Marty Friedman, ex-guitarrista do Megadeth e reconhecido como um dos grandes virtuosos do Metal, quase teve uma carreira bem diferente.
Em uma nova entrevista com o The Classic Metal Show (via Guitar World), o músico que tocou na banda de Metal entre 1990 e 2000 relembrou que tinha um teste para entrar em turnê com Madonna quando surgiu a oportunidade de se juntar a Dave Mustaine e companhia.
Sincerão, ele explicou toda a situação:
Eu estava tendo dificuldades para aprender todas essas músicas da Madonna — eu sabia que eu conseguiria aprendê-las mas a maioria das canções da Madonna não tinham muita guitarra na frente da mixagem, na verdade. E eu sabia que eu teria que ir atrás de alguns bons sons de textura para conseguir.
Eu era um cara do Metal então eu não tinha 50 timbres limpos diferentes e todos esses violões diferentes, e todos esses capos, e coisas que acontecem em uma banda Pop. Então eu fiquei tipo, ‘Mesmo que eu consiga o teste, eu provavelmente não vou conseguir o trabalho.’
Mas eu treinei muito mesmo e aprendi algumas das canções, até as canções que não tinham partes de guitarra eu aprendi. Eu criei algumas partes de guitarra para que eu conseguisse passar pelo teste.
E aí eu consegui o teste para o Megadeth — eu consegui o trabalho no dia do teste, que foi uma terça-feira ou algo assim, e o negócio da Madonna era na sexta-feira, então eu nem fui lá. [De todo jeito] eu tinha quase certeza que não ia conseguir o trabalho [com a Madonna] mas eu definitivamente ia tentar meu melhor e ver se eu conseguia dar um jeito de entrar.
Por sorte, eu entrei em um trabalho muito mais apropriado para o que eu era capaz de fazer. E essa foi a história, então, eu nunca nem fiz o teste mas eu estava pronto para isso. E ela acabou pegando um cara do Metal, então quem sabe. Talvez a gente possa fazer uma coisa de duas guitarras na banda dela em algum momento.
Ainda nesse papo, Marty relembrou que aprendeu “algumas de suas músicas preferidas” da cantora para o teste, como “Like a Virgin” e “True Blue”. Ele diz que também passou a gostar muito mais das canções de Madonna depois desse período em que faria o teste.
Friedman finaliza com uma dica valiosa para as pessoas que querem se aventurar por gêneros com os quais não estão acostumados:
Você tem que ter tanto senso de quando ficar pra trás e quais timbres você precisa que vão se encaixar com a música, encaixar com a cantora. Você tem que caprichar mas você não pode caprichar quando você está por cima da cantora principal.
E há tantas coisinhas sutis das quais eu não fazia ideia na época, [que] provavelmente não teria a menor possibilidade de eu conseguir o trabalho a não ser que alguma coisa muito sortuda e maluca acontecesse. Então eu fui atrás do Megadeth, tive sorte, e toquei em uma banda que eu realmente amava.
Vale lembrar que Marty é considerado por muitos o melhor guitarrista a acompanhar Mustaine no Megadeth, já que tocou nos clássicos Rust in Peace (1990) e Countdown to Extinction (1992), que possuem canções como “Holy Wars… The Punishment Due”, “Hangar 18”, “Sweating Bullets” e “Symphony of Destruction”.
Já pensou nesse universo paralelo onde não teríamos nada disso e talvez “Like a Virgin” tivesse um baita solo no meio? Você pode ver o papo de Marty na íntegra pelo vídeo abaixo.
https://youtu.be/PCMtUw3-lpA