Artista do Mês: Carol Biazin e um papo sobre carreira, música Pop e muito mais

Leia a entrevista exclusiva do Tenho Mais Discos Que Amigos! com a cantora paranaense Carol Biazin, que está lançando o disco "Beijo de Judas".

Carol Biazin, Artista do Mês TMDQA!

Carol Biazin é a Artista do Mês de Abril no Tenho Mais Discos Que Amigos! e hoje você vai descobrir por que ela merece tudo que vem conquistando.

Ainda muito jovem, a cantora de Pop e R&B tem opiniões muito fortes e bem definidas, além de um discurso afiadíssimo sobre indústria, carreira, união na música e mais.

Atualmente, Carol trabalha na divulgação do disco Beijo de Judas, que vem sendo lançado aos poucos já há alguns meses e conta com participações especiais de Gloria Groove, Luísa Sonza e Vitão.

Você pode ver a entrevista exclusiva de Nathália Pandeló com Carol Biazin no vídeo abaixo e se inscrever em nosso canal do YouTube para ficar por dentro de todas as novidades!

Se preferir, após o vídeo temos a transcrição da conversa em texto e, obviamente, também temos tudo lá no Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos!

Divirta-se!

Carol Biazin – Artista do Mês TMDQA!

TMDQA!: Carol, seja muito bem-vinda! Você é a nossa artista do mês! E assim, sem querer dar tapinha nas nossas costas, mas já dando… Isso diz muito sobre o compromisso do TMDQA! de mostrar novos artistas ao nosso leitor e mostrar que tem muita gente boa fazendo música nova no Brasil. E também diz muito sobre você! Carol, você é muito jovem, e sem querer colocar pressão, é a nossa primeira artista do mês estreante. Tivemos veteranos aqui já, tivemos lendas como o Foo Fighters, mas é muito importante trazer nomes frescos como o seu pra gente poder mostrar pra galera que tem muita coisa boa rolando no Brasil sim.

Queria começar já falando do disco de estreia. Você é muito nativa dessa era de streaming, sua carreira foi construída dessa forma. Apesar de EPs e singles conversarem mais com essas plataformas, é o disco que vai dizer “cheguei”, que vai ser seu cartão de visitas e uma declaração mais forte da sua identidade como artista. Queria saber se você também vê dessa forma, se você também dá esse peso ao disco.

Carol: Com certeza trato muito dessa forma sim. Com isso da gente ter que lançar muita coisa em pouco tempo, a gente acaba não tendo tanto esse processo que existia há um tempo atrás. Tudo é muito rápido, mas com o álbum você para um pouco, vai pro estúdio, escreve, coloca e escolhe música por música. Você acaba realmente mostrando sua personalidade dentro de um álbum assim. Me descobri muito mais fazendo dessa forma do que lançando singles soltos. Então esse também foi um processo meu, de me descobrir e desbravar a Carol por inteiro. Então foi muito bom esse momento e eu quero que isso seja mais recorrente, sabe? Que as pessoas comecem a lançar mais álbuns e contar mais histórias para a gente entender mais os artistas. A música não pode ser momentânea!

TMDQA!: Que legal, e dá pra sentir isso em tudo que você já lançou até agora. Queria voltar um pouquinho nesse papo de artista estreante. Você está lançando disco agora, mas já vem construindo uma trajetória há um tempo. Você é muito jovem, mas já está nos palcos há um tempão — muitas pessoas te conheceram no YouTube com covers ou no The Voice, que é uma plataforma enorme. Mas ao mesmo tempo, a gente tá nesse cenário do single como porta de entrada para o trabalho do artista. Queria saber sua visão sobre esse cenário, principalmente com tantas críticas.

Carol: Cara, acho que cai muito naquela coisa burocrática de ter que se organizar. Não dá pra você chegar no mês e falar “vou lançar isso aqui e pronto”. Tem que ter um planejamento, e a gente sofre pra segui-lo, mas seguimos à risca. Tem que ter um sentido, mesmo que seja lançado em “pedaços”, como foi meu álbum. Mas são pedaços bem pensados, é um quebra-cabeça que quem te acompanha vai entender. Então é possível sim [estar nesse cenário] com planejamento.

