldry, responsável por filmes como Billy Elliot (2000), As Horas (2002) e O Leitor (2008).
A primeira e a segunda temporadas foram protagonizadas por Claire Foy, que deu vida a Rainha em sua fase jovem. Já Olivia Colman encarnou a majestade em sua fase madura, da terceira temporada em diante. O quarto ano da produção será disponibilizado em 2020.
Muito elogiada pela crítica e pelo público, The Crown se destacou na cerimônia do Globo de Ouro de 2017 ao levar as estatuetas de Melhor Série Dramática e Melhor Atriz em Série Dramática, para Claire Foy.
35 – Hannibal (2013-2015)
Protagonizada por Mads Mikkelsen, Hannibal foi uma série de thriller criminal da NBC baseada nos personagens e elementos presentes nos livros Red Dragon e Hannibal, de Thomas Harris.
O seriado focou na relação entre o inteligente investigador especial do FBI Will Graham (Hugh Dancy) e o Dr. Hannibal Lecter, um notável psiquiatra forense que escondia muitos segredos aterrorizantes, colocando-o em um lado oposto ao policial.
A produção teve três temporadas, com 13 episódios cada. A comoção do público com o cancelamento da série foi o termômetro para ver que, além de uma boa produção audiovisual, Hannibal também tinha um carinho que ia além das questões mais técnicas com seus fãs.
34 – Sherlock (2014-2017)
A série britânica de drama policial Sherlock se baseou nas aventuras do famoso personagem da literatura mundial, o detetive Sherlock Holmes, escritas por Sir Arthur Conan Doyle. Seu último episódio foi exibido em 2017, após quatro temporadas.
Adaptada para a televisão por Steven Moffat e Mark Gatiss, o seriado foi estrelado por Benedict Cumberbatch, que vivia o investigador protagonista. Ele era acompanhado por Martin Freeman, que encarnava o Doutor John Watson. Ambos venceram o Emmy de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, respectivamente, em 2014.
O formato de Sherlock era um tanto diferente, já que cada temporada trazia em média três episódios, com uma hora e meia de duração. Era como assistir a vários filmes, mas no modelo de seriado. Tanto que o intervalo de produção entre uma temporada e outra costumava ser mais longo, de dois em dois anos (às vezes um pouco mais).
Embora tenha tido altos e baixos, com episódios muito bons alternados com outros mais fracos, Sherlock recebeu muitos elogios da crítica e do público. E uma curiosidade: a terceira temporada se tornou a série de drama mais vista do Reino Unido desde 2010!
33 – Orphan Black (2013-2017)
Finalizada em 2017, em sua quarta temporada, Orphan Black foi uma série canadense criada por Graeme Manson e John Fawcett, que misturava ficção científica e suspense. A produção foi exibida pela BBC America e trazia a atriz Tatiana Maslany, de forma espetacular, interpretando diversas personagens. A principal era Sarah Manning, uma mulher comum que descobriu que existiam diversos clones a partir do seu DNA.
Aclamada pelos fãs, a série levantava questões morais e éticas a respeito da clonagem humana, assim como as consequências no que concerne às identidades pessoais. Pelo seu trabalho, Tatiana venceu o Emmy de Melhor atriz em 2016.
32 – Better Call Saul (2015-)
Spin-off de Breaking Bad, Better Call Saul também foi criada por Vince Gilligan e Peter Gould, sendo ambientada a partir de 2002, antes dos eventos ocorridos na premiada série estrelada por Bryan Cranston.
A trama acompanha os passos do advogado Saul Goodman (Bob Odenkirk), que, na época em que se passa a série, ainda era chamado James Morgan “Jimmy” McGill. Eram exatos seis anos antes de sua aparição em Breaking Bad.
Com padrão estético e narrativo similar à série que lhe deu origem, Better Call Saul conquistou o público e a crítica, recebendo elogios desde a primeira temporada. Alguns episódios, inclusive, estão em um patamar digno de Breaking Bad, se não melhor, nos episódios mais recentes.
O seriado, apesar de ser do canal AMC, tem distribuição em países da América Latina e Europa através da Netflix.
