ATUALIZAÇÃO: Dias Toffoli, presidente do STF, atendeu ao pedido da Netflix e derrubou a decisão do desembargador Benedicto Abicar no Rio de Janeiro.
A polêmica envolvendo o especial do grupo de comédia Porta dos Fundos na Netflix está longe de acabar.
A Primeira Tentação de Cristo retrata Jesus Cristo na companhia de um homem, sugerindo que ele fosse homossexual, e diversos líderes religiosos se manifestaram contra a atração.
Recentemente a justiça do Rio de Janeiro ordenou que a plataforma de streaming removesse o conteúdo do ar, com um desembargador dizendo que “seria melhor para acalmar os ânimos já que a maioria no país é cristã”.
Porta dos Fundos no Supremo Tribunal Federal
Nessa quinta-feira (09) a Netflix recorreu ao STF pedindo a liberação do especial que, pelo menos quando essa matéria foi ao ar (18:40), não havia saído do ar.
No seu pedido, afirma que “a decisão proferida pelo TJ-RJ tem efeito equivalente ao da bomba utilizada no atentado terrorista à sede do Porta dos Fundos: silencia por meio do medo e da intimidação.”
A declaração faz referência ao ataque com coquetel molotov que teve a produtora como alvo recentemente.
Quem também se manifestou foi o próprio grupo, com um comunicado na conta oficial do Porta dos Fundos no Instagram:
O Porta dos Fundos é contra qualquer ato de censura, violência, ilegalidade, autoritarismo e tudo aquilo que não esperávamos mais ter de repudiar em pleno 2020. Nosso trabalho é fazer humor e, a partir dele, entreter e estimular reflexões.
Para quem não valoriza a liberdade de expressão ou tem apreço por valores que não acreditamos, há outras portas que não a nossa. Seguiremos publicando nossos esquetes todas as segundas, quintas e sábados em nossos canais.
Por fim, acreditamos no Poder Judiciário em manter a defesa histórica da Constituição Brasileira e seguimos com a certeza que as instituições democráticas serão preservadas.
O relator do pedido é o ministro Gilmar Mendes, mas a atribuição ficou com Dias Toffoli, presidente da Corte, que julga as questões consideradas urgentes até o fim do recesso do Poder Judiciário em fevereiro.