No dia 07 de Agosto de 1997, há exatos 24 anos, o lendário artista country norte-americano Garth Brooks conquistou um feito e tanto.
Ao produzir um show gratuito no Central Park, coração de Nova York, o cara não apenas realizou o que ficou conhecido como “Garthstock”, em menção ao festival Woodstock, como também teria batido um recorde.
Segundo estimativas da época, o público que foi até o cartão postal para vê-lo teria chegado bem perto da casa de 1 milhão de pessoas, e toda a propaganda da mídia, incluindo uma transmissão ao vivo e um lançamento em DVD, girou em torno desse número.
Garth Brooks e o “não-milhão”
Acontece que anos depois muito se falou como esse número seria impossível de ser conquistado.
De acordo com o site 6sqft, a contagem de pessoas em shows no Central Park começou em 1979 quando James Taylor teria levado 250 mil pessoas à área conhecida como Sheep Meadow, de acordo com autoridades locais.
No ano seguinte, um show de Elton John teria contado com 300 mil pessoas em outra área, chamada de Great Lawn, e em 1981 a dupla Simon And Garfunkel arrastou 400 mil fãs para o Central Park, novamente de acordo com oficiais da cidade.
Em 1991, Paul Simon levaria sozinho 600 mil pessoas e em 1997, estimou-se que o show de Garth Brooks teve, primeiro, 750 mil pessoas, depois 980 mil.
Protesto e “Recontagem”
Acontece que em 2004 todos esses números foram colocados sob suspeita.
Isso porque naquele ano um grupo solicitou a permissão para organizar um comício com 75 mil pessoas que estariam ali para protestar contra a Guerra do Iraque.
O Departamento de Parques da Cidade de Nova York negou a realização do evento no Great Lawn alegando que um número tão grande de pessoas iria estragar a grama do local, e a Prefeitura acabou sendo processada pelo grupo.
Isso porque eles alegaram que o Central Park havia recebido shows imensamente maiores no passado, e que a negativa só veio por questões políticas.
Ao final das contas, a cidade teve que pagar 50 mil dólares aos militantes e acabou contratando um painel de especialistas para decidir melhor a utilização do “Grande Gramado” do Central Park.
Show do Bon Jovi
Em 2008, a icônica banda Bon Jovi se apresentou no local e levou exatas 48.538 pessoas ao show, sendo que esse número foi contado por profissionais que estavam nas entradas do parque e registraram a presença de cada uma das pessoas.
O local ficou abarrotado, praticamente lotado, e muita gente se questionou: como é que 50 mil pessoas enchem uma área que há poucos anos comportou 1 milhão?
A resposta veio com o próprio responsável pelo Central Park em 2008, Adrian Benepe, que disse ao The New York Times que a contagem era… “no amor”, pra dizer o mínimo:
Você olha para aquele mar de gente do palco e a tua mente diz, ‘É isso que se parece com centenas de milhares de pessoas.’ Agora nós sabemos que aquele número era de 48.500.
Além disso, Doug Blonsky, presidente do órgão que cuida da conservação do Central Park, disse que a ideia era fazer com que cada evento soasse como mais bem sucedido que o anterior:
Você fazia uma reunião com um produtor, um policial, um funcionário do parque e alguém dizia, ‘O que parece pra você?’ E o produtor dizia, ‘Eu preciso que o número seja maior que o último.’
Esse era o tipo de ciência aplicada na época.
É… e agora? Quantas pessoas será que compareceram verdadeiramente ao show?
Continua após o vídeo
Garth Brooks no Central Park
De qualquer forma, o registro em vídeo do show de Garth Brooks é bastante impressionante.
No show, ele conta com a participação de nomes como Billy Joel e Don McLean, e mostra que quando artista country se tornam populares nos EUA, arrastam multidões verdadeiramente apaixonadas.