31 – Rick and Morty (2013-)
A série de animação adulta Rick and Morty, criada por Justin Roiland e Dan Harmon, é exibida pelo Cartoon Network, na faixa Adult Swim, e mistura comédia e ficção científica.
Muito popular entre jovens que gostam de desenhos com linguagem pesada e cheios de polêmicas, o seriado estreou em 2013 e apresentou as aventuras do cientista alcoólatra Rick Sanchez e seu neto Morty. As aventuras como viajantes interdimensionais sempre foram recheadas de diálogos complexos, humor esdrúxulo, pessimismo filosófico e referências à cultura pop.
Não chegava a ser revolucionário, pois outras obras como South Park e Family Guy utilizavam, de certa forma, as mesmas ideias, mas Rick and Morty foi inovador por acrescentar a ficção científica de uma forma mais caricata do que estávamos acostumados.
30 – Mr. Robot (2015-2019)
A história do jovem programador que se tornou hacker chegou ao fim em 2019 e garantiu um lugar entre as melhores séries da década pela qualidade do roteiro e inventividade. O thriller colocou em pauta cibersegurança e hackativismo através de seu protagonista, Elliot (Rami Malek). O rapaz de perfil ansioso e depressivo tinha alucinações frequentes e era o responsável pela segurança das redes de uma corporação gigantesca. Tanta responsabilidade nas mãos de uma persona instável foi o combustível para a trama.
Com quatro temporadas, Mr. Robot trouxe críticas contundentes ao capitalismo exacerbado e às corporações gigantes que controlam e concentram todo tipo de informação e dados atualmente. Foi uma série única que conseguiu colocar um ponto final surpreendente e coeso. Fará falta na televisão.
29 – The Boys (2019-)
Com apenas uma temporada, a adaptação dos quadrinhos The Boys conseguiu subverter a imagem convencional dos super heróis já consolidada no imaginário coletivo. Aqui, os heróis são controlados por uma corporação, que administra cada aspecto de suas vidas. Heróis não são perfeitos e a série mostra como o poder pode corromper a moral de cada, ainda mais protegidos por uma indústria.
Em The Boys, não há o pensamento altruísta de fazer o bem ao mundo, e sim se entregar à própria arrogância. Uma das estreias mais recentes do Amazon Prime Video, a adaptação pode ser ainda melhor explorada em futuras temporadas.
28 – Westworld (2016-)
Baseado no filme de Michael Crichton, de 1973, Westworld trouxe uma versão atualizada da distopia que se passa num parque de diversões para adultos. Androides quase perfeitos habitavam um mundo parecido com o tradicional velho oeste norte-americano e se relacionavam com humanos de maneira igual. Mas uma rebelião subverteu a diversão e mostrou o pior lado da inteligência artificial criada.
Westworld era uma interessante peça de ficção científica, que explorou e distorceu os conceitos de moral. Se aos humanos fosse permitido tudo, onde isso iria parar? Com a série, a HBO conseguiu se consolidar ainda mais como uma emissora de produções de qualidade ímpar. Esperamos que Westworld não sofra do mesmo mal que Game of Thrones e, um dia, consiga encerrar a história de forma digna.
27 – Killing Eve (2018-)
O envolvente jogo de gato e rato entre uma agente do MI5 e uma talentosa assassina foi a premissa de uma das séries mais elogiadas do último ano. Baseada nos livros Codename Villanelle, de Luke Jennings, Killing Eve conseguiu engajar desde o primeiro episódio com um thriller pontuado de cenas de perseguição e humor ácido.
Talvez um dos principais pontos para o sucesso da série seja uma trama feminina escrita inteiramente por mulheres. A genial Phoebe Waller-Bridge (Fleabag) assinou a primeira temporada e também atuou como produtora executiva; Emerald Fennell escreveu a segunda parte, e Suzanne Heathcote ficou responsável pela terceira temporada — atualmente em produção.
Aclamada pela crítica e com diversas indicações – e vitórias! – às principais premiações da televisão, Killing Eve foi uma grata surpresa entre os novos títulos que fizeram sua estreia já no fim da década. Sedutora e de prender a atenção, assim como Villanelle (Jodie Comer), o thriller é tão viciante quanto a relação entre a assassina e Eve Polastri (Sandra Oh).
