O SLAM BR, Campeonato Brasileiro de Poesia Falada, realizou entre os dias 4 e 7 de Março uma edição especial online. A campeã do evento foi Luz Ribeiro.
Ela usou palavras ácidas e rimas fortes para falar sobre a força e o sofrimento da mulher na atual situação do país. Após uma rodada de desempate com Lucas Afonso, Luz recebeu 10 de todos os jurados e venceu a disputa.
Essa não foi a primeira vez que a artista venceu o campeonato. Anteriormente, ela levou os prêmios em “slam flup nacional” (2015) e “slam br” (2016). O último a credenciou para representar o Brasil na Coupe du monde de slam de poésie, disputada na França, em 2017, da qual foi semifinalista.
Luz explica que essa conquista é muito importante, principalmente pela diversidade que o campeonato traz atualmente.
Isso é muito afetivo, ao mesmo tempo que são portas sendo abertas. Em 2016, eu consegui o feito de ser a primeira mulher a ganhar o SLAM BR. Os nomes que antecedem os meus são nomes de homens cis gênero. Depois disso, os corpos são todos corpos pretos, mulheres, e o único homem ganhador não é um homem cis. Então pra mim eu crio essa ideia que talvez seja ficcional, utópica, de que quando a gente abre uma porta, abre uma fenda pra outras pessoas passarem. Eu penso que eu ter ganhado em 2016 tenha sido uma fenda para outras mulheres adentrarem o espaço.
Nessa edição, foram quatro dias de atividades, que incluíram as batalhas entre os poetas, mesa de debate, exibição de filme, oficinas e uma masterclass com o escritor Marcelino Freire. Tudo transmitido online e pode ser assistido na íntegra através deste link.
Vale ressaltar aqui que, assim como nos saraus mais tradicionais, a ideia do formato poetry slam é democratizar a poesia. Dessa forma, as batalhas trazem temas como coisas do cotidiano, homofobia, o racismo, o machismo, preconceito, a violência, entre outros.