No ano passado, Pabllo Vittar surpreendeu a internet quando comentou no Twitter que estava ouvindo “só as mais tristes” do Angra, em referência à lendária banda de Metal brasileira.
Naturalmente, a publicação levou a novas questões e, nas redes sociais, a banda respondeu brincando com a situação e falando sobre o que poderia ser o”YUKÊ-rry On”, uma fusão do hit “Carry On” com o famoso bordão de Pabllo. Essa interação, claro, fez os fãs de ambos sonharem com uma parceria.
Acontece que já se passaram alguns meses e, até agora, nada foi anunciado. Recentemente, no entanto, tivemos a oportunidade de falar com o guitarrista e fundador do Angra, Rafael Bittencourt, sobre o seu novo projeto “Dar as Mãos”, que contou com participações de artistas de diversos gêneros como MC Guimê, Carlinhos Brown e muito mais.
Perguntamos ao guitarrista sobre essa situação e tivemos uma resposta pra lá de interessante, em primeiro lugar por retratar a realidade que Rafael enxerga no meio do Heavy Metal e até mesmo dentro do próprio Angra:
Olha só, a Pabllo afirmou publicamente que gosta do Angra, que ela admira. Os fãs logo se pronunciaram. Uma parte disse, ‘Nossa, que legal’, e outros já falaram, ‘Meu Deus, que coisa horrível’. Porque uma boa parte do público de Heavy Metal é muito tradicional e muito conservador e, por isso, preconceituoso.
A banda, mesmo, se divide no tamanho do risco que seria uma interação do Angra com a Pabllo Vittar. Então eu trouxe pra mim essa responsabilidade. Eu acho que o artista tem uma responsabilidade social, e uma delas é a quebra de preconceitos; o artista não pode endossar preconceitos, não pode endossar conflitos estúpidos, ele tem que tentar unir através da música as pessoas, tentar criar um mundo mais pacífico e menos moralista.
Porque eu acho que os maiores problemas do mundo não são as acusações sobre a moral, ou seja, quem transa com quem, quem não transa com quem, o que a pessoa faz, isso não chega a prejudicar ninguém. Exceto a pedofilia, claro, que é um problema sério que prejudica, claro, a criança. Então digo a questão moral assim, a condenação de atos que não prejudicam o outro; essa preocupação sexual deveria estar no final da preocupação das pessoas. No entanto, incomoda pessoas como uma patologia social. Porque a corrupção, a violência… Tem uma série de coisas que prejudica muito mais a sociedade e são colocadas em um grau de importância menor do que com quem que o vizinho transa. E isso me preocupa.
Em seguida, Rafael finalizou dizendo que “assume a bandeira” dessa possível parceria, assim como fez em “Dar as Mãos”. Ele, aliás, deixa bem claro o convite a Pabllo para que isso saia do papel:
Eu assumo essa bandeira. E, se algum dia… Acho difícil que o pessoal do Angra tope fazer algo com a Pabllo Vittar, mas aqui está o meu convite: eu ficaria muito feliz de fazer algo com a Pabllo. Já cheguei a falar isso pra ela, troquei mensagens com ela, ela sabe disso, que eu acho que o artista tem essa responsabilidade de quebrar preconceitos e eu tô aí pra isso.
Sensacional, hein? Agora a bola está contigo, Pabllo! Aproveite para conhecer mais sobre o novo projeto de Rafael lendo a nossa entrevista completa por aqui.