26 – Peaky Blinders (2013-2019)
Histórias sobre famílias envolvidas em esquemas corruptos costumam atrair o público, ávido pelos estratagemas e relações conturbadas envolvidas na trama. E Peaky Blinders trouxe isso, se baseando na famosa gangue que atuou em Birmingham, na Inglaterra, na década de 20. Elegância, violência e busca pelo poder foram o mote do drama britânico, que estreou em 2013 na BBC.
Vale comentar sobre a trilha sonora também. Nick Cave, Arctic Monkeys, White Stripes, Radiohead são alguns nomes que denotam a agressividade e sujeira das ruas cinzentas da Inglaterra no início do século 20. E embora tenha chegado ao fim em 2019 e ainda se encontre meio escondida no catálogo da Netflix, entre tantos títulos mais comerciais, Peaky Blinders se destacou entre os lançamentos dos últimos anos.
25 – Vikings (2013 -)
Produzida pelo History Channel, Vikings pode ser considerado um dos melhores retratos sobre história nórdica, paganismo e a era dos vikings. Cada cena apresenta um aspecto histórico de maneira maestral, sem perder o fôlego e a atenção do espectador. O History se arriscou na produção, entre tantos outros títulos fantásticos no ar, e acertou em cheio com a história de Ragnar Lothbrock.
Os conflitos e batalhas e o cotidiano dos nórdicos, foram retratados de forma bem fiel aqui. Ao escolher mostrar um período histórico quase sempre relegado ao cinema e pouco explorado na televisão, Vikings se mantém no ar desde 2013 com primor no roteiro e cenas épicas muito bem coreografadas.
24 – Parks and Recreation (2009-2015)
O estilo pseudodocumentário usado na comédia fez muito sucesso com The Office, nos anos 2000, e ganhou reforço com Parks and Recreation, produção assinada pelo mesmo responsável pela adaptação norte-americana da série de Steve Carell.
A construção de personagens inusitados, de personalidade única, a relação que eles desenvolvem enquanto comunidade na fictícia cidade de Pawnee, e um roteiro criativo e fora do convencional, talvez sejam alguns dos segredos para o sucesso e a repercussão de Parks and Recreation.
23 – Brooklyn Nine-Nine (2013-)
Seriados sobre policiais não são novidade na televisão, mas Brooklyn Nine-Nine conseguiu levar esse nicho para outro patamar, unindo a comédia a temas sociais, que são abordados de forma leve e responsável. Assédio sexual, homofobia, identidade de gênero e diversidade são alguns pontos já levantados pela série através de seus personagens – únicos e hilários. Aliás, o elenco mostra uma relação bem harmoniosa em cena, o que garantiu mais identificação do público.
E se há algo que Brooklyn Nine-Nine tem é um público fiel, que, através de uma intensa campanha, conseguiu que a atração fosse resgatada pela NBC em maio de 2018, um dia após a Fox cancelar a produção. A boa notícia é que a série foi renovada para a oitava temporada recentemente. Esperamos que ela consiga continuar passando a mensagem sem forçar a barra e sem deixar de entreter.
22 – Veep (2012 – 2019)
A comédia da HBO estrelada por Julia Louis-Deyfrus pode ser considerada uma das mais aclamadas desta década. Mesmo ofuscada por gigantes da emissora como Game of Thrones e Westworld, sua trama política e humor nonsense chamaram atenção da indústria e dos espectadores.
Seguindo os passos de Selina Meyer (Louis-Deyfrus), vice-presidente dos Estados Unidos, acompanhamos o jogo político e a corrida pelo poder em situações hilárias que beiram o absurdo, mas refletem de modo inteligente a realidade social e política que vivemos. Veep chegou ao fim este ano com dignidade e conseguiu encerrar seus oito anos no ar de maneira coesa.
21 – The Good Place (2016-2020)
Brincando com a dualidade do bom e mau, e como nossas atitudes refletem no pós-vida, The Good Place é mais uma série de comédia que aborda a morte de forma divertida e inteligente. A atração estrelada por Kristen Bell não fica atrás de outros seriados que já tocaram na mesma temática de forma parecida, como Dead Like Me e Pushing Daisies. Mas é a ironia do roteiro amarrada às reflexões filosóficas sobre a vida após a morte que garantem um status único para The Good Place.
