Um estudo científico publicado hoje analisou as dinâmicas de transmissão do novo Coronavírus e projetou cenários envolvendo medidas adotadas globalmente durante e após a pandemia.
Extenso, o texto em inglês chega a ser desanimador para quem está esperando que a COVID-19 nos deixe rapidamente, já que chega a falar sobre o contágio até 2024, e seu resumo diz o seguinte:
É urgente entender o futuro da transmissão da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). Usamos estimativas de sazonalidade, imunidade, e imunidade cruzada para betacoronavírus OC43 e HKU1 de dados dos EUA para informar um modelo da transmissão da SARS-CoV-2. Projetamos que os recorrentes picos de inverno da SARS-CoV-2 irão provavelmente ocorrer após a onda inicial e mais severa da pandemia. Sem outras intervenções, uma métrica fundamental para o sucesso do distanciamento social é se as capacidade de cuidado intensivo serão sobrecarregadas. Para evitar isso, o distanciamento social prolongado ou intermitente pode ser necessário até 2022. Intervenções adicionais, incluindo capacidade expandida de cuidado intensivo e uma terapêutica efetiva, iriam melhorar o sucesso do distanciamento intermitente e acelerar a aquisição da imunidade de grupo. Estudos sorológicos longitudinais são urgentemente necessários para determinar a duração e a extensão da imunidade da SARS-CoV-2. Mesmo no evento da aparente eliminação, o cuidado com a SARS-CoV-2 deveria ser mantido já que uma ressurgência no contágio pode ir até 2024.
Estudo, Previsão e Coronavírus
Saiu o primeiro estudo que vi projetando como/quando podemos sair do problema da COVID-19. Lerei com mais calma e comentarei, mas as conclusões já são tensas (segue fio): projetam distanciamento e quarentena prolongada ou alternada até 2022.
— Atila Iamarino (@oatila) April 14, 2020
Quem comentou o estudo foi o biólogo brasileiro Atila Iamarino, que ganhou bastante projeção desde o início da pandemia por mostrar de maneira didática, clara e científica os impactos do Coronavírus e da COVID-19 no mundo todo.
Em seus tweets, Atila falou, por exemplo, sobre a influência do clima na transmissão da grave doença respiratória causada pelo novo Coronavírus:
Usando os dados de contágio atuais, projetam que o vírus pode circular a qualquer momento, em qualquer estação do ano. Calor poderia até atrapalhar a transmissão, mas não o suficiente para ajudar. Vide Manaus quente e úmida, mas entrando em colapso de saúde.
Ele também comentou as projeções que vão até 2022 e disse:
Em um cenário de imunidade protetora, projetam que quarentena em países de 1º mundo com boa capacidade de leitos precisaria durar até o meio de 2021 e relaxar gradualmente até o meio de 2022. Acelerar isso depende diretamente de aumentar a capacidade de hospitais.
Ou seja: fica cada vez mais claro que pessoas e governos devem trabalhar em função do distanciamento social, achatamento da curva e apoio à classe médica para que a pandemia vá embora o quanto antes.
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