De acordo com um novo estudo feito na Austrália, os amantes de shows e de outras atividades de entretenimento estão mais preocupados com os valores cobrados do que com o risco de serem contaminados pela COVID-19.
Esse e outros dados interessantes foram divulgados recentemente em um relatório do Audience Outlook Monitor, uma iniciativa financiada pelo governo australiano que se descreve como “uma colaboração internacional” que tem como objetivo “obter uma noção de como o público se sente sobre sair novamente e o que fará com que eles se sintam seguros para obter um retorno bem-sucedido” após o período pandêmico (via Digital Music News).
Em Outubro deste ano, a organização falou com 5.438 pessoas que “participaram de um evento artístico ou cultural pessoalmente desde janeiro de 2018” como parte da análise. Os resultados apontam que 71% desses entrevistados se sentem prontos para participar das atividades ao vivo “agora”, número maior do que os 65% que responderam o mesmo em Agosto.
O documento também revela que 51% dos participantes informaram que a frequência com que vão a “eventos e atividades culturais” irá “aumentar definitivamente” (7%) ou “provavelmente aumentar” (44%) durante os próximos 12 meses.
Porém, 40% dos participantes relataram que “razões financeiras” podem fazer com que a frequência em shows diminua no próximo ano, um aumento de 16% desde Agosto.
Maiores motivos para não ir a shows em 2022
O relatório também mostra que 38% dos entrevistados citaram o “risco de contrair ou transmitir o vírus” como uma barreira potencial de comparecimento. A lista de motivos tem “falta de eventos atraentes” (32%) em segundo lugar e segue com “priorizar outras coisas na minha vida” (24%), “falta de energia para sair” (19%) e “dificuldade em obter ingressos” (16%), respetivamente.
Além disso, 65% dos participantes disseram que se sentem confortáveis em ir a “clubes de comédia e locais de música ao vivo” para apresentações, contra 51% em Março de 2022.
Segundo o Digital Music News, o impacto preciso das decisões dos entrevistados ainda será divulgado. No entanto, ao se falar sobre a agenda lotada de shows de 2023, é importante ter em mente o estado conturbado da economia global.
Questão financeira pesa na retomada da indústria de shows para artistas e fãs
O site informa ainda que a Live Nation registrou recorde de público e receita em 2022, por exemplo, e teve aumento de dois dígitos nos gastos dos fãs em shows durante o terceiro trimestre.
Isso aconteceu mesmo com o público lamentando o custo altíssimo dos ingressos dos shows de alta demanda, que também têm acontecido em grande quantidade.
Enquanto diversos artistas como Coldplay e Imagine Dragons já anunciaram shows por aqui em 2023, outros nomes de porte menor como Animal Collective, Garbage e Against Me! cancelaram os planos de turnê em outros continentes devido aos valores abusivos cobrados por empresários e corporações que lidam com shows ao vivo, como te contamos mais detalhes aqui.
Quem também falou recentemente sobre as dificuldades em realizar uma turnê em 2022 foi Lorde, que está realizando uma excursão mundial de seu terceiro álbum, Solar Power (2021).
A artista apontou que os problemas passam pela crise econômica global no pós-pandemia e destacou que artistas que vendem menos ingressos estão preferindo ficar afastados dos palcos. É uma situação complicada, hein?!