O Pixies surgiu na metade da década de 80 na cidade de Boston e foi rapidamente elevado ao posto de banda fundamental no rock alternativo com uma discografia recheada de clássicos.
O quarteto formado por Black Francis (vocal e guitarra), Kim Deal (vocal e baixo), Joey Santiago (guitarra) e David Lovering (bateria) influenciou toda uma geração de ouvintes que mais à frente teriam suas próprias bandas, como Kurt Cobain e o Nirvana.
A primeira fase dos Pixies durou até 1992 quando os atritos entre os membros tornaram a situação insustentável e o hiato foi inevitável, durando até 2004 quando uma turnê mundial de reunião aconteceu.
Em 2013 a baixista Kim Deal deixou o cargo de forma definitiva sendo substituída por Paz Lenchantin.
A primeira fase da discografia é formada por um clássico atrás do outro, desde o primeiro EP Come On Pilgrim de 1987, passando por títulos consagrados como o trio Surfer Rosa, Doolittle e Bossanova que vieram em sequência nos anos seguintes.
Na segunda fase com a nova formação o Pixies já lançou três álbuns, sendo Beneath The Eyrie de 2019 o último.
Listamos uma música de cada disco para resumir um pouco mais da carreira da excelente banda americana que recentemente liberou o disco ao vivo gravado no Coachella que marcou o retorno aos palcos naquela época.
1 – Surfer Rosa (1988) – “Bone Machine”
O disco de estreia trouxe um bom resumo do que iríamos ouvir nos próximos anos compilando músicas sujas, momentos de muita melodia, guitarras sempre altas e vários estilos presentes.
A produção de Steve Albini deixou a banda bem mais redonda do que o EP de estreia e evidenciou o protagonismo fundamental de Kim Deal participando ativamente dos vocais.
Faixas como “Bone Machine”, “Gigantic”, “Where Is My Mind” e “Vamos” já nasceram clássicas.
https://www.youtube.com/watch?v=bOeSvdzrSqg
2 – Doolittle (1989) – “Here Comes You Man”
Clássico do começo ao fim, assim nasceu o segundo disco dos Pixies.
Mais uma vez a banda trouxe uma mistura de todas as características do sonoras que influenciou de forma crucial a geração grunge que iria dominar o mundo nos anos 90.
“Debaser”, “Tame”, Wave Of Mutilation” e “Monkey Goes To Heaven” estão entre os maiores hinos da carreira.
“Here Comes Your Man” deu um salto ainda maior, virou hit nas rádios e canais de videoclipes e se tornou a música mais conhecida da banda, inclusive aqui no Brasil.
3 – Bossanova (1990) – “Velouria”
Não se mexe em time que está ganhando e dessa forma a banda entrou na década de 90 bem reconhecida pela crítica e pelo público.
A produção musical era intensa, pelo terceiro ano consecutivo um material inédito era lançado e mesmo que a qualidade fosse inferior aos dois primeiros discos, continuou mantendo a boa fase.
O que começava a crescer junto com a carreira eram os atritos entre os membros, principalmente entre o vocalista Black Francis e a baixista Kim Deal.
4 – Trompe Le Monde (1991) – “Alec Eiffel”
O quarto disco dos Pixies chegou ao mundo junto com a explosão do grunge e talvez por isso seja o mais injustiçado da discografia.
Num ano em que Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e Soundgarden alcançavam sucesso mundial, os Pixies ficaram mais localizados às sombras do mainstream.
O registro, apesar de repetir a fórmula dos anteriores e não ser considerado um clássico, traz excelentes momentos e merece até ser redescoberto com carinho.
Trompe Le Monde marcaria o último disco cheio da banda com a sua formação original e colocaria um ponto final na primeira fase com o anunciado recesso um ano depois.
5 – Indie Cindy (2014) – “Greens and Blues”
22 anos longos anos se passaram até que em 2014 a banda retorna com um novo disco e a nova formação com a baixista Paz Lenchantin.
O hiato durante essas duas décadas foi quebrado apenas por uma turnê mundial em 2004 que finalmente passou pelo Brasil no Curitiba Pop Festival.
Indie Cindy não foi bem aceito pela crítica que se dividiu em mais opiniões negativas do que positivas.
Para os fãs, mais importante que o disco ser ou não um bom registro, era o retorno da banda às atividades e aos shows.
Destaque para a incrível Greens and Blues, que entra fácil em qualquer lista de melhores da discografia.
6 – Head Carrier (2016) – “Talent”
O desafio de Black Francis era provar que conseguiria comandar o barco sonoro sem Kim Deal e fazer com que o Pixies não se tornasse uma sombra de si mesmo e dos clássicos primeiros discos.
Um pouco mais consistente do que o seu antecessor, Head Carrier tem momentos excelentes como a faixa título, “Might As Well Begin”, “Tenement Song” e a viciante “Talent”.
7 – Beneath The Eyrie (2019) – “In The Arms Of Mrs. Mark of Cain”
O melhor disco da nova fase traz a nova formação mais consolidada e um passo mais certeiro para acabar com algumas desconfianças de crítica e público.
Paz Lenchantin cada vez mais presente nas vozes aparece super bem com Black Francis em praticamente todas as faixas.
Destaques para “On Graveyard Hill”, “Catfish Kate”, “Death Horizon” e “In The Arms Of Mrs. Mark Of Cain”.