Max Cavalera é um ícone não apenas da música brasileira, mas de todo o mundo graças às suas contribuições extremamente valiosas ao Metal.
Hoje no Soulfly tocando ao lado do filho Zyon (baterista) e também reunido com o irmão Iggor no Cavalera Conspiracy, Max concedeu uma entrevista à Kerrang! e, por lá, falou sobre a sua saída da banda.
Para refrescar a memória, ele deixou o grupo muito provavelmente em seu auge, já que eles haviam lançado o aclamado Roots em 1996 e reunido elogios por onde passavam. Perguntado justamente se havia sentido a pressão durante a composição do disco, que sucedeu o já bem-sucedido Chaos A.D., ele respondeu:
Sim. Quando você tem a Sharon Osbourne dizendo coisas tipo, ‘Eles vão virar o próximo Metallica’… Mas quando eu penso no Metallica, eu fico feliz que nunca viramos isso. Eu gosto dos primeiros discos deles, mas depois disso, não gosto de nada. As coisas do começo deles — o ‘Ride the Lightning’, especialmente — é o que aquele tipo de música era e nunca foi novamente.
Se eu tivesse continuado com o Sepultura, talvez tivesse ficado uma merda. O sucesso pode destruir as pessoas. Você não fica mais bravo, porque você é rico demais e você não tem nada para reclamar. Você se vê sem nada contra o que se rebelar. Você vai se rebelar contra o que — ter dinheiro demais para contar? Isso é estúpido pra caralho.
Max Cavalera e saída do Sepultura
Ainda falando sobre a saída da banda, Max foi perguntado se tudo teria sido muito mais difícil na era das redes sociais. Vale lembrar que foram diversas acusações contra o cara, inclusive de que Gloria, sua esposa e empresária da banda, estaria priorizando os interesses do músico ao invés da banda.
Ele explica:
Eu não sei [se seria mais difícil]. Definitivamente seria muito diferente. Teria havido muito mais falação sobre isso, pra começo de conversa. Na época, muita gente nem sabia que eu tinha saído. Eu escrevi uma carta e mandei para as revistas explicando o porquê de eu estar saindo e até hoje eles ainda não acertam. Eles dizem que eu saí porque a Gloria foi demitida e isso é besteira. Isso nunca aconteceu na verdade. O contrato dela tinha acabado. Eu saí porque eles queriam coisas que não eram o que nos representava — grandes empresários de Los Angeles e coisas de rockstar que eu nunca pensei que precisávamos. Eu não sonho em ter essas coisas de rockstar. Até hoje, eu não ligo nem um pouco pra essas coisas. Minhas músicas não estão na rádio e não me incomoda nem um pouco. Eu não escrevo pra isso.
Eu digo que os Grammys são tipo hemorroidas: qualquer cuzão vai ter um eventualmente. É por sua conta, cara. A sua carreira é por sua conta. Algumas pessoas se cegam com essas coisas. Elas fazem de tudo para perseguir isso. Eu não sou uma dessas pessoas. Eu não sonho em ser dono de grandes casas ou de andar nos carros caros. Eu gosto de gastar meu dinheiro com fones de ouvido e música. Eu não tenho esse problema.
Você pode conferir a entrevista na íntegra (em inglês) por este link.
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