O conflito entre membros do Sex Pistols envolvendo o licenciamento das músicas do grupo para o seriado Pistol segue repercutindo.
Como adiantamos para você, o guitarrista Steve Jones e o baterista Paul Cook entraram com um processo contra Johnny Rotten por ele se recusar a licenciar as músicas da icônica banda de Punk para a trilha sonora da nova série biográfica sobre o grupo dirigida por Danny Boyle (Trainspotting).
Nesta terça-feira (20), Cook e Jones estiveram na Suprema Corte de Londres para depor sobre o caso. Durante a sessão, o representante de Rotten questionou o baterista se os Sex Pistols “desapareceram para sempre” e a resposta foi “provavelmente”, segundo o Metro (via NME).
Os músicos declararam que foi realizado um “acordo com os membros da banda” (BMA – band member agreement) em 1998, permitindo que as decisões de licenciamento fossem feitas pela maioria. Sobre o uso do acordo, Paul disse:
Achei que nosso relacionamento com John ficaria pior quando o usássemos. Talvez Steve [Jones] e eu tenhamos sido bonzinhos demais com John ao longo dos anos tentando manter boas relações e deveríamos ter sido mais duros.
Estou infeliz por ele se comportar assim em relação a um projeto importante para Steve, principalmente porque sempre apoiamos seus projetos pessoais.
O representante de Rotten, Mark Cunningham, rebateu o baterista dizendo que ele “não se importa muito com o que John pensa do projeto Pistol“, mas Cook negou que esse seja o caso.
A série dirigida por Danny Boyle conta com seis episódios baseados nos relatos do livro Lonely Boy: Tales from a Sex Pistol (2016), de Steve Jones, que segundo Johnny fala sobre ele “de uma forma hostil e nada lisonjeira”.
Por enquanto, a produção está travada devido às disputas judiciais.
Johnny Rotten se pronuncia
O vocalista do Sex Pistols continua insistindo que as músicas da banda não podem ser usadas no seriado sem seu consentimento, e agora ele se pronunciou sobre o acordo citado por Cook e Jones.
Durante seu depoimento no tribunal nesta quarta-feira (21), o músico descreveu o acordo de 1998 com um “veneno” e uma “armadilha” e ainda o comparou à “escravidão” (via NME).
O BMA nunca foi aplicado em nada que já fizemos desde 1998. Não entendo como Steve e Paul pensam que têm o direito de insistir que eu faça algo de que discordo moralmente, de coração e alma, sem qualquer envolvimento.
O músico ainda afirmou que os documentos legais o “aterrorizam” e ele “não entendia” o que era um BMA quando o assinou. Na sessão, o representante de Cook e Jones, Edmund Cullen, acusou Johnny Rotten de dar “provas falsas”, mas o vocalista negou a afirmação depois.
Caso tudo se resolva, Pistol será lançada no próximo ano pelo FX.