As 20 Melhores Covers Nacionais de 2021

Fazer uma boa cover é uma arte! Nessa lista, separamos as melhores releituras lançadas em 2021 por artistas brasileiros, do indie ao pagode.

Francisco, el Hombre
Crédito: Rafael Avancini

Conhecer novas músicas é sempre uma delícia, mas precisamos concordar que um clássico é um clássico, né?

Vivemos um momento muito produtivo na música nacional e isso pode ser observado em diversos gêneros e movimentos musicais no Brasil todo. Mas é claro que teve quem precisou andar para que essa galera toda pudesse, hoje, correr.

Como forma de homenagem, é uma cultura importante para o mundo da música lançar covers, seja para ressignificar, atualizar ou simplesmente brincar com algum lançamento antigo. Dar nova interpretação para algo já conhecido também é uma forma incrível para um artista evidenciar seu talento e sua personalidade.

Dito isso, sejam bem-vindos à seleção do TMDQA! de melhores covers nacionais lançadas em 2021!

Aqui, selecionamos as 20 melhores releituras musicais do ano. As escolhas tiveram base na criatividade e qualidade da interpretação, no timing de seus lançamentos e no impacto que a versão teve e pode vir a ter no repertório do artista que a lançou. E também optamos por escolher uma versão por artista, já que vários nomes da música nacional lançaram discos em homenagens a outros artistas este ano.

Vamos nessa?

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20 – “Mutante”, de MEL (cover de Rita Lee e Roberto de Carvalho)

A incrível MEL (ex-Banda Uó) começou sua carreira solo recentemente e fez de um de seus singles uma canção imortalizada na voz de Rita Lee em 1981 e também composta por Roberto de Carvalho. Estamos falando de “Mutante“.

Em sua versão, MEL mistura bossa com ritmos brasileiros através de uma ótica delicada, serena e bem pop. A releitura ganha ainda mais peso quando temos a informação de que esta foi uma das músicas que ajudaram a moldar a trajetória da cantora. Fora isso, conseguimos enxergar os paralelos entre as artistas, ambas mulheres que começaram em bandas.

 

19 – “Está Escrito”, de Luana Carvalho (cover de Bob Rum)

O funk carioca faz parte inegável do DNA do Rio de Janeiro. Voltando algumas décadas, encontramos alguns hits fundamentais para a popularização do gênero. Entre eles, temos “Está Escrito“, uma romântica composição de Bob Rum.

Em 2021, a cantora Luana Carvalho decidiu homenagear o gênero com o lançamento do disco Segue o Baile. Mesmo com várias covers na tracklist, incluindo versões de Ludmilla, Latino e MC Marcinho, a versão de “Está Escrito” rouba a cena. A roupagem mais acústica abrilhantou a letra e transformou esse grande hit em algo mais íntimo. É como uma declaração de amor, a sós e à luz de velas.

 

18 – “Acelerou”, de Melim (cover de Djavan)

Djavan é um dos maiores nomes do pop brasileiro dos anos 80, com suas canções que vão da mais romântica à mais dançante. Já o trio Melim é um dos maiores nomes do pop atual. Imagina o afeito atemporal que seria ver um cantando o outro?

Os Melim investiram seu 2021 no projeto Deixa Vir Do Coração, que presta homenagem ao mestre. Repleto de releituras de grandes sucessos, vemos também o trio imprimindo suas características nas músicas. O disco tem foco acústico, com arranjos criativos de piano e violão, mas não deixa de trazer referências de reggae, pop e MPB. Destacamos aqui a versão de “Acelerou“, que impacta por sua simplicidade e seu carisma.

 

17 – “Ultra Som”, de Pabllo Vittar (cover de Banda Ravelly)

Não restam dúvidas de que Batidão Tropical, o mais recente disco da aclamada sensação pop Pabllo Vittar, é um dos lançamentos mais interessantes do ano. Isso, no entanto, vai além de sua sonoridade dançante, fortemente inspirada da música nordestina.