E não teria como ser diferente: o criador da série, Michael Schur, é conhecido pelo seu trabalho em The Office e Parks and Recreation. Com isso, The Good Place já tem lugar garantido no hall de comédias que não se amparam em recursos como risadas de fundo e sonoplastia ao vivo.
20 – Bojack Horseman (2014-)
Parece piada quando falamos que Bojack Horseman consegue tratar de temas delicados – como alcoolismo e depressão – utilizando um universo fabulesco em que animais antropomorfizados convivem normalmente com seres humanos. A acidez das críticas sociais e a profundidade com a qual a série entra no psicológico desses personagens são incríveis.
Os diálogos seguem textos que aparentemente não fazer o menor sentido e a produção mergulha de cabeça no humor nonsense. Bojack Horseman critica sem pudores a indústria de Hollywood e ainda alfineta o próprio público, que, querendo ou não, também faz parte desse mercado e contribui para a manutenção de valores pessoais bastante questionáveis por parte das celebridades.
19 – Olhos Que Condenam (2019)
Ava DuVernay é a responsável por ter levado às telas um retrato angustiante de um dos casos mais emblemáticos da história recente norte-americana. Em 1989, cinco adolescentes negros foram condenados e presos por uma falsa acusação de estupro no Central Park. O roteiro aponta os erros e inconsistências do caso, bem como o quanto o racismo latente fez da vida de adolescentes do Harlem um inferno.
Olhos Que Condenam não é apenas uma minissérie investigativa, é um soco bem dado no estômago e que retrata com franqueza a invisibilidade de jovens negros na sociedade. E se faz necessária quando casos como o retratado na trama ainda ocorrem nos Estados Unidos e também no Brasil. Para assistir e refletir.
18 – True Detective (2014-)
A primeira temporada de True Detective foi um dos grandes acontecimentos na história das séries policiais. A produção da HBO conseguiu um nível de imersão invejável e contou com atuações inspiradas de Woody Harrelson e, principalmente, Matthew McConaughey. O diretor e roteirista, Nic Pizzolato, atribuiu uma pitada de terror lovecraftiana à trama e deixou tudo com um ar de “nossa, preciso assistir mais disso”.
Porém, o segundo ano da série antológica não alcançou as expectativas e a história foi bem pior do que o público esperava. Um fôlego veio com a terceira temporada, com o vencedor do Oscar, Mahershala Ali, o que coloca, de certa forma, novas esperanças no futuro da série.
17 – Big Little Lies (2017-)
Séries sobre a vida real podem parecer entediantes, mas apenas se os roteiristas não souberem se aprofundar em temas cotidianos de uma forma com a qual o público se identifique. Big Little Lies foi exatamente isso: uma produção em que problemas reais foram colocados na tela, com diálogos que poderiam muito bem acontecer entre você e a sua sogra, ou seu filho e a professora da escola dele.
Além disso, o elenco recheado de estrelas contribuiu para que aspectos técnicos não fossem um problema. Até para os espectadores fica mais fácil de gostar quando se junta na tela Reese Witherspoon, Nicole Kidman, Laura Dern, Shailene Woodley, Maryl Streep e cia. Com o ótimo roteiro de David E. Kelly em mãos, elas puderam brilhar sem maiores dificuldades.
16 – Atlanta (2016-)
Assim como Big Little Lies, Atlanta usou uma história fictícia para contar sobre problemas muito reais. A diferença é que lá a realidade era de um grupo de mulheres brancas com um estilo de vida luxuoso, enquanto aqui as dificuldades eram da população negra em um país onde o racismo ainda é latente.
A série criada e protagonizada por Donald Glover usou um humor ácido para criticar a sociedade racista norte-americana e pisou em calos de gente que nem sabia que contribuía para a perpetuação desse pensamento segregacionista. Não à toa, foi premiada em duas categorias no Globo de Ouro de 2017 – Melhor Série de Televisão Musical ou Comédia e Melhor Ator em Série Musical ou Comédia.
