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[RESENHA] Spiritbox abraça elementos do Pop e dá nova cara ao Heavy Metal moderno em "Eternal Blue"

Com seu disco de estreia "Eternal Blue", o Spiritbox alça vôo e alcança novos ares no Heavy Metal ao abraçar influências Pop sem abrir mão do peso.

Spiritbox - "Eternal Blue"

Há algum tempo, fizemos aqui no TMDQA! uma lista com 12 bandas que são a nova cara da música pesada e, mesmo antes de lançar seu disco de estreia, o Spiritbox já estava por lá.

Agora que Eternal Blue chegou ao mundo e o público já teve até um tempinho para processá-lo, é até possível dizer que o trabalho da banda canadense aparece como o grande expoente do gênero, com sua capacidade de furar uma bolha muitas vezes tão retrógrada e antiquada como é a do Heavy Metal.

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Aliás, já começa por aí: reduzir o Spiritbox a “apenas” uma banda de Metal é uma baita injustiça com a enorme gama de influências que o grupo abraça, que vão desde o Pop de Ariana Grande até o peso do Architects, que inclusive aparece no álbum na forma de um feat sensacional de Sam Carter em “Yellowjacket”.

Peso, Pop e ambientação na medida certa

A faixa em questão, aliás, é um dos pontos altos do disco por ser um dos momentos em que os canadenses mais se entregam à vertente sonora pesada. Curiosamente, é na canção seguinte — “The Summit” — que vemos uma direção quase que totalmente oposta, com os vocais sendo limpos (ou seja, sem guturais) na maior parte e uma forte aposta na ambientação.

Essa música é, no entanto, o exemplo perfeito do que torna o Spiritbox tão especial: vai além da voz de Courtney LaPlante, que navega entre o limpo e o sujo de forma majestosa, mas passa por isso e também pelo incrível trabalho instrumental de Mike Stringer (guitarra), Bill Crook (baixo) e Zev Rose (bateria).

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Ao mesmo tempo em que traz versos calmos, que apostam em uma sonoridade mais aberta colocada em uma cama de texturas belíssimas, o refrão entrega um riff potente e cheio de groove, tudo contrastado maravilhosamente pela inabalável voz de Courtney em toda a duração da faixa.

Sem repetir fórmulas, a banda usa sua ótima proficiência técnica para seguir brincando com essas questões de dinâmica e textura por todo o disco, com destaque para canções como “Secret Garden”, “Eternal Blue” e “Circle With Me” — essa última, ao menos por enquanto, a favorita de boa parte do público.

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É difícil saber o que esperar do futuro do Spiritbox. Mas, claro, é cedo demais para pensar em um próximo capítulo. Nesse momento, é preciso apreciar a beleza do que foi construído com Eternal Blue, certamente um respiro de renovação em uma cena que precisava urgentemente desse passo na direção certa.

Artista do Mês do TMDQA!

Vale lembrar que o Spiritbox é, também, o Artista do Mês de Setembro no TMDQA! e tivemos o grande prazer de bater um papo exclusivo com Courtney LaPlante. Você pode conferir essa entrevista na íntegra por aqui.

Spiritbox – Eternal Blue