O disco traz algumas covers de sucessos antigos. Apesar de “Apaixonada”, “Não É Papel de Homem” e “Zap Zum” não ficarem atrás, vamos dar o destaque aqui para a faixa “Ultra Som”, originalmente gravada pela Banda Ravelly no final dos anos 2000.

O tecnobrega original foi potencializado pelos elementos eletrônicos e pela essência pop da cantora. O resultado é ainda mais dançante e certamente deu sobrevida futurista a uma já incrível canção.

 

16 – “Pensando Em Você”, de Capital Inicial e Mariana Volker (cover de Paulinho Moska)

A MPB dos anos 2000 contribuiu com a história da música nacional através de vários hits, especialmente de temas românticos. Um desses sucessos radiofônicos foi “Pensando Em Você“, de Paulinho Moska.

Passados mais de 15 anos do lançamento da faixa original, a emblemática banda Capital Inicial se juntou à cantora Mariana Volker para uma nova versão. Apesar de não vermos tantas mudanças estéticas, essa cover se faz interessante por unir duas gerações diferentes de artistas talentosos, além de ajudar a levar a talentosa Mariana para novos públicos.

 

15 – “Rei Bantu”, de Jorge Du Peixe (cover de Luiz Gonzaga)

Outro artista que aproveitou o ano de 2021 para homenagear um grande nome da música nacional foi o sempre incrível Jorge Du Peixe. O projeto Baião Granfino, desenvolvido a partir do repertório de Luiz Gonzaga, explora sonoridades a partir de arranjos criativos e um toque contemporâneo.

Rei Bantu” é um dos melhores exemplos para comprovar essa inventividade. Sem perder a essência do baião, essa releitura, lançada como single prévio para o disco, une o carisma de Jorge com a genialidade do eterno Rei do Baião.

 

14 – “Você Me Vira a Cabeça”, de Bibiana Petek (cover de Alcione)

Não, não tem como desgostar de Alcione! Uma das mais importantes da história do samba contemporâneo, a cantora é responsável por alguns dos maiores hits do gênero nos últimas décadas.

A versátil artista Bibiana Petek sabe disso e deixou uma homenagem à rainha para abrir o seu mais recente lançamento, o EP Chalé 243. Trata-se de uma versão bem alternativa para o megahit “Você Me Vira a Cabeça“. A cover conta com pitadas de indie, soul e reggae, além de confirmar seu potencial enquanto intérprete.

 

13 – “João do Amor Divino”, de Overdrive Saravá e André Prando (cover de Gonzaguinha)

A banda Overdrive Saravá tem como marca registrada de suas músicas o processo de luta. Logo, foi uma ótima escolha inserir em seu rico repertório “João do Amor Divino“, clássico de Gonzaguinha, o “cantor rancor”.

A releitura conta com a participação de André Prando e une rock, MPB e música progressiva. O resultado final assusta ao se mostrar bastante atual em termos líricos, principalmente se considerarmos que a canção original data de 1979.

 

12 – “Glamurosa”, de qnipe (cover de MC Marcinho)

A cada ano que passa, mais os incríveis funks dos anos 2000 se mostram referências importantes para o criativo repertório de alguns artistas. É exatamente esse o caso do quarteto mineiro qnipe, um projeto multimídia que se apoia no bom humor e na diversão para entregar música de qualidade aos seus ouvintes.

Durante a pandemia, os integrantes deram vida ao qnipe Sessions, com o objetivo de recriar hits dos anos 2000 sob a ótica do pop alternativo. Com isso, eles disponibilizaram uma interessante e serena versão de “Glamurosa“, um clássico na voz de MC Marcinho. A releitura ainda conta com a participação de Ber Pasquali (Jovem Dionísio). Vale a pena acompanhar!

 

11 – “Claridades”, de Giovani Cidreira (cover de Liniker e os Caramelows)

A profunda e emocionante “Claridades” faz parte de Goela Abaixo, segundo disco da banda Liniker e os Caramelows, lançado em 2019. Guiada essencialmente pelo piano, a faixa tem sua composição assinada pelo baiano Giovani Cidreira.