15 – Years and Years (2019-)
É uma pena que Years and Years ainda não tenha virado moda no Brasil. O futuro distópico apresentado na série da HBO foi um soco no estômago por mostrar como um cenário político bizarro e caricato não é mais considerado um absurdo, pois muitos países do mundo já estão vivendo esse “futuro” em pleno 2019.
Na série, a Grã-Bretanha vive uma realidade que mistura avanços tecnológicos com o crescente levante de alas radicais na política. São doses cavalares de ironia em um estilo que se aproxima da mensagem passada em Black Mirror, mas colocando o dedo na ferida da sociedade atual com muito mais vontade.
14 – Mad Men (2007-2015)
Mad Men se passou em uma agência de publicidade norte-americana, localizada na década de 1960, mas a fidelidade histórica foi muito além do figurino e das atuações. Boa parte do êxito da série passou pelas mudanças sociais da época, algo retratado de forma muito acurada.
A discussão sobre como costumes ditavam as relações sociais em ambientes profissionais e familiares se mostraram extremamente atuais, mesmo com o intervalo histórico entre os dias atuais e a época em que a série se passava. A trama ainda passou por outras camadas, como a ética no mercado publicitário e a quebra de estereótipos – especialmente com as personagens femininas. Mad Men é uma série completa.
13 – Sons of Anarchy (2008-2014)
O clima de Sons of Anarchy sempre flertou com um novelão, com a diferença de tratar de assuntos mais densos do que simples triângulos amorosos, por exemplo. Aqui, os problemas passavam por temas como tráfico de drogas, de armas e guerras urbanas entre gangues rivais.
Uma das maiores virtudes da série foi ter habilidade em criar elementos que mantivessem os arcos conectados em todas as suas sete temporadas. A produção conseguiu explorar o potencial de um dos elencos mais talentosos da TV na época, sem medo de misturar ação e violência explícita com dramas pesados e até pitadas de humor.
Há ainda discussões mais aprofundadas sobre problemas da vida real, como as consequências do racismo e da xenofobia no aumento da violência urbana, além da eficácia questionável de uma guerra contra as drogas em meio a um cenário político já corrupto.
12 – Black Mirror (2011-)
Mostrar como a vida seria após atingirmos grandes níveis de evolução tecnológica não era novidade quando Black Mirror surgiu. A diferença foi que, em vez de futuros distópicos longínquos (Blade Runners da vida), o futuro passou a ser bem próximo do que vivemos hoje. Tensão política, mau uso de redes sociais, clonagem, internet das coisas… os temas sempre foram bem mais realistas do que guerras entre androides, por exemplo.
A profundidade dos debates propostos sempre foi um diferencial e a inovação atingiu um nível gigante com o lançamento de Bandersnatch (que, apesar de ser um filme, funciona mais ou menos como um episódio isolado). Dar ao espectador o poder de mudar o rumo da trama foi, de certa forma, revolucionário. Apesar da qualidade ter caído em alguns pontos, Black Mirror já conseguiu um lugar especial na galeria de grandes obras do início do século XXI.
11 – Barry (2018-)
Barry é uma das séries mais injustiçadas da atualidade. A pouca popularidade no Brasil esconde uma comédia com humor sarcástico de primeira qualidade. A própria sinopse já mostra como a lógica nunca foi necessária para gerar sucesso: um ex-militar trabalha como assassino de aluguel e vai até Los Angeles para matar uma vítima, mas acaba envolvido com a cena teatral da cidade (???).
Some à qualidade do texto a excelente atuação de Bill Hader (são dois Emmy consecutivos como Melhor Ator em Série de Comédia)… e voilà. Uma das melhores séries em andamento. Talvez agora, com o fim de Game of Thrones, os espectadores da HBO possam dar uma chance a essa maravilha do catálogo do canal.
10 – Dark (2017-)
Primeira série alemã original da Netflix, Dark começou a ser “vendida” como uma nova Stranger Things, lá em 2017. Nada a ver.
A produção conseguiu facilmente se livrar desse rótulo e deu uma abordagem bastante criativa para um tema que já andava batido nas obras de ficção: a viagem no tempo.
Além disso, nunca houve nenhuma intenção de estender a série por mais tempo por causa do grande sucesso e o plano inicial, que era fazer apenas três temporadas, foi mantido. Com isso, 2020 será o ano de encerramento de um dos melhores roteiros de ficção científica nos últimos anos.