TMDQA!: Você já passou pela fase de gerenciar a própria carreira e fazer de tudo, mas hoje já tem uma equipe para cuidar das coisas. A gente falou sobre a descoberta ao gravar um disco, então queria saber de você como foi esse processo. Como foi ter que se desdobrar além da composição e criação?

Carol: Eu passei por muita coisa como artista independente. Tive que me virar pra descobrir como subir minha música, como ganhar meus royalties… Acho que tudo isso me fez crescer muito para estar aqui hoje lançando um álbum, sabe? Não é fácil colocar toda sua fragilidade no mundo em um disco. Então também tive que me desapegar de várias paradas, principalmente em composição — pra colaborar com outros compositores também, pra somar pro meu trabalho. Tive que abrir a minha cabeça para ver até onde eu ia. Nunca quis me colocar numa caixa, quero ser uma artista que faz tudo que quer.

Mas sim, tenho sempre que me desdobrar, até para descobrir como se usa TikTok e essas coisas, porque tudo muda muito rápido. A gente tem que se moldar o tempo inteiro pra divulgar música da melhor forma. É muito mais do que só ir pra um estúdio e escrever. Essa parte de criação acaba sendo menos da metade, no fim das contas. Hoje em dia, se você quer mesmo ser vista, tem que estar ligado em tudo e colocar a mão na massa em tudo.

TMDQA!: Total! Quando você falou sobre ser quem você quer ser, você tocou em vários assuntos que quero abordar contigo. Falando da música “Beijo de Judas”, por exemplo, ela é um grande shade, né?

Carol: Exato. (risos)

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TMDQA!: E nessa indústria, a gente tende mesmo a colocar certos artistas e gêneros em uma caixinha. O que acho interessante no seu trabalho é a sua dualidade — você não se esquiva de falar sobre alguns assuntos, como por exemplo a sua sexualidade. Mas ao mesmo tempo, você não quer se limitar a rótulos. Queria saber como você lida com isso de se posicionar e não se limitar ao mesmo, tanto na sua vida pessoal quanto falando de gêneros musicais e tudo mais.

Carol: É um caminho muito dolorido que acho que todo artista LGBT acaba passando, sabe? As pessoas tendem a colocar a gente numa caixa mesmo, do tipo “Se eu sou lésbica, só posso fazer música para meninas lésbicas”. E não é isso, sabe? Mas fico muito feliz que a galera que me acompanha entende isso, e com as colaborações também é possível furar essa bolha. Isso é muito da hora. Por exemplo, antes eu não tinha homens gays que me seguiam, e no feat com a Glória [Groove] isso mudou visivelmente. Então eu realmente não quero me colocar nessa prateleira, e “Beijo de Judas” é sobre isso.

Fico até meio ansiosa pra falar disso, porque não entendo como as pessoas não conseguem entender as eras dos artistas. Hoje posso estar fazendo um R&B e amanhã decido fazer um funk, e a galera não entende isso. Vejo os artistas lá fora fazendo isso com muita maestria. Queria que o Brasil pudesse fazer isso também, de entender essas eras diferentes e abraçar. Quero muito poder fazer isso nos meus próximos trabalhos.

E é isso, né. A minha sexualidade também diz muito sobre mim e é claro que eu falo muito dela nas minhas músicas, mas não é só isso que eu tenho pra falar, sabe? Quero falar sobre outras coisas e quero falar sobre nada também às vezes. Não preciso estar todo tempo militando, e a galera cobra muito isso. Claro que muitas vezes é importante e eu gosto de fazer, acho que é o mínimo para todo artista, pois a gente acaba influenciando muito. Vejo pelas meninas que seguem muito minhas músicas e isso é muito gratificante. Acho que nada no mundo faz o que a música faz, de inspirar as pessoas, e eu sou muito grata por isso.

TMDQA!: Voltando ainda em “Beijo de Judas”, sinto muito essa sua crítica também à indústria, em como a mulher tem sempre que usar seu corpo para vender sua música. Rola muito também um julgamento em cima disso. E aí nós temos artistas como você e como a Billie Eilish, por exemplo, que chamam atenção por não estarem “tirando a roupa” — e isso não acontece com os homens. Qual caminho você enxerga pra gente poder normalizar isso?

