Incubus: um ranking do pior ao melhor disco

O Incubus é uma banda com uma discografia extensa e diversa; pensando nisso, resolvemos elencar seus álbuns do pior ao melhor. Confira nossa seleção!

Incubus, ranking do pior ao melhor

Incubus é uma metamorfose ambulante, remoldando sua nova sonoridade inúmeras vezes durante sua carreira que já dura quase 30 anos.

Começando no funk rock e eventualmente se estabelecendo no rock alternativo, a banda nunca se prendeu a nenhum gênero e está constantemente passeando entre eles. Prova disso é o novo single, “Our Love”, que veio com uma pegada bem dançante e divertida.

A canção, aliás, fará parte do novo EP Trust Fall (Side B), que chega em Abril deste ano e “completa” o também EP Trust Fall (Side A) (2015).

Inspirados nisso, resolvemos fazer um ranking dessa ótima discografia do pior — ou menos bom — ao melhor trabalho.

Confira a seguir!

8 (2017)

O não é nem de longe um disco ruim. Apropriadamente nomeado por ser o oitavo trabalho de estúdio da banda, o álbum tem momentos ótimos como a espetacular “State of the Art” e a pesada “No Fun”; no entanto, algumas canções como o single “Nimble Bastard” fazem parecer que os caras estavam um pouco no piloto automático.

No geral, dentro de uma discografia tão rica, acaba ficando em um lugar menos privilegiado.

Fungus Amongus (1995)

O disco de estreia do Incubus aposta pesado no funk rock, apesar de trazer alguns elementos de metal e até da psicodelia — a começar pelo nome. Ainda que conte com ótimas linhas de baixo de Dirk Lance, que deixou a banda em 2003, como a preferida pessoal “Speak Free” e uma série de grooves fantásticos como em “Sink Beneath the Line”, o álbum realmente transparece um ar amador.

Claro que essa crueza não deixa de ser um charme para quem curte a ideia. No entanto, a sonoridade seria muito melhor lapidada no futuro.

Trust Fall (Side A) (EP) (2015)

É impressionante como, em apenas quatro músicas, o Incubus conseguiu trazer tanta diversidade a Trust Fall (Side A). A eletrônica e dançante “Absolution Calling” se assemelha pouquíssimo à pesada e quase stoner “Make Out Party”. Ainda assim, o EP deixa aquele gosto de quero mais — quem sabe com a chegada do Lado B essa sensação vá embora!

A Crow Left of the Murder… (2004)

Sim, A Crow Left of the Murder… foi bastante aclamado e bem-sucedido quando chegou ao mundo. Atualmente, no entanto, podemos dizer que o disco não envelheceu tão bem — apesar de canções como “Megalomaniac” terem se tornado mais atuais do que nunca. O mérito gigante da banda é, sem dúvidas, ter escolhido excelentes singles do álbum.

É sempre válido lembrar do refrão genial de “Talk Shows on Mute”, no qual a primeira letra de cada palavra forma “cocaína” em inglês: “Come One Come All, Into Nineteen Eighty-four”.

If Not Now, When? (2011)

À primeira ouvida, If Not Now, When? é um disco difícil de engolir. A obra traz algumas das músicas mais suaves da banda, que sempre foi caracterizada por alto grau de energia. Revisitando o trabalho depois de algum tempo com outras perspectiva, entretanto, o resultado é incrível e vemos algumas das músicas mais interessantes e diferentes do Incubus.

Os singles principais, “Promises, Promises” e “Adolescents”, de fato soam bem radiofônicos e “normais”. Por isso, vale a pena dar uma atenção especial a faixas como a pulsante “Switchblade” e a belíssima “Tomorrow’s Food”. A influência do rock progressivo em “In the Company of Wolves” também é notável, assim como a espiritual “Isadore” merece ser lembrada.

Light Grenades (2006)

Se o Incubus ficou conhecido pela mistura de gêneros, Light Grenades é uma ótima síntese disso. Ao mesmo tempo em que gerou um dos singles mais viscerais do grupo, a excelente “Anna Molly”, algumas das faixas mais calmas de toda a discografia (“Dig”, “Love Hurts”) também vieram dele.

Na verdade, o mais interessante é que duas das canções mais interessantes do álbum são pouco lembradas. “Look Alive” (que só entrou como faixa bônus na versão japonesa) e “Paper Shoes” são verdadeiras obras de arte, e mereciam mais espaço do que outras como “Oil and Water”.

Morning View (2001)

Morning View é tão excelente que vai além das clássicas “Wish You Were Here” e “Nice to Know You”. Os dois hinos do rock alternativo receberam quase toda a atenção, mas canções como “11 am” e a maravilhosa “Aqueous Transmission” — gravada com uma pipa, instrumento típico chinês dado ao guitarrista Mike Einziger por ninguém menos que Steve Vai.

Os outros singles, “Warning” e “Are You In?”, também ajudaram a fechar com chave de our o legado de Dirk Lance, que deixou a banda em 2003 e foi substituído pelo ótimo Ben Kenney. Outro belo destaque é a pancada “Circles”, de dar inveja em muita banda do nu metal.

S.C.I.E.N.C.E. (1997)

É impossível traduzir em palavras a mistura de groove e peso que S.C.I.E.N.C.E. trouxe. Uma resenha da Pitchfork ajuda, ao escrever que o Incubus “combina todo tipo de [gênero musical] sem soar como uma bagunça”. O disco já abre com a sensacional “Redefine”, uma das melhores canções da banda; outras como “Vitamin” e “Summer Romance (Anti-Gravity Love Song)” viraram favoritas dos fãs.

A bizarra e pesada “A Certain Shade of Green”, escolhida como single, certamente ajuda a mostrar a ousadia da banda que, à época, soava como se o Red Hot Chili Peppers houvesse mergulhado em uma fonte de guitarras distorcidas e voltado de lá com um DJ.

Make Yourself (1999)

Make Yourself completou 20 anos recentemente e revisitar a obra prima do Incubus foi parada obrigatória. É claro que o álbum rendeu o maior sucesso da carreira dos caras, “Drive”, mas a maestria do trabalho vai muito além disso. Vai além, inclusive, dos outros dois ótimos singles (“Stellar” e “Pardon Me”).

As gemas escondidas do disco, como “Privilege” e especialmente “The Warmth”, estão entre as melhores músicas que o rock alternativo já produziu — e não é como se as mais populares também não estejam.

Make Yourself deu à banda sua própria identidade, tirando-os de qualquer comparação com outros artistas da época. Por isso, dificilmente deixará de levar o primeiro lugar de qualquer ranking das obras do Incubus. Mas nunca se sabe!