Se você curte o System of a Down, deve ter visto que nos últimos dias os integrantes da banda têm falado bastante sobre os conflitos na Armênia. Agora, foi a vez do baixista Shavo Odadjian tocar no assunto de maneira bem incisiva.
Como conta o Metal Injection, o músico que atualmente comanda o projeto North Kingsley deu uma pausa em suas iniciativas pessoais para gravar as inéditas do SOAD que tiveram o propósito de atrair atenção para a causa, uma vez que as forças do Azerbaijão (com apoio da Turquia) têm atacado a região de Nagorno-Karabakh.
Parte importante do país de qual todos os membros do SOAD são descendentes, a zona tomada pela guerra finalmente teve um cessar-fogo (ainda bem incerto) mediado por Vladimir Putin, mas Shavo garante que conhece pessoalmente cidadãos mortos no conflito e que o produtor do North Kingsley, Saro Paparian, estaria no país agora por ter “perdido muitos amigos”.
Ele também soltou o verbo sobre o descaso do resto do mundo com o país:
Nós estamos sendo massacrados e todo mundo está virando para o outro lado. [O conflito] é por causa da terra que nós temos. Nós estamos exatamente entre o Azerbaijão e a Turquia. E se eles se livrarem de nós, eles se conectam. E aí nós temos o Império Otomano de volta. Um novo superpoder que tem ditadores, que vai realmente causar grandes problemas para o resto do mundo. Então se eles não pararem com isso agora, eles vão se dar bem mal.
[O Azerbaijão] foi muito estratégico com isso. Eles esperaram até as eleições [dos EUA], quando o mundo estaria olhando para o outro lado. E eles foram bem-sucedidos. O mundo falhou conosco, e eles falharam com eles mesmos.
Que possamos refletir sobre tudo isso e abrir os olhos para a realidade fora de nossas bolhas.
Shavo Odadjian, System of a Down e a Armênia
Vale lembrar que o SOAD fez e muito a sua parte para ajudar o país de suas origens. A banda se reuniu para lançar as primeiras inéditas em 15 anos, “Protect the Land” e “Genocidal Humanoidz”, com o objetivo de angariar fundos emergenciais.
No total, foram vários milhões de dólares arrecadados em meio a ameaças de morte que não desanimaram o grupo nem fizeram os integrantes pararem de falar sobre a luta importantíssima.