Música

Pitty fala sobre indústria da música e jabás: "tudo vazio e baseado em ilusão"

Em entrevista com o TMDQA!, Pitty desabafou sobre os desafios da indústria da música e os jabás que ainda estão presentes nela. Confira.

Pitty - Tempo de Brincar - promo 7
Divulgação

Nos últimos dias, Pitty bateu um papo com o TMDQA! sobre o seu novo projeto Casulo, no qual reuniu um time de primeira com nomes como Jup do Bairro, Pupillo, Drik Barbosa, BADSISTA e WEKS e também deu o pontapé inicial em seu próprio selo, que leva o mesmo nome do lançamento.

Por lá, abordamos diversas questões e chegamos a falar sobre a ideia de chegar com um EP ao invés de um disco cheio. Ao questionarmos a cantora sobre a procura das “fórmulas perfeitas” para os lançamentos digitais, Pitty aproveitou a oportunidade para desabafar sobre o modelo atual de mercado e como ele é “vazio e baseado em ilusão”, uma vez que, segundo ela, parte desse sucesso é comprado:

Penso que o modelo atual, calcado em números, likes e fotos, sacrifica a arte e os criadores. Fica tudo vazio e baseado em ilusão: nem todo mundo sabe, mas muitos números e charts e ‘posições’ são compradas. Ou seja, pra quem tem cacife, o jabá só mudou de lugar. É um engodo que se vê claramente na prática: às vezes a pessoa tem milhões de views, mas não enche uma casa pra 3 mil pessoas. Não segura uma hora e meia de palco num festival, porque não tem repertório. Não construiu base pra isso. Não faz sentido, né? Acho que a gente nunca pode se render a essa lógica de mercado que só visa o lucro imediato e suga os artistas até não ter mais nada. Isso só muda de época: no meu primeiro disco eram outros agentes, a mesma lógica. Mas, segue sendo esse dilema.

Agora que está com seu próprio selo, a cantora afirma que é “importante ter selos e espaços que mostrem o novo”, ressaltando que temos “tanta banda e artista massa” surgindo no país por agora.

Pitty e Casulo

Com origens no hardcore, Pitty iniciou sua trajetória à frente da banda Inkoma e ficou conhecida pelo grande público brasileiro após o sucesso do seu disco solo de estreia, o ótimo Admirável Chip Novo (2003).

Nos últimos anos, a artista se reinventou, buscou novas parcerias, se reconectou com as origens e deixou bem claro que a ideia de parar não passa, ainda bem, pela sua cabeça.

Você pode conferir essa entrevista na íntegra clicando aqui.

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