Carol: Quando eu fiz “Beijo de Judas”, eu até troquei uma ideia com a Luísa [Sonza], porque ela é uma mulher que joga a bunda no chão e gosta de fazer isso. Pensei, “Cara, será que dizer isso é ofensivo?” Não quero ofender as meninas que rebolam a bunda, quero ofender quem coloca um padrão em cima disso. E no fim ela disse que não ofende, então acabei retratando bem isso no clipe. Coloquei três meninas bem diferentes e no final elas se unem. Acho que é sobre isso, saca? É o que eu quis fazer com esse álbum. Dizer que, se amanhã eu quiser aparecer rebolando a bunda também, eu posso aparecer, mas não porque alguém me mandou fazer. A libertação é essa. E ninguém reclama de um homem mostrando o peito sarado em um clipe, ou esbanjando dinheiro, ou beijando mulheres… ninguém reclama. Mas se a mulher faz isso, é o fim. Nós mulheres sabemos bem o quanto isso é injusto.

Então é sobre isso mesmo. Sobre a gente se unir, trazer cada vez mais mulheres pra cena e chega dessa rivalidade, sabe? Eu falo muito isso pra galera que ouve Pop, porque é o gênero que mais tem competição e comparações, ainda mais entre o público LGBT. Você vê que no sertanejo eles não fazem isso, e a galera é bem unida. Isso mostra por que esse estilo é tão grande no Brasil e o Pop ainda não chegou lá.

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TMDQA!: Bom, pra não dizer que você só faz shade, suas músicas têm muito de amor. Eu noto também que não é só o amor romântico, mas também o amor próprio. Em várias músicas você toma pra si a narrativa e reconhece seu valor. Não sei você, mas até pouco tempo atrás, todos nós éramos criados à base desse amor romântico, e hoje a gente vê uma mudança nessa linguagem. Você vê isso como produto dos debates que temos hoje em dia ou como algo mais pessoal seu?

Carol: Eu me baseio em muitas coisas fora da minha vivência, sabe? Eu tenho pra mim que, enquanto uma mulher não estiver feliz, ela não consegue descansar a cabeça. Eu odeio ver injustiça contra outras mulheres e isso dói na gente, né? Inclusive “Louca”, uma faixa do disco, eu escrevi enquanto assistia ao BBB de 2020, quando teve aquela briga entre os homens e as mulheres da casa. Ela começou desse jeito, mas acabei levando para um caminho mais de relacionamento, pra ter proximidade com outras pessoas. Mas é sobre isso, me inspirei nesse debate gigantesco em TV aberta e não só em mim. E eu quero inspirar as pessoas a terem essas atitudes, de fugir de relacionamentos tóxicos, saca?

TMDQA!: Aliás, puxando esse gancho do BBB, você também tem uma faixa chamada “Cancela”. Na faixa você traz muito para o lado pessoal, mas o programa também está colocando em evidência a discussão sobre a cultura do cancelamento. Apesar da música ter sido feita bem antes, assistir ao reality agora tem mudado sua perspectiva sobre o assunto?

Carol: Eu sempre fui contra o cancelamento no geral. Quando escrevi “Cancela”, tava falando sobre um amor que não fazia bem, uma parada bem pessoal mesmo. Não era um, “vamos cancelar essa pessoa porque ela está podre, só fez coisas ruins na vida dela”. Acho que, desde a pior até a melhor pessoa, todo mundo já fez pelo menos alguma coisa boa e alguma coisa ruim na vida. Não existe pessoa boa ou ruim. Acho que esse BBB tem sido gatilho pra todo mundo porque tudo que aconteceu agora foi muito ruim de assistir, pois estamos vivendo um momento muito ruim.

Achei um absurdo até o que fizeram com a Karol Conká. Não acho que temos que concordar com tudo que ela fez, mas chega um ponto que você acaba sendo hipócrita, sabe? Porque você acaba virando aquilo que você julgou na outra pessoa. E é quase impossível você não virar aquela pessoa que você tá cancelando. Você só pensa no ódio e naquilo, mentaliza sua vida inteira nisso, e a internet está cheia disso. Você pode até entrar em um portal que é pra falar de música e acaba encontrando um monte de comentários de ódio, pesados. A internet está virando um campo minado, você precisa saber onde está pisando e não se intoxicar com tudo isso.

Então a gente tem que tomar muito cuidado com esse cancelamento, tem que saber pesar como falar as paradas, sabe? Por mim podia cancelar o cancelamento (risos). Mas odeio real.

