Cultura

Seu Jorge é chamado de "bolsominion" e faz críticas a Jair Bolsonaro

Em live, Seu Jorge explicou posicionamento político, fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro e disse que participou da campanha de "vira-votos" na eleição

Seu Jorge em 2010
Foto de Seu Jorge via Shutterstock

Hoje mais cedo o assunto mais falado do Twitter era o músico Seu Jorge, e os motivos para isso não eram musicais, mas políticos e sociais.

Após uma publicação do músico brasileiro aclamado internacionalmente em sua conta do Instagram, as pessoas começaram a encher a sua caixa de comentários com perguntas, indagações e até palavras ásperas, sugerindo que ele fosse apoiador do atual presidente da república, Jair Bolsonaro.

Sendo chamado de “bolsominion”, Seu Jorge resolveu fazer uma live também no Instagram e por lá não apenas desmentiu o boato como dirigiu palavras duras a Bolsonaro:

Fala povão! Agora é sério.

Muito, muito, muito sério. Alô povão, muito, muito sério. Agora você está no Black Service, o Serviço de Preto, melhor serviço da praça. Como estão todos? Estão todos bem? Tudo certo?

Bom, normalmente eu não faria essa live aqui agora, não faria… Mas vou fazer. To fazendo só pra esclarecer uma coisinha. Hoje é 13 de Maio, eu fiz um post agora, celebrando o Dia 13 de Maio com a hashtag #obrigadopornada, e de fato, nós que lutamos pela nossa liberdade, né.

É… e aí tem um povo aí dizendo que eu sou bolsominion. E eu não sou, gente. Mas não tem a menor condição. É só pra esclarecer mesmo, pra vocês não ficarem brigando entre vocês aí e tal, e pros robôs também não ficarem botando pilha em vocês e vocês ficarem brigando entre vocês, que a gente não é nada disso.

Pelo amor de Deus, né gente. Eu não tenho a menor condição de apoiar esse senhor.

Seu Jorge, Bolsonaro e “171”

Aparentemente as palavras direcionadas a Seu Jorge como “bolsominion” foram ditas por causa de uma declaração que ele deu no início do governo de Jair, falando que “são sete meses. Ainda é necessário ver o que será implementado.”

Essa frase foi publicada no Diário do Centro do Mundo com o título “Seu Jorge passa pano para Bolsonaro” e, em outro vídeo, o músico explicou:

Eu não ia criticar uma coisa que não dava pra fazer crítica. Eu simplesmente falei ‘é cedo pra dizer’. Eu não tenho nada pra dizer do governo. Eu não vi nada, absolutamente, eu tinha acabado de chegar no país também. Não acompanhei o processo, acompanhei de longe, eu tava mixando um disco nos Estados Unidos durante toda a eleição, foi uma tristeza, fiz campanha contra, lutei contra também, sabe, buscando votos, eu tava no vira-votos com o Pretinho da Serrinha e com todo mundo…

Então é só, só pra dizer isso, tá? Não briguem entre vocês não, os amigos aí tal. Porque eu realmente estou contra, eu sou contra esse homem. Eu sou Ciro, gente, eu sou outra cabeça, sabe? Eu sou ‘left’ [‘esquerda’], ‘left hand, you know what I’m saying?’

Na declaração, Seu Jorge faz referência a Ciro Gomes, candidato na última eleição que teve um crescimento interessante no final do primeiro turno e era visto como saída para que o segundo turno não ficasse polarizado entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, do PT.

Ele acabou ficando em terceiro lugar.

 

Na foto que causou toda a polêmica, Seu Jorge também respondeu questionamentos de seguidores e disse o mesmo: que não apoia e não há condições de apoiar o governo.

Em uma das respostas, disse: “pra deixar bem claro eu detesto esse senhor 171”. “171” foi uma referência ao artigo do código penal brasileiro que trata de estelionato.

Em outro momento, também respondendo a uma fã decepcionado com o suposto apoio, ele disse: “detesto esse governo! É fake news cacete! Hahahahaha só rindo mesmo viu.”