O baterista do Rammstein, Christoph “Doom” Schneider, contou que antes da queda do muro de Berlim, na Alemanha, fazia parte de uma banda que teve dois espiões do governo do lado Oriental em sua formação.
Ele também deu detalhes de como era o sistema que permitia (ou negava) que artistas se apresentassem e como funcionava a censura naquela época.
O músico explicou (via Loudwire) que na Alemanha Oriental da década de 80 existiam bandas profissionais, que podiam cobrar por seus shows, e bandas amadoras, que eram classificadas em níveis.
Havia três níveis e eu cheguei ao primeiro. Eu tinha um certificado que me permitia cobrar. Sem ele, era ilegal fazer shows.
Apesar de pouco democrático, Schneider lembra que na época todos aceitavam o sistema por necessidade e que se apresentavam para júris para obter sua licença de trabalho.
As leis, de que todos os artistas tinham que ter em seus sets pelo menos 60% de música autoral, não foram de todo mal, afinal, segundo o músico, incentivaram todos a compor material próprio. “Havia muitas bandas interessantes,” afirma.
Rammstein
Christoph “Doom” Schneider ainda revelou que a primeira banda da qual fez parte era completamente underground, com estilo sombrio, com influências góticas e com letras contra o sistema. “Isso não era permitido,” diz.
Todos os outros caras do Rammstein também tinham bandas underground. Nós tocávamos em pequenos clubes com todos os tipos de fãs: malucos, góticos e punks.
Por fim, ele lembra que mesmo com shows proibidos em subsolos, o governo estava em toda parte, inclusive em sua própria banda, que tinha dois espiões: o vocalista e o tecladista.
Eles, porém, não eram membros oficiais do governo e tinham sido contratados – por baixos salários – para relatar ocasionalmente o que viam na cena musical, o que não lhe causou tantos problemas assim.
Por Felipe Tellis e Tony Aiex