9 – Watchmen (2019-)
Não deu nem tempo de esfriar a hype e Watchmen já garantiu o lugar entre as melhores séries da década. A produção da HBO conseguiu captar precisamente os subtextos dos quadrinhos originais e criou conflitos incríveis, tudo isso se passando 34 anos após os acontecimentos das HQs.
Créditos para o showrunner Damon Lindelof (Lost, The Leftovers), que adicionou camadas de críticas bastante atuais ao universo que já era pra lá de conhecido pelos fãs de quadrinhos. E falando em Lindelof…
8 – The Leftovers (2014-2017)
Outra série que não foi tão popular no Brasil quanto deveria, The Leftovers foi uma pérola lançada pela HBO. A trama de ficção científica trouxe um suspense muito bem construído, fazendo com que os espectadores pensassem, refletissem sobre a nebulosa trama que dificilmente entregava seus segredos.
Fortemente influenciado por produções como Twilight Zone e Twin Peaks, The Leftovers ganhou seu público a partir da expectativa de entender o que estava, de fato, acontecendo. Se deu certo? Em apenas três temporadas, foram acumuladas 64 indicações a prêmios e 10 títulos, incluindo um Critics’ Choice Awards (2016) de Melhor Atriz em Série Dramática, para Carrie Coon.
7 – The Marvelous Mrs. Maisel (2017-)
Ser mulher no século XXI já tem diversas dificuldades causadas por barreiras culturais e heranças de costumes antiquados. Imagine, então, como devia ser na década de 1950. The Mrs. Maisel mostra como a independência feminina e o controle sobre a própria vida necessitavam de aspectos que iam muito além da simples força de vontade.
O diferencial da série, porém, foi usar o humor como ferramenta para que a protagonista fugisse do machismo enraizado na sociedade norte-americana. E em matéria de reconhecimento do público e da crítica, The Marvelous Mrs. Maisel não decepcionou em momento algum: em 2018, na sua segunda temporada, a série ganhou os Emmys de Melhor Série, Atriz, Direção, Roteiro e Atriz Coadjuvante na categoria Comédia.
6 – Fleabag (2016-)
Phoebe Waller-Bridge é, de longe, uma das artistas mais completas da atualidade. Além de ter escrito Killing Eve, ela foi a responsável direta pelo sucesso de Fleabag, série que escreveu e protagonizou e está disponível no Amazon Prime Video. E que humor requintado… ao mesmo tempo que o público ri das sacadas geniais dos diálogos da protagonista, sente-se mal por estar acompanhando as batalhas diárias de uma mulher engolida por uma sociedade tóxica.
Chega a ser meio sádico rir das situações embaraçosas vividas pela protagonista, sabendo que ela está soterrada em cobranças constantes por sucesso, beleza e simpatia, por exemplo. Fleabag mergulhou profundamente na intimidade de uma mulher “real”, que tentava mascarar suas inseguranças com humor mas, como qualquer ser humano, vez ou outra falhava na missão. A série trata a vida real como ela é e isso é muito bom mesmo!
5 – Stranger Things (2016-)
Com Stranger Things, a Netflix achou uma galinha dos ovos de ouro e vem sabendo explorar muito bem o potencial dessa marca criada tão recentemente. A série, em si, foi uma aula de como utilizar a nostalgia para atrair um público saudosista, ao mesmo tempo que contava uma história interessante para apresentar essas referências aos espectadores mais jovens (especialmente na primeira temporada). Tanto que a série acabou virando uma referência quando o assunto é… fazer referências.
Além da parte técnica elogiável, como direção, roteiro e uma excelente imersão nos anos 80 por meio de maquiagem e figurinos, a influência que Stranger Things exerceu no público foi algo que apenas grandes fenômenos na cultura pop fizeram anteriormente, por isso conseguiu tanto destaque nesta lista.
4 – Chernobyl (2019)
Apesar de ser uma minissérie, Chernobyl não poderia ficar de fora de uma lista como esta. A HBO apresentou ao público um dos retratos mais fieis sobre o maior acidente nuclear da história, oferecendo diferentes perspectivas sobre a tragédia.
