As 20 Melhores Covers Internacionais de 2020

Gravar covers é uma arte. Dito isso, analisamos as releituras internacionais lançadas ao longo de 2020 e listamos as 20 melhores, do country ao hardcore.

As melhores cover internacionais de 2020

Não há dúvidas de que, nas artes, é possível traçarmos similaridades entre diferentes épocas e momentos. É preciso entender a influência que um grupo atual de rock tem no movimento grunge. É interessante entender que o pop de hoje é fruto de “mutações” do que entendíamos sobre o pop há 10 anos. É entender que nenhum evento no mundo está isolado historicamente.

Gravar uma cover, dito isso, é uma arte que poucos conseguem dominar. É entender o tempo e o espaço e reposicioná-los afim de (re)criar uma canção. Em 2020, talvez mais do que nunca, esse jogo de associação de contextos e momentos à atualidade se fez bastante necessário. Por sorte, os artistas entenderam bem isso.

Montamos uma lista com as 20 melhores covers internacionais lançadas no ano (reparem que dobramos o número de escolhas em relação a 2019). Mas, antes de tudo, precisamos reforçar os critérios de escolha. Ranqueamos as obras de acordo com sua criatividade, impacto e timing de lançamento.

As covers precisam ser músicas de trabalho de um artista, integrando um disco, um compilado de releituras ou até mesmo sendo lançadas como single. Ah, e remixes com samples dos intérpretes originais não entram, já que isso fere o princípio da originalidade da interpretação.

Venha embarcar com a gente nessas covers!

 

20 – “Crazy”, de Shadow & The Thrill (cover de Gnarls Barkley)

Por algum motivo, “Crazy“, de Gnarls Barkley (um dos projetos artísticos do grande CeeLo Green) é uma das canções mais adoradas dos últimos tempos. No grande conjunto de fatores que contribuem para isso, temos desde o clipe criativo até a estética da música em si, que assume a forma de um irresistível e delicioso soul.

Talvez a versão do duo Shadow & The Thrill, em um primeiro momento, não seja capaz de superar o grande hit. Mas a releitura, que mescla blues com hard rock, reserva grandes momentos protagonizados por guitarras em ótimos solos. É como se fosse a mente do eu-lírico, louca de amores como o eu-lírico original profetizou lá em 2006.

 

19 – “Jolene”, de Chiquis e Becky G (cover de Dolly Parton)

Você percebe que uma música é impactante quando ela ultrapassa fronteiras temporais, geográficas e linguísticas. “Jolene“, clássico de Dolly Parton lançado em 1974, não por acaso é uma das canções mais regravadas da história.

Este ano, as cantoras Chiquis Rivera e Becky G atualizaram o hino em questão, adicionando um novo sabor dançante e contagiante. A tradução em espanhol, feita por Luciano Luna, tomou algumas liberdades, mas se preocupou em ser o mais fiel possível à versão original. O resultado é um excelente pop latino!

 

18 – “I’m So Tired”, de jennylee (cover de Fugazi)

Grande parte das covers nascem da experiência pessoal dos artistas que as fazem. Mais do que a grandiosidade instrumental ou qualquer tentativa de “atualização”, muitos se conectam de forma inexplicável com a letra.

Isso aconteceu com jennylee, baixista do grupo Warpaint, ao lançar uma cover incrível de “I’m So Tired“, originalmente lançada pelo Fugazi. Dentre vários aspectos, uma característica que nos toma atenção é o fato de o baixo estar à frente dos demais instrumentos, assumindo o lugar originalmente concedido ao piano.

 

17 – “Trouble of the World”, de Sinead O’Connor (cover de Mahalia Jackson)

Outra cantora que entrega covers de altíssima qualidade (e não surpreende ninguém) é a cantora Sinead O’Connor. 30 anos após a exemplar versão de “Nothing Compares 2 U”, do Prince, conhecemos uma faceta ainda mais sentimental da artista nesta cover de “Trouble of the World“.