Neste ano, Giovani lançou seu mais novo disco, intitulado Nebulosa Baby, e inseriu sua própria composição na tracklist a partir de uma nova ótica. Sem tirar o peso emotivo da letra, a nova versão conta também com um arranjo mais amplo e orquestral, além da participação de Luê, que abrilhantou ainda mais a interpretação.

 

10 – “Over Again”, de Sergiopí (cover de Tim Maia)

Em 1973, Tim Maia lançou uma canção chamada “Over Again“, composta em inglês e com uma divertida pegada pop e R&B.

Apesar de não ser uma das mais famosas do repertório de Tim, a canção foi escolhida pelo cantor e compositor carioca Sergiopí para ganhar uma nova versão. Imprimindo sua criatividade, vemos no resultado final uma música bem descontraída com uma atmosfera oitentista cheia de gingado e malemolência.

Essa releitura integra um disco de covers de Sergiopí, previsto para ser lançado em Janeiro.

 

9 – “Sweet Virginia”, de Agridoce (cover de The Rolling Stones)

A idade certamente bate forte quando percebemos que o projeto Agridoce, de Pitty e Martin Mendonça, completou sua primeira década de existência. Em comemoração à data, a dupla lançou um single duplo com canções de duas das maiores bandas de rock da história: Beatles e Rolling Stones.

Apesar de a versão de “Across The Universe“, dos garotos de Liverpool, ter ficado incrível, vamos focar aqui no que Pitty e Martin fizeram com “Sweet Virginia“, um famoso country rock da banda de Mick Jagger lançado em 1972.

Trazendo a canção para um território mais “folk”, vemos como a voz da nossa princesa do rock encaixou bem e nos permitiu ter uma nova visão sobre a música. Outro detalhe interessante é que a gravação data de 2012, quando o grupo britânico completou 50 anos de atividade.

 

8 – “Encontros e Despedidas”, de Vou Pro Sereno (cover de Milton Nascimento)

Ao longo de 2021, o grupo Vou Pro Sereno lançou a série de EPs VPS Novelas, com releituras em pagode de clássicos da música nacional que foram trilha sonora de novelas que marcaram época.

As covers foram das mais diversas, indo desde Cazuza a Hyldon. Mas talvez a mais interessante de todo o conjunto seja a criativa versão para “Encontros e Despedidas”, composição de Milton Nascimento e Fernando Brant. Entre 2004 e 2005, Maria Rita levou a música aos ouvidos de todos os brasileiros que assistiram à novela Senhora do Destino.

Na versão do VPS, a canção alcança uma atmosfera diferente da original, mas com uma levada que consegue complementar muito bem a sua mensagem melancólica.

 

7 – “Believe”, de Jade Baraldo (cover de Cher)

De 1998 até os dias de hoje, “Believe“, da cantora Cher, é uma canção emblemática. É uma perfeição pop que se esconde entre seu arranjo dançante e a provocação atemporal do refrão (“Você acredita em vida após o amor?”).

Em 2021, Jade Baraldo lançou uma releitura acústica dessa canção, no estilo piano-e-voz. Além de sua bela voz, a música também mostra um lado diferente desse hit, quase que como uma reflexão sobre se apaixonar na atualidade.

 

6 – “Lugar Ao Sol”, de Sandy e Lucas Lima (cover de Charlie Brown Jr.)

O talento de Chorão para fazer letras passeia pelos mais diversos temas e assuntos. Ele sabia ser agressivo, sabia tecer críticas bem fundamentadas, sabia provocar… Mas existia também a sua vertente mais esperançosa, reflexiva e romântica, que aparece com força em algumas canções do Charlie Brown Jr. “Lugar Ao Sol“, lançada originalmente em 2001 em homenagem ao pai do cantor, é exemplo claro disso.

Sandy e Lucas Lima lançaram uma nova versão dessa bela música, dando a ela uma roupagem mais intimista. Produção à parte, essa cover, mais crua em termos instrumentais, nos ajuda a enxergar com mais clareza a delicadeza da “canetada” do incrível ex-vocalista do CBJr.