A utilização de diálogos originais, a reprodução de cenas reais com grande nível de precisão e uma bela fotografia e maquiagem foram fundamentais para a imersão do público naquele contexto. Item obrigatório na watchlist!
Falamos um pouco mais sobre Chernobyl aqui.
3 – The Handmaid’s Tale (2017-)
A adaptação do livro O Conto da Aia, de Margaret Atwood, se tornou uma das séries mais difíceis de se assistir na atualidade, apesar de ter uma qualidade incontestável. Isso porque o universo fictício apresentado na trama é radical, cruel, intolerante e, o que mais preocupa, parecidíssimo com alguns valores crescentes na nossa sociedade atual.
Essa distopia incomodou tanto por tratar de um sistema totalitário, que usava o fundamentalismo religioso para pregar a favor da militarização do governo e da implementação de uma retomada de” valores tradicionais”. O roteiro é rico, com camadas que vão do machismo violento ao revisionismo histórico para reforçar ideologias específicas.
A atuação de Elisabeth Moss como protagonista também foi um dos diferenciais para prender o espectador, mesmo que à base do choque. The Handmaid’s Tale é corajosa por mostrar, às vezes de forma muito gráfica, quão horrível pode ser uma sociedade administrada à rédeas curtas.
2 – Game of Thrones (2011-2019)
Game of Thrones poderia ficar tanto nas listas de melhores séries quanto nas de maiores decepções. As últimas temporadas deram um sabor amargo para os fãs que esperaram tanto tempo pelo desfecho da saga de Daenerys, Jon Snow, Cersei e cia. No entanto, a grandiosidade da produção da HBO garantiu um bom crédito para a adaptação da obra de George R.R. Martin.
Os números sempre falaram bastante alto a favor de GoT: foram 58 Emmy Awards desde a sua estreia, além de 5 SAG Awards e um Peabody Award. Momentos marcantes ficaram eternizados na história da TV, como a Batalha dos Bastardos (25 dias de gravação só para as cenas de guerra; 500 figurantes; 600 pessoas na equipe técnica, que era formada por quatro equipes de filmagem; 70 cavalos reais usados nas gravações e, por causa do clima chuvoso, foram necessárias 160 toneladas de cascalho para os bichinhos conseguirem “atuar”).
O impacto cultural de Game of Thrones também foi inegável. Só em 2018, foram 723 meninas batizadas como Daenerys ou Khaleesi nos Estados Unidos. Existe a previsão de lançamentos de spin-offs nos próximos anos e os produtos licenciados da série vendem como água.
Como negócio, Game of Thrones foi um sucesso retumbante. Como série de TV, nada salva uma história encerrada de forma tão medíocre, não é mesmo?
1 – Breaking Bad (2008-2013)
A melhor série da década não poderia ser outra. Criada por Vince Gilligan, Breaking Bad deu aulas de como se faz uma série de TV.
Uma das marcas da produção sempre foi a falta de apego a ideias já pré-estabelecidas, seja por roteiro ou pela própria indústria. Jesse Pinkman, por exemplo, deveria ter morrido já na primeira temporada, mas Aaron Paul mandou tão bem na atuação que ele foi mantido. Por sua vez, o protagonista, Walter White, foi completamente na contramão das fórmulas clássicas e terminou a série com um perfil totalmente diferente do que começou, na primeira temporada.
A evolução da série foi algo impressionante, com a progressão de qualidade sempre positiva. Em nenhum momento uma temporada foi pior do que a anterior e, para felicidade dos fãs, isso se intensificou com a ida da série para a Netflix, no terceiro ano da produção.
Elenco, direção, roteiro… é tudo muito bom praticamente não existem pontos fracos em Breaking Bad. Mas, se há um aspecto que foi irretocável ao longo das cinco temporadas, foi a fotografia. O uso da paleta de cores e o estudo sobre como elas representam determinados traços de personalidade foi incrível. A transição dos figurinos de Walter White dos tons pasteis para o azul, Jesse do vermelho para cores claras, Skyler do azul para o roxo e depois para o preto. Todos os personagens tiveram uma graduação e tudo foi meticulosamente planejado.
Melhor série da década e candidatíssima a melhor série de todas as décadas, Breaking Bad fica com a 1ª colocação!