Quem é fã dos Beatles se lembra: até o início dos anos 2010 era muito difícil encontrar músicas, vídeos e materiais da banda (oficialmente) na internet. Isso aconteceu por causa de uma batalha judicial contra a Apple, que se arrastou por quase 30 anos.
Em 1968, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr fundaram a gravadora Apple Corps, enquanto a gigante da tecnologia Apple Inc. foi criada por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne em 1976.
Alegando violação de marca, os Beatles entraram com uma ação em 1978, e o processo só foi resolvido três anos depois, quando a Apple Inc. pagou uma multa de 80 mil dólares e se comprometeu a não entrar no mercado da música.
Acontece que, em 1986, a empresa de Steve Jobs adicionou uma ferramenta de gravação e reprodução de músicas em seus computadores, o que gerou um novo processo em 1989.
Um novo acordo foi firmado em 1991, em que a Apple Corps manteve os direitos sobre “criação musical”, enquanto a Apple Inc. ganhou a possibilidade de “reproduzir e entregar” conteúdos musicais. Mais uma vez, a empresa teve que pagar uma multa — dessa vez, o valor cresceu bastante e chegou a 27 milhões de dólares.
Batalha entre os Beatles e a Apple continuou no século XXI
A disputa entre os Beatles e a Apple Inc. entrou no século XXI quando, em 2003, a empresa de tecnologia foi processada mais uma vez por usar o tradicional logotipo com o formato de uma maçã na operação do iTunes.
Dessa vez, a Justiça deu razão a Steve Jobs e companhia, que obtiveram em 2007 todos os direitos relacionados à palavra “Apple” e cederam parte do uso dessa marca à Apple Corps por meio de um novo acordo.
Na época, Jobs disse em um comunicado que amava os Beatles e “era doloroso estar em disputa com eles”.
Mesmo assim, e até mesmo com Paul McCartney cedendo publicamente, foi só três anos depois, em 2010, que as músicas do quarteto começaram a aparecer na loja do iTunes e puderam ser acessadas digitalmente de maneira oficial pela primeira vez.
Em tempo, vale lembrar que os garotos de Liverpool foram também praticamente a última grande banda a entrar nos serviços de streaming, segurando suas músicas até a véspera do Natal de 2015 e finalmente cedendo naquele momento.
Que complicação… mas quem pode, pode, né?!
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