Em 1967, o governo britânico tentou parar os Rolling Stones (e os tornou maiores)

Em 1967, os Rolling Stones foram alvos de uma "armação" do governo britânico para tentar acabar com sua influência — mas o plano deu muito errado. Entenda!

The Rolling Stones em 1967
Foto: Michael Cooper

Em 1967, nada podia parar os Rolling Stones — nem mesmo o governo britânico.

Com medo pela influência que o grupo vinha tendo no público jovem, as autoridades que protegiam a monarquia estavam determinadas a dar um basta na força da banda que, à época, era o ápice da atitude rockstar.

Em simultâneo, a mídia sabia que qualquer escândalo envolvendo os astros seria de uma dimensão espetacular e, por isso, o jornal News of the World agarrou uma oportunidade assim que a teve.

Foi no dia 5 de Fevereiro daquele ano que o periódico divulgou uma reportagem intitulada “Astros do Pop e Drogas — Fatos Que Irão Chocá-lo”. A “atração principal”, digamos assim, era um relato de um suposto encontro com Mick Jagger em que o vocalista teria usado drogas e levado duas jovens garotas ao seu apartamento.

Acontece que quem fez isso não foi Jagger, mas sim Brian Jones. Na época, Jones constantemente dizia que era o líder do grupo e causou a confusão que resultou em um processo ao jornal por parte de Mick, que acusava difamação.

News of the World se irritou profundamente com isso e resolveu seguir o vocalista pela cidade até que encontrassem algo que pudesse comprometê-lo — e não demorou para que isso acontecesse.

Prisão de Keith Richards e Mick Jagger em 1967

Os repórteres viram Jagger chegando à casa de Keith Richards em Redlands e logo suspeitaram que alguma atividade ilegal estivesse acontecendo por lá, avisando imediatamente a polícia que também tinha (bastante) interesse em acabar com os Stones.

Relatos apontam para até 20 policiais chegando no local e não deu outra: Jagger foi encontrado com metanfetaminas — o famigerado speed — sem receita médica, enquanto Richards foi acusado de ceder sua casa consciente para que pessoas fumassem haxixe.

O julgamento ganhou cenas quase cômicas quando o procurador responsável apontou para a presença da cantora Marianne Faithfull na casa, uma vez que ela tinha sido encontrada pelada e enrolada em um tapete quando a polícia invadiu o local. Em seu testemunho, Richards se justificou:

Nós não somos velhos. Nós não estamos preocupados com essas questões morais mesquinhas.

O plano, inicialmente, deu certo. Richards foi condenado a um ano de cadeia, enquanto Jagger pegou seis meses.

Eles não contavam, entretanto, com um apelo fortíssimo do público. Ao invés de parar a influência dos Stones, o incidente só fez com que a banda ganhasse ainda mais status de lendária e, acima de tudo, os roqueiros foram vistos como perseguidos pelo governo.

No fim das contas, os oficiais não tiveram outra opção a não ser comutar a sentença de Jagger e retirar as acusações contra Richards. O resto é história.