A canção ganhou fama na voz da influente cantora gospel Mahalia Jackson no final dos anos 50. Hoje, no entanto, seu discurso ainda se faz necessário, integrando com facilidade a narrativa antirracista. Com elementos do blues aparecendo de forma mais clara, mas mantendo a atmosfera original, Sinead empresta à nova versão sua voz singular. No clipe, ela homenageia o legado de Jackson segurando uma placa com sua imagem.

 

16 – “Under Pressure”, de Karen O e Willie Nelson (cover de Queen e David Bowie)

“Rezo para que o amanhã me deixe mais animado”, diz uma das passagens de “Under Pressure“, parceria épica entre a banda Queen e David Bowie.

Neste ano, a artista indie Karen O e o cantor country Willie Nelson juntaram forças em uma versão mais lenta e emotiva desse clássico. No mais, também é interessante ver Karen se arriscando nas vocalizes tão emblemáticas de Freddie Mercury.

 

15 – “Happy Together”, de Bella Kaye (cover de The Turtles)

Poucos conseguiram tirar os Beatles do topo das paradas. Um desses episódios raros foi o grande sucesso “Happy Together“, da banda The Turtles, em 1967. Ao longo dos anos, em celebração a esse hit, nomes como Simple Plan, Weezer, Gerard Way e mais prestaram homenagens, mas todas seguindo a estética pop rock original.

A falta de “concorrência” com outros arranjos mais criativos faz com que a versão da jovem cantora Bella Kaye, lançada este ano, mereça destaque. Com uma sonoridade mais intimista, guiada pelo piano e enfeitada com o som de sintetizadores e metais, e a adição repentina de beats eletrônicos, temos aqui uma excelente cover!

 

14 – “Toxicity”, de Melodicka Bros (cover de System of a Down)

E que tal uma versão cyberpunk de System of a Down? Bom, foi isso que fizeram os italianos do Melodicka Bros ao lançarem sua releitura inusitada para “Toxicity“.

Aparentemente fãs da banda, eles também disponibilizaram, ao longo do ano, uma versão acústica (sim) para “B.Y.O.B.”. Mas a criatividade não tem limites, já que eles também lançaram uma versão lenta para “Rap God” (Eminem), uma versão tristíssima para “Despacito” (Luis Fonsi) e até uma versão natalina para “The Devil In I” (Slipknot). Tudo isso ao longo de 2020!

 

13 – “What’s Going On”, de Malicay e Bhi Bhiman (cover de Marvin Gaye)

Marvin Gaye fez de “What’s Going On” um dos registros mais importantes da história da música. Com uma letra socialmente necessária, inspirada por um incidente envolvendo brutalidade policial, o instrumental soul soava, em 1971, quase como um pedido por paz.

Evidentemente, incontáveis regravações foram feitas ao longo dos anos seguintes, e uma delas se fez presente nesta lista por conta de sua originalidade. O produtor norte-americano Bhi Bhiman convocou a cantora Malicay para uma versão mais elaborada e imersiva. Linhas de guitarra e agradáveis sets de percussão tornam a releitura ainda mais palatável.

 

12 – “No Time To Die”, de Out Last Night (cover de Billie Eilish)

O novo tema da série 007, “No Time To Die“, mal chegou ao mundo e já tem sido homenageada por vários artistas. Tome como exemplo a cover da banda Our Last Night.

Com muito peso nas guitarras e emoção nos vocais, a releitura se destoa bastante da original, interpretada por Billie Eilish. Através de sua estética post-hardcore, a banda encontrou sua própria maneira de ressignificar os delicados versos da canção.

 

11 – “Never Tear Us Apart”, de The National (cover de INXS)

Alguns riffs da história da música são intocáveis. Um deles é o de “Never Tear Us Apart“, do grupo INXS. Esse clássico do rock oitentista vai criando criando espaço até desaguar em quatro notas que, quando tocadas em sequência, causam arrepios.

Respeitando a atmosfera da versão original, o The National se arriscou em uma cover desse hit. Mais contida, a releitura é enfeitada por alguns elementos eletrônicos e por toda uma orquestração.

A nova versão, a princípio, integra o projeto Songs of Australia, anunciado pela banda neste ano. Com covers de sucessos de artistas australianos, o objetivo é ajudar as vítimas dos incêndios ocorridos no país.

 

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