TMDQA!: Tá certo (risos). Eu sinto na sua música uma vibe muito de desabafo, parece que você está expurgando algo. Você pensa nessas composições como algo terapêutico?

Carol: Ai, com certeza. (risos) Como eu te falei, até o que não é sobre mim acaba sendo sobre mim, porque o que me inspira faz parte da minha vida. Escrever “Beijo de Judas”, por exemplo, foi muito terapêutico, era uma parada que eu precisava falar. E acho que é a música mais pessoal que tenho dentro do álbum, pois fala sobre mim, sobre minha carreira, como eu me sinto. Tirar aquilo do peito e jogar pro mundo foi um alívio, pois eu vi que não era a única artista que se sentia daquela forma. Sentir que está na profissão errada ou que está sendo usado, manipulado. Realmente me ajuda muito e tem sido meu remédio na pandemia.

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TMDQA!: Falando de pandemia, você lançou um projeto de quarentena, né? Estar em casa ativou algo mais criativo em você? E como você está lidando com essa parte de criar estando isolada?

Carol: No início dessa pandemia, que já faz muito tempo (risos), eu me senti mais criativa sim. E esse isolamento acabou sendo bom pra mim também, de não estar com todo mundo o tempo inteiro e de fazer minhas coisas em casa. A maior parte do meu disco eu gravei em casa, o “Sem Filtro” também. Isso me aflorou muita coisa, aprendi mais guitarra também. Posso dizer que na época foi um momento bom, mas hoje já está fazendo mal — tá todo mundo já cansado disso. A gente achou que em 2021 iria melhorar, rolou toda uma expectativa no final do ano, mas não aconteceu, e agora tá difícil esconder. Tá todo mundo sofrendo com essa ansiedade, não tá mais legal, a sociedade tá doente e não tem como não ficar. Agora eu não tô conseguindo criar tanto quanto antes, já esgotou a minha fonte. Tá difícil ser criativa, mas sempre tentando ser positiva também.

TMDQA!: Nossa, nem me fala. Queria saber o que ou quem te faz querer mandar praquele lugar nesse Brasil de 2021…

Carol: Nossa, acho que muita coisa! Sabe aquilo que já tá transbordando e não dá mais pra você aturar? Desde algo bom, como o amor — e eu tenho alguém muito especial na minha vida, que me inspira a escrever coisas românticas e meigas. Até aquilo que você não tolera mais, tipo ir até a padaria comprar um pão e ser assediada. Então isso acaba me fazendo dizer “vai se foder, não quero mais esse tipo de coisa”. É de tudo um pouco, sabe? Desde raiva até a felicidade.

TMDQA!: Queria falar um pouco da sua origem, já que você vem do interior do Paraná. Muitas pessoas que moram nas grandes cidades não entendem a dificuldade de acesso para várias coisas para quem mora em lugares menores. E aí a gente acaba saindo desse lugar pra poder ter acesso a oportunidades e tal. Queria que você contasse um pouquinho como isso foi pra você.

Carol: Cara, eu amo minhas origens, sou apaixonada. Toda vez que eu volto pro interior pra ver meus pais, eu fico em um momento de paz e tranquilidade. Hoje eu vejo aquilo como refúgio e queria ter dado mais valor na época que eu morava ali, e não dei.

TMDQA!: É que, quando você está lá, você só pensa “meu deus, não aguento mais, não tem um shopping!”

Carol: Exato, é oito ou oitenta, né? Sair de São Paulo e ir pra um lugar como Campo Mourão é absurdo. Eu morei lá até os 18 e depois fui pra Curitiba, onde comecei minha faculdade de música. Eu queria mesmo bater as asas e voar, porque eu sentia muita dependência dos meus pais, e foi bem difícil. Não posso reclamar, pois eles me apoiaram financeiramente e emocionalmente, mas eu me cobrava demais pra ter minha independência. E aí as coisas foram acontecendo, né, o The Voice virou o que virou e eu acabei vindo pra São Paulo atrás das oportunidades que não encontrei também em Curitiba, que já é uma capital. Mas trabalho é basicamente sobre trabalho, né? Você vem pra cá pra trabalhar, e aí tem que entrar no ritmo, senão vai ser arrastado. Eu me acostumei com isso, hoje já estou confortável com a vibe da cidade e não consigo mais voltar.

