Parece que foi ontem, mas alguns filmes que moram no nosso coração já estão completando 20 anos de lançamento! Alguns deles foram muito importantes historicamente, seja pela qualidade inquestionável ou apenas por marcarem alguns gêneros específicos.
O que importa é que o ano 2000 foi bastante prolífico e nos presenteou com vários filmes incríveis – e olha que a missão não era nada fácil, pois suceder o 1999 e seus clássicos já trazia uma pressão natural.
A lista contém 20 filmes, mas poderiam ser bem mais. Quer ver?
A Nova Onda do Imperador
Sim, já faz 20 anos que assistimos ao imperador Kuzco ser transformado em uma lhama e ter a ajuda do camponês Pacha para recuperar sua forma humana. Quem ama A Nova Onda do Imperador hoje talvez não se lembre, mas a produção foi conturbada.
O filme era para ser um musical, mas problemas de relacionamento entre os realizadores e testes fracos de público mudaram tudo. Além disso, a animação da Disney foi um fracasso de bilheteria, conseguindo sucesso apenas quando lançado em DVDs e, só assim, virou um clássico.
A Fuga das Galinhas
Um dos filmes mais assistidos nas tardes dos anos 2000 com certeza foi A Fuga das Galinhas. A animação em stop motion conta a história de um galinheiro na Inglaterra onde as aves viviam por curtos e monótonos períodos. Um galo recém-chegado dos Estados Unidos, porém, deu um gás no plano de fuga que a galinha Ginger nutria há tempos, sonhando com uma vida longe da produção de ovos e, depois, da panela.
O Auto da Compadecida
Para muitos brasileiros, O Auto da Compadecida é o melhor filme nacional já feito até hoje! E a adaptação da obra de Ariano Suassuna realmente é muito boa, com atuações estupendas de praticamente todo o elenco.
Destaque especial, claro, para a dupla João Grilo e Chicó (Matheus Nachtergaele e Selton Mello, respectivamente). Os perrengues dos sertanejos acabam mexendo até com a Virgem Maria e Jesus!
Réquiem Para Um Sonho
Darren Aronofsky adora um filme pesado, não é? Mas antes de brilhar com Cisne Negro e Mãe!, ele já dava umas sacudidas na audiência com Réquiem Para Um Sonho. Estrelada pelo ótimo Jared Leto, a produção dá um mergulho no mundo das drogas e no chocante processo de decadência de quem perde a luta para o vício.
Também é forte ver como remédios podem viciar pessoas que não estariam, a princípio, tão vulneráveis. Filmaço, mas pesado.
Amnésia
A exemplo de Aronofsky, Christopher Nolan também lançou seu segundo filme em 2000. Se você é mais novo e já achou A Origem complexo, saiba que o cara já dava esses nós na cabeça do público desde cedo, com Amnésia.
Aqui ele conta a história de Leonard Shelby (Guy Pearce), que tem um problema de memória que o impede de formar lembranças recentes. Para investigar a morte da sua esposa, então, ele tatua as informações no próprio corpo para lembrar delas depois. A montagem de Amnésia é incrível, criando uma das narrativas mais criativas das últimas décadas.
Dançando no Escuro
Pois é, o famoso filme-do-Lars-Von-Trier-com-a-Bjork também está completando 20 anos. Dançando no Escuro é um musical que deu muito o que falar e repercutiu por anos. Primeiro, por ser um gênero totalmente diferente do que o dinamarquês estava habituado. Além disso, a relação dele com Bjork era péssima (em 2017, inclusive, ela relatou repetidos episódios de assédio por parte do diretor ao longo da produção).
Quanto ao filme, a atuação da islandesa é surpreendente para uma atriz estreante. Dançando no Escuro é uma subversão do estilo de musical hollywoodiano, que leva a energia lá para cima e caminha para finais felizes. É uma espécie de “anti-musical” e cumpre muito bem seu papel.
Psicopata Americano
Christian Bale no seu melhor estilo loucaço. Psicopata Americano é um clássico que acompanha o protagonista Patrick Bateman, jovem, branco, rico, que trabalha em Wall Street… todo o privilégio necessário para esconder seu lado alternativo: um assassino cruel.
Os impulsos do psicopata são ativados por qualquer coisa que o faça sentir inferior aos demais e isso naturalmente vai escalonando à medida que ele mata mais pessoas e suas fantasias de poder são alimentadas.
Do Que As Mulheres Gostam
Um gênero que viveu o auge nos anos 90 e começo dos 2000 foi a comédia romântica. Em Do Que As Mulheres Gostam, Mel Gibson interpretou Nick Marshall, um executivo extremamente machista que, após um acidente, começou a ouvir os pensamentos das mulheres.
No começo ele tentou tirar vantagem da habilidade para agradar a chefe, vivida por Helen Hunt, mas a jornada evoluiu para um processo de realmente entender “do que as mulheres gostam”.
Miss Simpatia
Sandra Bullock já era uma das queridinhas da indústria no ano 2000. E Miss Simpatia tinha potencial para colocar a atriz em um lugar comum das comédias da época, cheias de mulheres frágeis que apenas aguardavam o momento certo para serem salvas, mas não o fez.
Apesar de usar um humor caricato e ainda cair em algumas armadilhas de estereótipos, o filme é a cara de Sandra Bullock. Ela consegue nos convencer que é uma pessoa estabanada e nada delicada, mas, ao mesmo tempo, engraçada e com ótimo timing cômico.
Entrando Numa Fria
Entrando Numa Fria, protagonizado por Ben Stiller, é mais um filme que traz o selo Sessão da Tarde de qualidade, reprisado dezenas de vezes na TV nos anos após sua estreia.
