Por Nathália Pandeló Corrêa
Fenômeno do reggaeton que leva a Colômbia para todo o mundo, J Balvin veio ao Brasil pela primeira vez para se apresentar com status de superastro da música internacional.
Há anos o artista flerta com o nosso país e com a música brasileira, mas ainda não conhecia de perto o calor do público carioca, tendo estado aqui apenas em uma apresentação de TV e fazendo agenda de imprensa, há cinco anos. No dia 05 de outubro, isso mudou no palco do Vivo Rio, com um show repleto de sucessos e uma plateia que cantou cada um de seus versos.
A noite teve abertura de Léo Santana, com muita dança desde os primeiros acordes. Desfilou hits e feats, que apareciam no telão, de Ludmilla a Marília Mendonça. O Gigante mostrou que o pagode baiano tem tudo pra esse aquecimento — inclusive semelhanças com o reggaeton e outros ritmos dos nossos vizinhos latinoamericanos.
Certamente não facilitou a meditação de Balvin em seu ritual pré-shows, com muita interação com o público — o carisma é, também, enorme —, até fazendo uma live no Instagram enquanto cantava.
J Balvin no Vivo Rio
Logo em seguida, Balvin subiu ao palco do Vivo Rio para apresentar um setlist extenso com 26 músicas, onde acenou a diversas fases da sua carreira. Começa de cara com “Mi Gente”, seu maior sucesso, como quem diz que tem muito mais a mostrar. E tem mesmo.
Desde o seminal La Familia, que apareceu nas músicas “6AM” e “Ay Vamos”, até o mais recente JOSÉ, os discos guiaram o repertório, intercalado com singles e parcerias de destaque. É o caso de “Con Altura”, sucesso com ROSALÍA, e da recente “Sigue”, feat com Ed Sheeran.
Uma parte inteira do show é dedicada à fase Colores, com um medley de “Blanco”, “Amarillo”, “Azul” e “Morado”, retornando depois com “Rojo”. O mesmo acontece com OASIS, álbum que uniu J Balvin a outro gigante do gênero: Bad Bunny. A voz de Benito ecoa em “Mojaita”, “Qué pretendes” e “Ya le llego”, canções que enaltecem o perreo como estilo de vida, de música e de cultura e exalta a latinidade, com portas abertas no mundo todo.
A apresentação de Balvin é uma grande celebração das múltiplas culturas que foi buscar em Porto Rico e no Panamá e encontrou pelo caminho até a sua Colômbia natal. Sua música saúda os grandes nomes do gênero — Tego Calderón, Daddy Yankee, o duo de produtores Luny Tunes — e acena à geração atual, de Maluma e produtores como Tainy e Sky Rompiendo.
Da mais tradicional salsa de “I Like It” até as quebradas mais intensas com o rap de “Medellín”, o cantor mostra que a música latina é um guarda-chuva amplo de estilos, gêneros, gerações — mas que converge sempre para a festa, tanto que o artista convida fãs ao palco para perrear e bailar.
Sua já tradicional seriedade cai por terra no palco, em especial quando é desarmado pela voz do público. É ao vivo que J Balvin atinge seu elemento mais fundamental. Olha no olho, interage, para a cada música para agradecer o carinho de um público que o esperou por muito tempo. Na plateia, bandeiras de imigrantes latinos balançavam com orgulho. Venezuelanos, bolivianos e mexicanos podiam ser identificados.
A primeira passagem de J Balvin pelo país começa comprovando que a música cantada em espanhol já está mais que integrada ao público brasileiro. Tem mercado, força e ajuda a desfazer fronteiras levantadas há tanto tempo.
Setlist de J Balvin no Rio de Janeiro
- Mi gente
- Reggaeton
- Bonita
- ¿Qué más pues?
- Sigue
- Con altura
- Blanco / Amarillo / Azul / Morado
- Medusa (interlúdio)
- X
- Safari
- 6 AM
- Ay vamos
- Bellacón (interlúdio)
- Qué calor
- Loco contigo
- 7 de mayo (interlúdio)
- La canción
- Rojo
- UN DIA (ONE DAY)
- Mojaita
- Qué pretendes
- Yo le llego
- No me conoce
- Ginza
- I Like It
- In da Getto