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TMDQA!: Carol, pra gente encerrar…. Olhando pra trás, o que você aprendeu sobre você mesma durante essa trajetória?

Carol: Cara, acho que eu descobri que eu sempre pisei muito em ovos com todo mundo e tinha que começar a falar as coisas que eu queria falar. Sempre tive medo de expressar minha opinião para não magoar ou ofender as pessoas. Mas aí no álbum eu sabia que isso precisava ser algo muito meu, em todos os processos. Coloquei mesmo a mão na massa nesse álbum e me pressionei pra ser mais sincera comigo mesma, de pensar “Carol, o que você quer?” E não o que os outros querem. Então eu aprendi a dizer “não, muito obrigada, eu quero fazer assim”. É um processo que eu ainda tenho muita dificuldade e estou aprendendo a lidar, mas já melhorei muito e o álbum me ajudou com isso. Acho que esse foi o ponto que mais aproveitei desse disco, porque eu me senti poderosa.

TMDQA!: É que a gente não é treinada pra cumprir esse papel, né? E quando faz leva o rótulo de mandona.

Carol: É engraçado, porque a minha mãe sempre me ensinou a ser extremamente educada com todo mundo. Mas às vezes a gente confunde educação com ser trouxa, e eu sempre fui muito essa pessoa. Até minha namorada já falou que meu maior defeito e maior qualidade é ser altruísta demais. Acho que no interior a gente aprende muito isso, de ser sempre bondoso demais com todo mundo, não pode fechar a cara nunca. É meio que isso.

TMDQA!: Bom, acredito que tá dando certo! Já que você disse que esse disco representa liberdade pra você, me diz o que é liberdade pra você hoje?

Carol: É muito isso da minha liberdade artística, de poder falar sobre o que eu quiser nas minhas músicas, me comunicar com qualquer pessoa. Isso é muito o que eu quero e o que eu estou buscando. Como eu vou me comunicar com essas pessoas que ainda não estão no meu nicho? Então esse é meu processo de liberdade, me abrir para coisas diferentes, colaborar com quem é diferente de mim. Isso acaba te libertando demais, porque você percebe que não precisa ser sozinha.

TMDQA!: É bonito, mas é difícil, né?

Carol: Nossa, muito, gente (risos). Mas eu ainda estou lá, estou percorrendo.

TMDQA!: Agora sim pra gente encerrar: queria saber de futuro. Você lançou um álbum na pandemia e acabou que a gente não tem show. Queria saber qual sua ideia pra dar vida a esse projeto durante esse momento e daqui pra frente.

Carol: Cara, tem clipe novo vindo e tem duas músicas ainda do álbum pra lançar. Ainda bem que eu lancei aos poucos, porque eu realmente queria trabalhar esse disco com calma e dar toda essa atenção, até pelo fato de não ter show mesmo. Se eu não trabalhasse bem esse, teria que lançar outro logo em seguida, e é um processo difícil. Ficar parada também não é legal, ainda mais nessa pandemia, tem que ocupar a cabeça. Foi a junção de tudo. Queria muito poder fazer show, mas também não tô criando essa expectativa, só quero todo mundo vacinado (risos), depois penso nisso.

Mas eu tenho essa possível turnê muito bem montada na minha cabeça, queria fazer uma coisa só com mulheres, uma banda só de mulheres. Eu nunca pude tocar com banda ao vivo, só na live, mas não é a mesma coisa. Quero planejar isso tudo, mas estou me mantendo na realidade que a gente tá vivendo agora. Tô pensando no próximo disco, nos próximos singles, possíveis parcerias e tudo. Ainda esse ano eu quero trabalhar outros singles, então acho que é meio que isso.

Tô aí jogando pro mundo, quero que as pessoas se sintam melhores ouvindo as músicas, que se distraiam um pouco. Esse é o objetivo.

TMDQA!: Com certeza. Uma das melhores coisas que a gente tem pra ocupar a mente é a música, e a sua tem feito isso muito bem. Carol, muito obrigada e parabéns por tudo que você conquistou até aqui. A gente vai ficar de olho!

Carol: Eu que agradeço, amei muito essa entrevista! Obrigada por me deixar falar tudo que eu queria. Tô muito feliz de estar fazendo isso, desse momento! E pô, galera, se cuidem aí.