E não é à toa. Apesar de muito previsível, como praticamente todas as comédias dessa época, é possível dar boas gargalhadas com as trapalhadas do protagonista ao conhecer a família da sua noiva – especialmente o sogro, interpretado por Robert De Niro. Talvez tenha sido esse filme que apresentou, sem querer, o conceito de “vergonha alheia” a milhares de jovens daquela geração.
Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento
Outra queridinha de Hollywood naquela época era Julia Roberts. Em Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento, ela deu um passo na consolidação da sua imagem e, assim como Sandra Bullock, se colocou bem à frente do rótulo do “apenas um rostinho bonito”.
A história também ajudou. Baseado em fatos, o filme conta a jornada de uma advogada que passa a investigar um caso de litígio imobiliário. Ela usa todos seus atributos para desmascarar uma conspiração que se torna bem maior do que ela própria imaginava.
A Praia
A Praia pode não ser o filme mais amado da carreira de Leonardo DiCaprio ou do diretor Danny Boyle. Mas há um valor, sim, nas aventuras de Richard, o protagonista cuja vida se resumia a viajar por aí e assimilar a cultura dos locais que visitava.
O filme se passa na Tailândia, onde ele conhece um misterioso homem que fala sobre um lugar secreto, a tal Praia. Ele deixa um mapa que, lógico, guia o jovem para uma espécie de comunidade hippie, mas para viver no paraíso, o custo a ser pago pode ser alto demais.
Curiosidade: DiCaprio recusou o papel principal de Psicopata Americano para fazer esse filme. Quase trocaram a diretora Mary Harron, que queria Christian Bale para o papel, mas Leo deu a palavra final quando fechou com A Praia.
Gladiador
O filme preferido da infância e adolescência de vários adultos de hoje, não é mesmo? Talvez esse tenha sido o primeiro contato de muitos de nós com um épico de aventura com lutas violentas e sangue para todo lado (Coração Valente também pode ocupar esse espaço, mesmo tendo sido lançado cinco anos antes).
Além do carinho nostálgico que o filme desperta, Gladiador também foi um marco na carreira de Russell Crowe. A química entre personagem e ator foi perfeita e é difícil imaginar alguma alternativa para viver Maximus.
O Patriota
Falando em Coração Valente, Mel Gibson tentou repetir a dose com outro épico histórico em O Patriota, mas obteve bem menos sucesso. O filme ainda é bacana, mas a tentativa de emular as sensações do sucesso retumbante do outro filme de Gibson acabou atrapalhando.
A trama acompanha um soldado que reluta em entrar na Guerra de Independência dos EUA contra a Inglaterra. Ele resiste por um tempo, mas circunstâncias especiais o obrigam a ir para a batalha e tentar garantir a segurança dos seus filhos.
Náufrago
Esse aqui já é incontestável: Náufrago é um clássico dos clássicos. Tom Hanks interpretou o protagonista Chuck Noland, executivo que sobreviveu a um acidente aéreo no meio do Oceano Pacífico e teve que se desdobrar para sobreviver e manter a própria sanidade.
Tudo nesse filme é bom, tanto que conseguimos ficar emocionalmente ligados a uma bola de vôlei – quem aí nunca chamou uma bola de Wilson na vida, não é mesmo?
https://www.youtube.com/watch?v=OhrjakAt2GI
As Panteras
Hoje, parando para pensar, a qualidade de As Panteras é fortemente questionável. Na época, porém, foi incrível reunir três das maiores atrizes de Hollywood para protagonizar um filme de ação. A marca As Panteras já era bastante famosa por causa do seriado dos anos 70, mas colocar Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu lado a lado com certeza deu um boom de popularidade para a produção.
Se você nunca assistiu, saiba que esse definitivamente não é um filme que envelheceu bem, mas vale o confere.
O Tigre e o Dragão
Em uma época na qual filmes asiáticos não eram lá muito populares no mercado mainstream do Ocidente, Ang Lee chegou com O Tigre e o Dragão para começar a derrubar essa barreira. Um dos grandes atrativos da produção era o coreógrafo das cenas de luta Yuen Wo-Ping, o mesmo de Matrix, responsável por belíssimas sequências de artes marciais.
O filme foi tão reconhecido que, na sua estreia em festivais, foi aplaudido de pé em Cannes. Ele também recebeu 11 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.
Corpo Fechado
Se existe um filme injustiçado no mundo, é Corpo Fechado. A sensação é que ele foi um filme à frente do seu tempo, por mais clichê que essa afirmação pareça, Mas esse foi um dos motivos que fizeram dele um dos produtos de audiovisual que mas inspirou a chuva de filmes de super-heróis que veio na década seguinte, com Marvel e DC.
M. Night Shyamalan inovou ao aproximar os super humanos da vida normal do dia a dia e contou com a colaboração dos ótimos Bruce Willis e Samuel L. Jackson no elenco. A distância dos seus “irmãos” de trilogia – Fragmentado e Vidro – também pesou contra e fez com que Corpo Fechado fosse pouco reconhecido na época. Mas, ainda assim, é um baita filme e vale a pena ser assistido e reassistido várias vezes.
X-Men – O Filme
Ao contrário de Corpo Fechado, que aproximou o mundo dos super-heróis do nosso cotidiano, X-Men – O Filme iniciou uma onda de adaptações dos quadrinhos, um mercado que demorou quase uma década para se aperfeiçoar, mas teve ali seu pontapé inicial.
O filme da Fox não é uma maravilha técnica como os vindouros Homem-Aranha e Batman: Begins (de estúdios diferentes), mas devemos lembrar que os recursos tecnológicos eram mais limitados e não havia muito material de qualidade para servir de inspiração. Apesar de não ter virado uma trilogia tão boa (culpa majoritariamente de X-Men 3), X-Men – O Filme acaba sendo um marco interessante para o cinema hollywoodiano.