Considerado por muitos o melhor disco do Radiohead, o In Rainbows saiu neste exato dia 10 de Outubro em 2007.
Acontece que, na época, a banda resolveu testar um novo modelo de lançamento inovador para o trabalho: um formato “pague o quanto quiser”, que acabou gerando resultados bastante controversos e interessantes.
A primeira observação notável foi que, mesmo com o disco podendo ser baixado gratuitamente de maneira oficial, o fluxo de pirataria foi tão grande quanto poderia ser e estima-se que 60 a 70% das pessoas obteve o álbum primeiramente de maneira ilegal.
Mais ainda, os fãs que de fato buscaram a fonte oficial, em sua maioria, não pagaram nenhum valor à banda. Essencialmente, o Radiohead havia disponibilizado um de seus melhores e mais aguardados trabalhos de graça na internet.
Radiohead, pirataria e vendas
Acontece que análises mais profundas mostram o quanto a estratégia foi bem-sucedida — e, claro, veio a ser adotada de formas diferentes como o streaming, que podemos chamar de uma espécie de meio termo entre o modelo tradicional e o adotado pelo grupo em 2007.
O primeiro grande destaque positivo é que In Rainbows chegou firme ao topo das paradas mundiais; para além disso, segundo fontes oficiais ligadas à banda, o álbum bateu o número de vendas de seu antecessor Hail to the Thief antes mesmo de ser lançado em formato físico.
Este, aliás, aconteceu de duas formas bastante criativas: uma edição deluxe que custava US$80 chegou em Dezembro de 2007, e apenas no dia 1º de Janeiro de 2008 o trabalho foi disponibilizado em edição física convencional, que vinha em um formato curioso e cheio de detalhes que também incentivavam a compra física para os colecionadores e grandes fãs da banda.
O fato é que, além de ter ajudado a despertar a curiosidade de um público que talvez não tivesse tanto contato com sua música (e por consequência passou a acompanhá-los dali pra frente), o Radiohead provou de uma vez por todas que o modelo convencional adotado pelas gravadoras até então precisava ser reinventado.