Música

"Elza Ao Vivo no Municipal": ouça últimas gravações da lendária Elza Soares

Elza Soares, que faleceu aos 91 anos em 20 de Janeiro, havia gravado dois dias antes "Elza Ao Vivo no Municipal", que estreou nesta sexta-feira (13).

Elza Soares
Crédito: Pedro Loureiro

Nesta sexta-feira (13), foi lançado o álbum Elza Ao Vivo no Municipal, gravado dois dias antes da morte de Elza Soares.

No registro, feito em duas datas de Janeiro no Theatro Municipal de São Paulo, a lendária cantora apresentou 15 canções “que contam passagens de sua vida e como ela enxergava o mundo aos 91 anos”.

Não foi à toa que o lançamento aconteceu em 13 de Maio, pois marca o dia de preto velho para os umbandistas e também o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo, que coincide com a data da abolição formal da escravatura em 1888.

“Era um dia em que Elza costumava reunir os amigos e cozinhar para eles um feijão especial,” lembra o empresário da artista, Pedro Loureiro.

Elza Ao Vivo no Municipal

A gravação do disco também foi documentada em DVD, mas o material audiovisual ainda não tem data de lançamento definida. A ideia inicial era realizar a performance de Elza no Morro da Urca, no Rio de Janeiro, em 2020, porém, a pandemia fez com que os planos fossem alterados.

“Quando as coisas abrandaram, coincidentemente já estávamos na efeméride dos 100 anos da Semana de Arte Moderna. O que há de mais moderno 100 anos depois? Uma mulher, negra, periférica, que sofreu abusos e glórias, chegando aos 91 anos como rainha no Theatro Municipal de São Paulo! Foi assim que o DVD começou a ser pensado!”, disse Loureiro em comunicado para a imprensa.

“São músicas que contam passagens de sua vida e como ela enxergava o mundo aos 91 anos. A princípio o repertório contaria com 22 músicas de todas as fases da carreira, mas chegou-se a uma seleção de 15,” completou o diretor artístico da obra, Allex Colontonio.

Na apresentação, a cantora foi acompanhada de dois backing vocals e usou três figurinos: dourado, em referência à rainha Oxum coberta de ouro; branco, por ser “a cor que absorve e espalha todas as outras”; e turbante que vai da cabeça de Elza até o topo do Theatro “como uma conexão astral”.

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