Fake news: imagens que viralizaram como sendo da Ucrânia são de jogo de videogame

Imagens que viralizaram nas redes sociais como sendo do conflito entre a Ucrânia e Rússia são de jogo de videogame. Saiba mais.

Imagens do jogo ArmA III são postadas como se fossem do conflito entre Rússia e Ucrânia

Os veículos de notícias e as redes sociais foram tomados desde a madrugada da última quinta-feira (24) por conteúdos relacionados à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

No entanto, como muitos já sabem, é preciso tomar muito cuidado com o que é compartilhado nas plataformas e temos mais um exemplo claro disso: algumas imagens que viralizaram mostrando o que seria um bombardeio na Ucrânia integram, na verdade, o jogo de videogame ArmA III.

Isso também não é novidade já que as imagens do game, por serem bastante realistas, frequentemente aparecem em sites de notícias e são confundidas ou utilizadas intencionalmente quando abordam conflitos como o da atual crise na Ucrânia.

Como relata a Bloomberg (via Kotaku), alguns dos vídeos do jogo estavam entre os mais vistos no Facebook nesta quinta-feira e foram ligados a supostas operações militares russas na Ucrânia. O portal indica que os materiais foram “assistidos por mais de 110 mil pessoas e compartilhados mais de 25 mil vezes” antes do Facebook derrubar as imagens.

Os mesmos vídeos também estão circulando em outras redes sociais. No Twitter, uma das cenas de ArmA III foi publicada com uma legenda que dizia “Ucrânia dispara mísseis para interceptar fogo de artilharia de aeronaves russas”.

O Tweet em questão já foi excluído mas, antes disso, chegou a ter 11 mil curtidas e quase 2 mil republicações. Apesar de ser fácil para algumas pessoas reconhecerem que se trata de um vídeo com elementos virtuais, é preciso deixar claro que muitos não estão familiarizados com os detalhes e fidelidade visual apresentada no jogo.

Cuidado!

Conflito Rússia x Ucrânia e redes sociais

Este caso envolvendo as imagens do jogo de videogame nos faz pensar que, com o avanço das redes sociais nos últimos anos, qualquer cobertura de um conflito está sujeita a sofrer interferência de um oportunista que busca engajamento com o assunto.

Cada vez fica mais difícil reconhecer se uma informação é de fato verdadeira ou não passa de uma fake news. Pensando nesses aspectos, sites como o Facebook estão planejando ações em tempo real e, pela primeira vez, utilizando seres humanos.

O chefe de política de segurança do Facebook, Nathaniel Gleicher, explicou em sua conta do Twitter:

Em resposta ao conflito militar que se desenrola na Ucrânia, estabelecemos um Centro de Operações Especiais para responder em tempo real. É composta por especialistas (incluindo falantes nativos) para que possamos monitorar de perto a situação e agir o mais rápido possível.

Esta não é a primeira vez que imagens do ArmA III são utilizadas em situações de crise. Em 2018, os veículos de comunicação da Rússia usaram cenas do game para falar sobre os bombardeios na Síria e, após serem descobertos, tentaram indicar que tinha sido um “erro humano”.

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