A região Norte do Brasil é, muitas vezes, deixada de lado quando se fala do circuito cultural brasileiro. E, para mostrar o quanto isso está errado, o TMDQA! fez uma parceria com o Mercadizar para te apresentar (ou relembrar) 10 artistas incríveis da região que lançaram ótimos álbuns recentemente.
A lista vem para deixar clara também a diversidade sonora da região, com nomes como Dan Stump representando uma pegada mais MPB e Folk enquanto Ian Lecter traz um som mais ligado ao Rap — e tudo isso, na verdade, é apenas para exemplificar a vasta quantia de belos materiais produzidos no Norte do nosso país.
Logo abaixo, você confere a lista completa. Vale a pena conhecer todos e ligar o radar para mais novidades dessa região!
Dan Stump – Tudo Que Eu Penso São Palavras Perdidas Que Tento Organizar (2019)
Dan Stump é um artista do Amazonas que iniciou sua carreira em 2015, lançou seu primeiro single em 2018 e seu primeiro álbum chegou às plataformas digitais somente em 2019.
Em Tudo Que Eu Penso São Palavras Perdidas Que Tento Organizar, o artista independente trouxe suas referências da MPB, Folk e elementos de experimentalismo regional. Além disso, a obra apresenta relatos de experiências pessoais e sua busca por uma identidade sonora.
Gabriê – Até Onde Eu Posso Chegar (2021)
Gabriê é uma artista de Rondônia que trancou a faculdade de Psicologia para seguir carreira na música.
Iniciou sua trajetória divulgando seu trabalho como cantora em vídeos para a internet, participou da edição de 2018 do The Voice Brasil e venceu um festival de música na categoria autoral. Em Até Onde Eu Posso Chegar, a artista reuniu músicas sobre amor, coragem, saudade e fez grandes referências à Região Norte.
Ian Lecter – Cor da Alma (2020)
Um dos nomes promissores do Hip Hop do Amazonas, Ian Lecter traz em suas músicas elementos de identidade. Em seu primeiro álbum, intitulado Cor da Alma, o rapper aborda vivências, questões sociorraciais, retrata preconceitos e critica o eurocentrismo religioso.
Além disso, o artista fala sobre ancestralidade e busca trazer referências musicais que vão desde a Soul Music Brasileira, MPB, Blues e R&B à música africana.
Loham – Igarapé Elétrico (2020)
Loham é um cantor e compositor do Amapá que fez sua estreia musical em 2020 com o álbum Igarapé Elétrico.
Em seu primeiro disco, ele apresenta dez faixas autorais marcadas pela sua origem amazônida e as vivências Brasil afora. As músicas possuem referências do carimbó, rock, marabaixo com eletrônica, marchinhas de carnaval e muitos outros ritmos brasileiros.
Pratagy – Pratagy (2019)
Pratagy é um músico paraense que começou sua carreira gravando suas canções em casa.
Em seu álbum autointitulado Pratagy, o artista mescla arranjos de cordas, sopro e percussão. Além de possuir uma sonoridade que faz referências às músicas dos anos 80, com o uso de sintetizadores, há uma grande influência do funk, house eletrônico, R&B e a música indie cearense.
Aqno – O Retorno de Saturno (2021)
Aqno é um artista do Pará que ressignifica suas vivências e experiências por meio da música. Há 6 anos diagnosticado com HIV, o cantor compartilha suas descobertas, processos e questionamentos em canções que possuem referências no pop amazônico, brega paraense, reggae do Maranhão e pop universal com toques de ritmos latino-americanos.
Em O Retorno de Saturno, ele aborda questões sobre respeito aos processos e o tempo que precisamos para resolver conflitos internos.
Jhimmy Feiches – Dentro D’água a Gente Não Chora (2021)
Jhimmy Feiches é um cantor indígena do Amapá que faz da música um instrumento de resistência. Em seu trabalho, ele busca fazer referência ao pop amazônico, música experimental e percussões combinadas às cordas caribenhas que influenciam a música nortista e aguçam sensações.
Além disso, em seu álbum Dentro D’água a Gente Não Chora, o artista aborda sua busca pelo reconhecimento de identidade, os processos de crescer, amadurecer e pertencimento.
Gabi Farias – Enchente (2022)
Gabi Farias é cantora, compositora, performer, professora de música e produtora amazonense.
Em Enchente a artista multidisciplinar apresenta uma nova forma de encarar a sonoridade: as letras e arranjos fazem referência à fluidez da água e ela busca, por meio do som, resgatar a memória e proporcionar uma experiência imersiva, especialmente para relatar suas vivências como uma mulher amazônida.
Soprü – Enquanto a Orquestra Não Vem (2021)
Em 2018, a Soprü iniciou suas atividades na música em Tocantins. O grupo não possui um gênero definido, mas intitula-se como rock nortista carregado de várias influências.
No álbum Enquanto a Orquestra Não Vem, eles apostaram em vários estilos e ritmos musicais expressando a diversidade de suas referências. A obra tem como finalidade funcionar como uma playlist.
Chapéu de Palha – Cais (2021)
O duo amazonense Chapéu de Palha, formado por Giovanna Póvoas e Helder Cruz, iniciou sua trajetória na música em 2019, por meio da divulgação de gravações amadoras de composições com voz e violão em uma plataforma gratuita de áudio.
Após o lançamento de alguns singles ao longo de 2021, para a fechar o ano, a dupla liberou o álbum Cais, que encanta pela simplicidade e sofisticação, com letras marcantes em melodias calmas e bem produzidas.