 

5 – “All Out Of Love”, de Jenni Mosello (cover de Air Supply)

O soft rock do início dos anos 80 conquistou um espaço simbólico na percepção romântica do mundo da música. Um dos primeiros exemplos que vêm à cabeça é “All Out Of Love“, da dupla Air Supply.

A cantora Jenni Mosello teve a interessante ideia de trazer ainda mais elementos pop para uma nova versão do hit. Adicionando também uma roupagem indie, a cover encanta ao misturar energia, delicadeza e sentimento.

 

4 – “Roda Viva”, de Francisco, el Hombre (cover de Chico Buarque)

Uma das características mais interessantes de uma cover é a oportunidade de atribuir um novo contexto a uma canção clássica. Alguns hits da história do Brasil provam ser atemporais e esse é exatamente o caso de “Roda Viva“, clássico de Chico Buarque originalmente lançado em 1967.

Não por acaso, vimos, ao longo dos anos, essa música ganhar novas vidas através das mais diferentes roupagens. Em 2021, a banda Francisco, el Hombre a regravou para o documentário A Fantástica Fábrica de Golpes, que explora o golpe sofrido por Dilma Rousseff em 2016.

A releitura tem direito a um arranjo de vozes que soa nostálgico e respeitoso com a obra original. Logo, no entanto, a sonoridade latina característica da banda entra com tudo e traz a letra clássica para os tempos caóticos do Brasil de 2021. O grupo ainda toma liberdade para citar outra canção de resistência política do repertório de Chico: “Apesar de Você”.

 

3 – “Killing Me Softly With His Song”, de Violet Soda e Tuyo (cover de Roberta Flack)

Aqui temos uma união entre qualidade instrumental e vocal que ficou ainda melhor do que poderíamos imaginar.

Falamos dessa bela cover de “Killing Me Softly With His Song“, presente no disco Unplugged, lançado neste ano pelo grupo Violet Soda. Após grandes intérpretes da música internacional darem suas personalidades à música (como Roberta Flack e o trio Fugees), a banda ainda convocou Lio e Lay Soares, da Tuyo. O resultado, a se julgar pela técnica dos envolvidos, foi uma imersão em termos vocais, com as irmãs dando apoio à vocalista Karen Dió.

 

2 – “Deixa Acontecer”, de Céu e Emicida (cover de Grupo Revelação)

Quem lembra da época dos shows em homenagem ao disco Catch a Fire, de Bob Marley, sabe que Céu não é apenas uma baita compositora. Ela também brilha no quesito interpretação e, em 2021, isso ficou ainda mais claro com o seu novo disco Um Gosto de Sol, composto integralmente por versões de músicas que marcaram sua vida.

Foi uma missão árdua escolher apenas uma cover para entrar aqui. Apesar dos destaques para “Ao Romper da Aurora” (Ismael Silva) e “Chega Mais” (Rita Lee), tivemos que dar espaço para a versão mais divertida e interessante de todo o disco. “Deixa Acontecer“, originalmente lançada pelo Grupo Revelação em 2001, ganhou uma versão inusitada, recheada com elementos de reggae. Fora isso, vemos aqui um dueto muito interessante com Emicida.

 

1 – “Lilás”, de Terno Rei (cover de Djavan)

Em 2019, a aclamada banda Terno Rei lançou seu disco de estreia Violeta e criou um significado musical para uma cor. Quem também fez algo semelhante foi Djavan, 35 anos antes, com o lançamento do disco Lilás.

E foi justamente a faixa-título do clássico de 1984 que a banda escolheu para homenagear. A releitura faz parte do projeto InVersions 80s, que juntou artistas alternativos do mundo todo para homenagear a música década de 80. Enquanto um dos representantes brasileiros, o grupo não perderia a oportunidade de revisitar um dos maiores gênios da música nacional da época. O resultado foi uma versão que soa nostálgica e moderna, ao mesmo tempo em que se mostra fiel à sonoridade indie do quarteto paulista.

E que paleta de cores fascinante que a Terno Rei vem montando, hein!